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História de Nossa Senhora do Bom Conselho

Escrito por Academia Marial

26 ABR 2012 - 00H00 (Atualizada em 26 ABR 2023 - 14H07)

A devoção que comemoramos no dia 26 de abril remonta à Igreja Primitiva, de forma que não temos dados precisos sobre sua origem. Tão antiga é a devoção, que a Mãe do Bom Conselho é invocada na Ladainha Lauretana.

Sabemos, contudo, que entre os anos de 432 e 440, o Papa Xisto III mandou construir uma Igreja dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho na cidade de Genezzano, Itália, ao lado de um convento fundado por Santo Agostinho. Esta cidade havia sido doada à Igreja com o advento dos imperadores cristãos, sucessores do Imperador Constantino que, convertido, decretara o fim da perseguição aos cristãos e da crucifixão (ano 312). Genezzano iria ser agraciada, cerca de mil anos depois, com um presente milagroso de Nossa Senhora, como veremos a seguir:

Havia na Idade Média também uma outra igreja, na cidade de Scutari, Albânia, onde o povo venerava com ardor uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho, a quem eram atribuídos  muitos milagres. A devoção crescia vertiginosamente, até que, no ano de 1467, maometanos turcos invadiram e dominaram a Albânia, culminando em sérias consequências aos cristãos.

A perseguição implacável colocou a Igreja numa situação dificílima, de forma que muitos cristãos tiveram de abandonar o país e os que ficaram tiveram de permanecer na clandestinidade. Foi nessa ocasião que dois albaneses, de nomes Solavis e Georgi, ao entrarem no santuário, testemunharam um grande milagre, a princípio, muito intrigante:

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Uma nuvem divina rodeou a estampa de Nossa Senhora, que foi como que retirada da parede e elevou-se ao céu, tomando a direção de Roma, sobre o Mar Adriático. Os peregrinos, impelidos a seguir sua trajetória, passaram a acompanhar a estampa. Com muita confiança, entraram no mar e passaram a caminhar sobre as ondas a pé enxuto e o atravessaram até chegar às vizinhanças de Roma. Ali, a estampa rodeada de nuvens foi se afastando, até que acabaram perdendo-a de vista.

Com a mesma intenção, ela é chamada de Mãe do Bom Conselho, Nossa Senhora de Escodra, Nossa Senhora dos Bons Serviços e ainda Santa Maria do Paraíso.

Ao mesmo tempo,  lá na cidade de Genezzano, na Itália,  a estrutura da Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho estava  seriamente comprometida. A velha igreja, construída pelo Papa Xisto III no século V, havia ficado em ruínas, não só pela ação do tempo, mas também pela falta de recursos.

Há muito tempo, porém, uma irmã da Ordem Terceira de Santo Agostinho chamada Pedrina havia tomado a frente do empreendimento, cuja reconstrução confiou unicamente à Providência Divina, à Santíssima Virgem e ao Santo padre Agostinho, fundador da ordem a  que pertencia. Aos que duvidavam, respondia, com muita fé e confiança, que seus esforços não eram vão.

No dia 25 de abril, nos festejos de São Marcos Evangelista, onde também realizava-se uma feira pública naquela cidade, que contava com grande multidão. Repentinamente, surgiu no céu uma nuvem em forma de coluna, milagrosamente suspensa no ar, chamando a  atenção de todos  os circunstantes.

Tal coluna vagarosamente baixou em direção a uma das paredes mais elevadas da igreja em reconstrução e dissipou-se, imprimindo na parede, à vista de todos, uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho, pintada a fresco.

Os sinos, por si só, passaram a badalar exaustivamente, causando estupefação pública e, consequentemente, a conversão de muito pagãos em Genezzano. Surpresos, perguntavam-se uns aos outros sobre a origem da  estampa. Quais os desígnios de Deus acerca de tão grandioso mistério?

A partir deste acontecimento, os padres agostinianos começaram a divulgar o culto à Nossa Senhora do Bom Conselho, e não tardou que um sem número de fiéis, de toda a Itália e países circunvizinhos viessem em peregrinação para reverenciar Nossa Senhora. 

Tomando conhecimento do grande milagre ocorrido em Genezzano, os dois peregrinos Solavis e Georgirs, foram também reverenciar Nossa Senhora do Bom Conselho, a quem eram extremamente devotos.  Mas, não haviam relacionado o primeiro milagre ao segundo. Chegando na cidade, qual foi a perplexidade deles ao constatarem que a estampa fixada na parede da igreja era a mesma estampa que haviam visto ser levada aos céus na sua cidade de origem, Scutari. Ficou claro que a estampa havia sido trasladada de um país para o outro pelos  anjos de Deus.

Com muito entusiasmo, proclamaram o fato ao povo local. Foram, por isso, interrogados por uma comissão e, sob juramento, contaram o que ocorrera na igreja da sua cidade de origem. Detalhadamente, narraram desde o momento em que testemunharam a estampa sendo retirada da Igreja de Scutari, a travessia do mar a pé enxuto, a chegada na Itália até o momento em que a perderam de vista. Desvendaram-se, assim os milagrosos acontecimentos, simultaneamente ocorridos desde a Albânia até a Itália, para onde a imagem foi levada pelos anjos, por desígnio de Nossa Senhora.

O fato foi levado ao Papa Paulo II (Pietro Barbbo – pontificado 1464 a 1471) que, na ocasião, foi quem iniciou o processo para apurar a veracidade dos fatos

O Papa Leão XIII mandou construir um altar em seu oratório privado. Pessoalmente, visitou o santuário, instituiu a Pia União, do qual se fez membro, redigiu poesias e agraciou a Igreja de Nossa Senhora do Bom Conselho com o título de “Basílica Menor”.

No dia 25 de abril de 1993 (viagem apostólica do Papa João Paulo II à Albânia), mesma data em que a imagem foi levada por anjos de Scutari para Genezzano (25 de abril de 1467), João Paulo II pessoalmente dirigiu-se ao antigo templo e doou uma reprodução da imagem original, a qual lá foi entronizada, marcando definitivamente a reconciliação do governo e da nação albanesa com a Igreja de Cristo.

O Vaticano, a partir daquele ano, financiou as obras de reconstrução do Santuário, depreciado por consequência da perseguição do regime comunista.

Oração à Nossa Senhora do Bom Conselho

Gloriosíssima Virgem Maria,
escolhida pelo eterno Conselho para Mãe do Verbo Humanado,
tesoureira das divinas graças e advogada dos pecadores,
eu, o mais indigno dos vossos servos,
a vós recorro para que me sejais guia e conselheira neste vale de lágrimas.

Alcançai-me, pelo preciosíssimo sangue de Vosso Divino Filho,
o perdão de meus pecados, a salvação de minha alma
e os meios necessários para obtê-la.

Alcançai também para a Santa Igreja o triunfo sobre os seus inimigos
e a propagação do reino de Jesus Cristo em todo o mundo.

Amém.

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