Por Raquel de Godoy Retz Em Igreja

A minha babá é a televisão

Crianças e Televisão, TV

É fácil achar testemunhos que contam como a vida mudou as atitudes dos pais. As afirmações de que os filhos não assistirão em demasia à televisão se transformam no contrário, quando os pais não conseguem tempo nem para as atividades mais simples como atender a um telefonema ou tomar um rápido banho.

Várias horas em frente ao televisor são alvo de pesquisas, que apontam prejuízos para a visão, falta de estimulação motora que pode levar à obesidade e até índices de distúrbio de atenção. Nosso olhar porém, será para efeitos comportamentais relativos à educação.

As crianças estão o tempo todo aprendendo; tudo o que ocorre em volta do pequeno é absorvido e processado na cabecinha dele, desde muito novinho e mesmo sem condições de discernimento sobre o que assiste.

 

As crianças estão o tempo todo aprendendo

Por exemplo, uma criança exposta a cenas com gritos, beijos, violência, brincadeiras e conversas, capta todas estas coisas e, dependendo da idade, não as separa sob nenhum critério, nem distingue se são boas ou más.

Não se questiona a força educativa positiva de diversos canais e programas; todavia, encontramos uma grande quantidade de programas que não são recomendados para as crianças. Esta restrição busca proteger aqueles que ainda não desenvolveram a capacidade de, clara e firmemente, compreender seus valores e discernir, criticamente, o bem que os conteúdos abordados podem fazer a si mesmo e aos outros.

Podemos ler estudos que questionam, por exemplo, o fato de que crianças que assistam muitos programas violentos se tornem mais violentas que outras crianças, ou ainda, escritos que mostram crianças já mais agressivas buscando assistir programas com a mesma característica, o que pode reforçar esse traço.

Porém, reafirmo que a responsabilidade da formação da criança é dos pais e que o diálogo e o testemunho são poderosas e fortes ferramentas, neste processo.

crianças e tvSe seu filho assiste um programa que mostre violência, este tema deve ser conversado e refletido em família, de forma que a criança possa compreender exatamente que várias características existem na sociedade, que não refletem os valores que a família lhe deseja inculcar.

O testemunho é sempre a maior força na educação, ou seja, se o adulto tem comportamentos egoístas ou age com gritos e tapas é exatamente isso que a criança está aprendendo. Aqui vale a mesma recomendação que demos para programas televisivos: começar com a explicação de que os pais que agem desta forma, estão errados e que eles podem melhorar. A explicação deve ser acompanhada de pedidos de desculpas e de novos testemunhos com conversas em tom de voz normal e ações de carinho, para que assim a criança não só reflita nas palavras, mas veja, sinta e perceba o modo como os pais desejam que ela se forme e aja em sua vida adulta.

Sabemos que comportamentos em casa podem ser refeitos, ou seja, testemunhos podem ser dados tanto positivos como negativos, porém sobre os programas de televisão ninguém tem o mesmo poder de refazê-los como desejam, e encontrar novos programas com temática contrária e com a mesma força atrativa.

Desta forma, o cuidado com o que as crianças assistem é imprescindível. Crianças de até 4 anos não necessitam de aprender nada com a televisão e nem diferenciam exatamente os programas de comerciais; sempre a presença do adulto para mediar o que se aprende é importante; a atenção ao tempo que passam em frente ao aparelho, mesmo sendo programas infantis e educativos, fazem diferença no desenvolvimento de outras habilidades que este recurso não desenvolve, como as habilidades motoras, por exemplo.

Daí, porque, hoje, se insiste muito em advertir que passar horas e horas diante do televisor ou manipulando o celular, afasta as crianças dos brinquedos e levam-nas a alimentar-se, automaticamente, devorando sanduíches e guloseimas, sendo um fator determinante no desenvolvimento da obesidade infantil e juvenil. O Brasil é record, nessa área.

Assinatura Raquel de Godoy Retz

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