Por Pe. Flávio Sobreiro Em Igreja

Filhos de Aparecida

Era o ano de 1717... O governador de Minas Gerais e São Paulo iria passar por aquela região e três pescadores: João, Filipe e Domingos foram encarregados de pescar tudo quanto podiam para servir no banquete a ser oferecido ao ilustre visitante.

Foto de: Thiago Leon

Nossa Senhora Aparecida (foto: Thiago Leon)

 

Depois de inúmeras tentativas sem nenhum resultado, os pescadores chegaram ao Porto de Itaguaçu, localizado no Rio Paraíba; e João lançando novamente as redes ao rio, eis que que recolhe o corpo sem a cabeça de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Lançando novamente a rede, a mesma retorna agora com a cabeça da imagem que se ajustava perfeitamente ao corpo. Após o ocorrido, os pescadores recolhem tantos peixes que ficaram com medo do barco afundar.

Filipe leva a imagem para sua casa e coloca-a em um oratório, onde permaneceu por quinze anos. A vizinhança começa a juntar-se para a reza do terço e outras devoções. Inicia-se assim a devoção à imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Esta devoção teve seus inicios no meio de pessoas simples e humildes, no meio dos pobres. Na simplicidade da oração do Terço a fé foi sendo confirmada e a devoção ultrapassando as fronteiras daquele vilarejo.

Maria em sua simplicidade e pobreza aparece nas águas do Rio Paraíba recordando-nos a nossa missão de batizados. Fomos mergulhados nas águas do Espírito Santo para uma vida nova como filhos e filhas de Deus. O batismo nos inseriu na comunidade dos seguidores de seu filho Jesus Cristo.

Primeiro as redes trazem o corpo e depois a cabeça da imagem de Nossa Senhora da Conceição. Formamos um único corpo na comunidade cristã e Cristo é a cabeça. Não podemos caminhar sem a cabeça que é Cristo a nos guiar. Maria aparece recordando-nos a missão se sermos Igreja unidos em Cristo.

 

Diante da pequena imagem o povo se sente amparado pela simplicidade da Mãe Celeste.

Diante da pequena imagem o povo se sente amparado pela simplicidade da Mãe Celeste. Não há medo, mas sim amor filial. A oração une a comunidade e faz crescer a fé. Maria une seus filhos e filhas na oração que sobe ao Pai com os louvores e suplicas. E ela intercede pelos seus filhos diante das dificuldades e mazelas da vida.

Sem conseguir pescar nada, aqueles pobres homens já começavam a ser vencidos pelo desânimo. Maria chega, e com sua proteção maternal leva entrega por suas mãos ao seu filho Jesus, a súplica daqueles homens. Diante da intercessão da Mãe o milagre da multiplicação acontece. Cristo ouve sua Mãe que por nós intercede sem cessar.

Na simplicidade da imagem de apenas 40 cm o povo via a cada dia sua fé aumentar. Maria a cada dia aproximava pela sua humildade e pobreza mais pessoas de Cristo. Encontrada em um período da história em que a escravidão oprimia as pessoas em solo brasileiro, um escravo de nome Zacarias, o qual encontrava-se preso por grossas correntes, pediu ao feitor permissão para rezar na Igreja onde encontrava-se a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

O mesmo recebe autorização e colocando-se de joelhos frente a imagem reza fervorosamente e as correntes milagrosamente soltam-se de seus pulsos. Maria é aquela que deseja ver todos os seus filhos libertos de todas as amarras que os impedem de terem uma vida digna. E diante dos sofrimentos que escravização o ser humano, Maria intercede ao seu filho Jesus pela libertação de todos.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida é para todos Mãe intercessora, que nos direciona no seguimento de seu amado filho Jesus Cristo. Nossa Senhora Aparecida: rogai por nós!

Assinatura Padre Flavio Sobreiro colunista

 

Escrito por
Padre Flávio Sobreiro
Pe. Flávio Sobreiro

Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP e Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre (MG).

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