É preciso fazer justiça: a corrupção não é um patrimônio brasileiro. Em 2013, a União Europeia (UE) divulgou um relatório que mostrou o custo da corrupção naquele continente: 120 bilhões de euros.
O mais impressionante é a sensação de 75% da população, de que a corrupção esteja generalizada, e em crescimento. Seja na política, no crime organizado ou no setor privado: a obtenção de vantagens pessoais é um fenômeno que causa um pesado prejuízo na economia dos membros do bloco europeu.
E também por lá o financiamento privado dos partidos políticos é um dos principais catalisadores dos casos de corrupção. O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, é suspeito de corrupção e tráfico de influência.
No ano passado, foi interrogado por mais de 15 horas para explicar uma doação em sua campanha eleitoral de 2007. Atualmente, a investigação está suspensa, mas a acusação ainda existe na Justiça francesa.
No Japão, a questão é enfrentada de forma mais radical. Em fevereiro deste ano o técnico da seleção japonesa de futebol, o mexicano Javier Aguirre, foi demitido após ser revelado que o resultado de uma partida do campeonato espanhol de 2010 teria sido vendido pelo treinador.
Em 2013, a imprensa japonesa revelou que o prefeito de Tókio, Naoki Inose, teria recebido um empréstimo de uma empresa privada em sua campanha eleitoral, o que não é permitido pelas leis do país. Inose admitiu o erro, pediu desculpas e se demitiu.
Recentemente, em visita à cidade italiana de Nápoles, o Papa Francisco usou palavras fortes para falar deste tema. “A corrupção fede, a sociedade corrupta fede. Um cidadão que se deixa corromper não é cristão”. O pontífice reconheceu que todos nós temos o potencial de cair nesta criminalidade, mas lembrou que precisamos ter a coragem de excluir da sociedade o “fedor da corrupção”.
No Brasil, com 30 anos de democracia em funcionamento, estamos vivendo o momento crucial de encontrarmos a maneira brasileira de identificar, punir e excluir a corrupção da máquina pública e privada.
O primeiro passo é ter a coragem de eliminar os vícios que alimentam o desejo de obter vantagem sobre os outros. E esta não é uma questão institucional, mas sim, individual.
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