Ouvi durante esta semana uma transeunte passando pela ponte da cidade e dizendo que durante as eleições só se ouvem “promessas e mudanças”. Essas duas palavras me chamou atenção, considerando que a grosso modo desejamos “revolucionários” no campo da política, ou seja, pessoas que tenham a grandeza de mexer nas estruturas do poder, de fazer a justiça social acontecer e todas as reformas necessárias, tendo como meta a felicidade de todos.
Foto: Wesley Almeida/Canção Nova
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Diante do fato, me fiz uma pergunta: qual a mudança que a “senhora da ponte” deseja? Pois bem, penso que como qualquer um de nós, brasileiros/as, essa cidadã está cansada de ver e ouvir nos telejornais generalizações tipo “todos os políticos são corruptos”, “não se salva nenhum”, “todos são da mesma laia”, etc. Quando não a mentalidade rasteira de demonizar tudo e todos... Talvez ela, desanimada e sem horizontes, raciocine com Shakespeare: “As pirâmides que novamente construíste não me parecem novas, nem estranhas; apenas as mesmas com novas vestimentas”. Levando em conta a realidade de nosso país, a impressão que tenho é que o pensamento do político não muda, apenas se adequa às conveniências do momento; trocam-se as figurinhas, mas as ideias/desejos acerca do poder permanecem.
“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver no mundo!"
Por outro lado a “senhora da ponte” também me fez pensar sobre a “mudança” de uma sociedade. Que mudança? Dias atrás um senhor me parou para dizer que seu candidato a prefeito dispõe de 400 mil reais para torrar na política. Algo odioso. Indubitavelmente, esse recurso será gasto na compra de votos. Assim sendo, chegamos à triste conclusão: só se vende voto porque tem quem compra. Quem é mais corrupto?! Por isso, nossa sociedade deve começar a cobrar dos políticos a mudança que deve começar em cada um. É fácil e cômodo exigir ética nos outros, especialmente nas autoridades. Ah, se todos os cidadãos aprendessem a magna lição de Gandhi: “temos de nos tornar na mudança que queremos ver no mundo”!
É fato: as eleições municipais estão chegando e vai exigir de nós o exercício da cidadania, ou seja, vamos às urnas para votar. Que a escolha (secreta!) seja não para àqueles/as que prometem mundos e fundos, mas nos homens/mulheres que antecipem na própria vida/família/sociedade a transformação que pretende efetivar quando eleitos. A promessa sai pela boca para conquistar um voto; o desejo (não teatral) é gerado no coração, oxalá movido pela compaixão para com os empobrecidos e com sede de justiça.
Por fim, dê-se o voto ao administrador ao invés do político profissional. É importante examinar com calma o histórico do candidato que concorre às eleições. O administrador não visa interesses próprios e/ou corporativos, já o político tradicional quase sempre se alia aos financiadores de campanha e aos interesseiros de plantão. Pensemos: as eleições, para além do exercício democrático do voto, é tempo de prometer para nós mesmos (e não ouvir promessas politiqueiras) que a mudança que desejamos para os nossos municípios deve começar dentro de nós!
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