Uma revisão profunda do Protocolo de Liverpool foi assumida pelo Ministério da Saúde da Inglaterra, e as novas prioridades de cuidados dos pacientes no final de vida foram apresentadas em julho de 2013.
Seguindo o Ministro da Saúde, Norman Lamb, “O cuidado precário dado para algumas pessoas e seus familiares admitidos no protocolo Liverpool, nao devem nunca mais acontecer. As novas prioridades significarão, que o cuidado será enfocado nos desejos e necessidades das pessoas que estão no final de suas vidas, antes que nos processos. Isto garantira que suas vozes e aquelas de seus familiares, sejam levadas em consideração sempre”.
As cinco novas prioridades de cuidado apontadas são as seguintes:
1) A possibilidade de que uma pessoa possa morrer dentro de poucos dias ou horas deve ser reconhecida e comunicada claramente. As decisões a respeito de cuidado devem ser proporcionados segundo as necessidades e desejos da pessoa, e estes devem ser revistos regularmente;
2) Primar por uma comunicação clara e respeitosa entre o staff (equipe de cuidadores) e a pessoa que esteja morrendo e aquelas pessoas que são importantes para eles;
3) A pessoa que esteja morrendo, e aqueles identificados como importantes , devem ser envolvidos em decisões sobre os cuidados e tratamento;
4) As pessoas importantes para aquela que esteja no final de sua vida devem ser ouvidas e suas necessidades respeitadas e atendidas quanto seja possível;
5) Um plano de cuidados individualizado, que inclua alimentação e hidratação, apoio psicológico, social e espiritual, deve ser consensuado, coordenado e oferecido com compaixão.
Aponta-se para a necessidade imediata de um esclarecimento público, em termos claros e simples de modo que todos possam entender do que se trata, a respeito de que tipo de cuidados as pessoas em geral têm direito e em especial os que estão no final da vida, com estas novas prioridades.
Sem isto, novamente se aumenta as dúvidas a respeito do cuidado apropriado, confundem-se procedimentos terapêuticos com eutanásia, quando na verdade não tem nada de eutanásia. Ao se estabelecer princípios claros, isto certamente encorajara pacientes e cuidadores a terem um diálogo mais franco, com liberdade de perguntar sobre dúvidas a respeito de seu tratamento.
Isto ajudará na mudança cultural de que necessitamos para assegurar que todos que estejam morrendo sejam bem cuidados e atendidos nas suas necessidades.
Para que isto aconteça, é necessário o acesso a um especialista em cuidados “durante todo o dia, 7 dias por semana,e apoio telefônico 24 horas por dia”.
Sonhamos, esperamos e nutrimos a esperança de que um dia, não muito distante, um outro mundo de cuidados, uma nova cultura de cuidados de saúde junto aos que estejam no final da vida também seja possível para os 200 milhões de brasileiros.
Já temos em nossa realidade diversos programas de cuidados paliativos implantados em muitas instituições filantrópicas e em alguns hospitais públicos brasileiros. Urge que seja implantado em todo o sistema SUS, o quanto antes, e que também os futuros profissionais da área da saúde tenham educação aprimorada sobre esta questão.
Almejamos que o coroamento de nossas vidas, principalmente o momento de nossa partida deste mundo, não seja uma jornada de humilhações e privações, marcada pela dor e sofrimento, causados pela de falta de recursos e cuidados indispensáveis, mas um despedir-se em paz, com dignidade e elegância!
Isto seria o que entendemos por dignidade de nascer, viver, crescer, envelhecerem, mas também de partir com dignidade elegância, depois de muito viver!
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