No próximo dia 1º de setembro, o Papa Francisco convoca o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. A celebração, que já existe no calendário da Igreja Ortodoxa, é um resultado da publicação da encíclica Laudato Si, em que o pontífice traz uma reflexão sobre o cuidado com o planeta Terra, nossa casa comum.
O desejo do Santo Padre é de que este dia seja uma forma de oferecer aos cristãos uma oportunidade de renovar a adesão pessoal à própria vocação de cuidadores da criação. Adesão mais do que necessária pelo que podemos constatar em nossa realidade. Vamos a alguns exemplos.
Jogar lixo no chão é crime passível de multa em algumas cidades brasileiras. Sem o rigor da lei, as pessoas acabam descartando chiclete, cigarro, pedaços de papel e até garrafas em qualquer lugar. É a tal preguiça de caminhar até uma lixeira. Da mesma forma, há a dificuldade de cuidar do descarte de materiais maiores, como o entulho de construção.
Outro exemplo está no uso de agrotóxicos. Neste item, o Brasil é campeão mundial há sete anos, inclusive com uso de substâncias que já foram banidas em outras partes do mundo. Aqui, substâncias com enorme potencial de desenvolvimento de câncer em seres humanos são usadas dentro da lei. A estrutura de fiscalização e regulação neste campo é precária.
“O amor à sociedade e o compromisso pelo bem comum são uma forma eminente de caridade, que toca não só as relações entre os indivíduos, mas também as macrorrelações como relacionamentos sociais, econômicos, políticos”
Da mesma forma, o crescente desmatamento, especialmente em unidades de conservação por conta de falhas na gestão e fiscalização dos governos federal e dos estados. As obras de infraestrutura como hidrelétricas e rodovias são as principais causas destes desmatamentos, que abrem o caminho para outras ocupações e exploração ilegal dos recursos naturais.
O poder público tem a sua parcela de culpa nestes e em outros exemplos, e não é pequena. No entanto, desde o lixo jogado na rua ao grande projeto de desmatamento, tudo passa pela iniciativa individual. Na Laudato Si, Francisco nos recorda que são pequenos gestos de amor e de cuidado que estão na base das grandes ações em prol de um mundo melhor. “O amor à sociedade e o compromisso pelo bem comum são uma forma eminente de caridade, que toca não só as relações entre os indivíduos, mas também as macrorrelações como relacionamentos sociais, econômicos, políticos” (n. 231).
Podemos, então, pensar nos pequenos gestos que cada um pode e deve fazer pelo cuidado com o planeta, ao mesmo tempo em que somos chamados a “pensar em grandes estratégias que detenham eficazmente a degradação ambiental e incentivem uma cultura do cuidado que permeie toda a sociedade”.
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