Crise econômica: saída política

A agência de classificação de risco Standard & Poor's não rebaixou a nota do Brasil. Isto significa que, por enquanto, continuamos com classificação de bons pagadores, mas no limite do grau de investimento. O relatório desta agência adverte que esta nota está difícil de ser mantida.

Vamos entender: esta classificação de uma agência de análise econômica aponta o risco que determinado país oferece aos investidores, analisando se a possibilidade de lucro compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica. O Brasil só conquistou o grau de investimento das agências internacionais a partir de 2008.

E uma avaliação negativa pode atingir diretamente a economia do Brasil, e, portanto a vida de todos nós. Uma nota negativa leva a saída de capital, o que pode levar ao aumento do desemprego, encarecimento de produtos e serviços ligados ao dólar, como saúde e insumos agrícolas.

Mas há um detalhe importantíssimo no relatório da Standard & Poor's: o principal fator para a redução da perspectiva da nota é a diminuição da coesão política no Congresso. Para a agência, o ambiente tenso na política oferece risco material, sendo que nem mesmo a entrada do vice-presidente, Michel Temer, na coordenação política, parece ter acalmado os ânimos entre o partido do governo e o seu principal aliado, o PMDB.

Em resumo, a crise econômica é real, e agravada pela crise política. A falta de diálogo e da capacidade de negociação faz com que a saída da estagnação econômica demore ainda mais. Cabe aos protagonistas da política nacional assumir, de fato, o seu compromisso com o país. Por enquanto, seguem ocupados com as investigações de corrupção, e o com a economia Brasil parando.