Por Padre José Luis Queimado, C.Ss.R. Em Igreja

Igreja ideal, Igreja urubu!

Você já parou para pensar qual é a sua maneira de ser Igreja? Você vive em comunidade, cumprindo o pedido de Jesus Cristo? Você faz algum gesto concreto para ajudar a sua Igreja a crescer? Você se opõe às investidas que vêm de fora tentando destruir a nossa fé? Ou se junta aos agressores, sonhando em derrubar a Igreja pelo lado de dentro? Perguntas essenciais para reavaliar a nossa caminhada cristã!

Arte: Rosane Pereira/A12

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Igreja Missionária, Igreja dos Pobres, Igreja Samaritana, Igreja de Irmãos, Igreja de Jesus! Essas ideias se opõem fortemente à igreja da opulência, à igreja dos panos, à igreja do moralismo barato, à igreja perseguidora e à igreja dos carrascos. A Igreja, Esposa de Jesus, é aquela que continua o Redentor na humanidade.

Várias foram as metáforas para representar as formas de ser Igreja. Mas, hoje, pensando bem, gostaria de propor mais uma comparação que nos ajudará a avaliar que Igreja cada um de nós está sendo no mundo.

Olhando para alguns animais, por exemplo, e tomando como base a sua forma de existir na natureza, diria que podemos ser Igreja-Barata, Igreja-Ovelha ou Igreja-Urubu. O que vem a ser isso? Vamos falar sobre elas!

A Igreja-Barata é aquela que está por toda a parte, aos milhões. No entanto, faz muito pouco pela humanidade, trazendo muito mais doenças e repulsa do que benefícios às pessoas. Ela é conhecida de todos, isso é indubitável. No entanto, por ser sempre relacionada a uma forma de vida que não atrai ninguém, a não ser seus predadores, essa maneira de ser Igreja pode enfraquecer a mensagem do Evangelho.

Se todos começarem a pensar que a Igreja é nojenta e que somente traz prejuízos à humanidade, a mensagem do Evangelho será dificultada. Sem contar o fato de que, a todo o momento, haverá alguém querendo esmagar esta Igreja-Barata.

A Igreja-Ovelha também tem seus problemas insuperáveis. O pensamento de ser um rebanho já é bem antigo, e nos lábios de Jesus fazia muito sentido para os seus ouvintes. Hoje, a maioria nem sabe como é a criação de ovelhas! Ser uma Igreja-Ovelha é estar sempre protegida por um Bom Pastor, e isso já acontece.

No entanto, as ovelhas são muito frágeis, mesmo sendo úteis à humanidade. É sabido que a lã, o leite e a carne são benefícios para a humanidade, mas há sempre a instabilidade.

São facilmente enganadas por falsos pastores. Sempre estão de acordo com tudo, e não pensam por si mesmas. Ser Igreja dessa forma, hoje, é ser motivo de risos para os que nos ouvem. Nós queremos ser levados a sério, pois o Evangelho de Jesus é uma verdade muito séria. Não queremos que os demais nos vejam como supersticiosos e infantis.

E eis a Igreja que se aproxima mais do ideal: a Igreja-Urubu. O nome pode assustar, à primeira vista, mas isso só prova que sabemos muito pouco sobre esse animal encantador! O Urubu faz um dos maiores trabalhos em benefício da humanidade, limpando o nosso planeta da sujeira e das doenças. E faz isso sem querer aplausos e holofotes! O urubu observa de longe, antes de tomar alguma decisão.

É uma Igreja que não atrapalha a vida de ninguém, mas age como fermento na massa, fazendo que as coisas estejam maravilhosas sem querer os créditos todos para si. Assim deveria ser a nossa Igreja: observadora e prudente; responsável pela limpeza da humanidade; fazendo sempre o bem, mas nunca se colocando na frente daquele que realmente importa: Jesus Cristo.

O urubu não atrapalha a humanidade, mas luta a cada dia para vencer as sujeiras e as podridões presentes nela! Sejamos Igreja-Urubu, trabalhando sempre para que a humanidade esteja limpa e cheirosa para receber a mensagem de Salvação de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Padre Queimado articulista colunista

Escrito por
Pe. José Luis Queimado, C.Ss.R. (Arquivo Santuário Nacional)
Padre José Luis Queimado, C.Ss.R.

Missionário Redentorista com experiência nas missões populares, no atendimento pastoral no Santuário Nacional de Aparecida, passou pela direção do A12, fez missão na Filadélfia nos Estados Unidos. Atualmente é diretor editorial adjunto na Editora Santuário.

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