Com certeza, você é consciente de que a nossa Língua Portuguesa é muito complexa. Quem já não deu uma paradinha para conferir como se escreve 'exceção' ou 'excepcional', 'esplendor' ou 'extradição', 'acessório' ou 'assessor'?
E será que devemos escrever 'mundo afora' ou 'mundo a fora'; 'encima' ou 'em cima'; 'enfim' ou 'em fim'? Pequenos exemplos de nossa amada e odiada Língua Portuguesa escrita, “a última flor do Lácio, inculta e bela”, como disse o poeta Olavo Bilac (1865-1918). E, hoje, podemos observar que essa flor traz muitos espinhos. Ela nos fere no aprendizado, mas vale a pena o seu cheiro inigualável!
No mundo digital no qual estamos inseridos, esse idioma sofre transformações outrora inimagináveis. A escrita está se tornando empreitada cada vez mais rara. Encurtamos as palavras para conversar mais rapidamente, numa realidade de velocidades exponenciais.
A maioria dos brasileiros já escreve “vc” em vez de “você”. E olha que o antigo tratamento de referência “vossa mercê”, há um bom tempo, vem vivenciando uma história de encolhimento fenomenal: “vossemecê”, “vosmecê” e até o antigo “vancê”, muito usado pela cultura caipira de nosso país, já se transformou em “ocê”, agora “vc”, e o seu futuro é incerto. E nos deparamos com reduções do naipe: pq (porquê), aki (aqui), axo (acho), tb (também), v6 (vocês), naum (não), eh (é), entre outras mudanças inusitadas!
Os maiores problemas que surgem da má escrita são os mal-entendidos. Corriqueiramente, nas redes sociais, fica impossível de perceber se os comentários são elogios ou críticas. Não podemos nos esquecer de que a falta de pontuação já gerou brigas renhidas ao longo da História. Coloco dois exemplos clássicos de charadas sobre pontuação para refletirmos um pouco sobre a importância de tais sinaizinhos.
Faça o exercício de pontuar as seguintes frases, dando sentido a elas:
1 – Pedro toma banho quente e sua mãe diz ele quero banho frio
2 – Um fazendeiro tinha um bezerro e a mãe do fazendeiro era também o pai do bezerro
É certo que os leitores-internautas vão quebrar a cabeça tentando dar sentido às frases acima, que são perfeitamente compreensíveis quando pontuadas corretamente! Mas tudo isso para dizer que devemos ser mais cuidadosos com a nossa escrita e, obviamente, com a nossa fala. As grandes guerras e os conflitos pessoais seriam mitigados com um bom diálogo.
Um casamento, uma amizade ou uma relação internacional necessitam de um exímio uso do idioma. Esforcemo-nos um pouquinho mais para zelar por esse bem inestimável.
Não há necessidade de sair corrigindo todo o mundo, mas quem se esforça para lapidar a língua que fala e escreve é bem mais compreensível a todas as outras pessoas. Saibamos aproveitar melhor essa capacidade divina da escrita, da compreensão e da fala, pois, aprendendo melhor a sua Língua, terá mais coragem de se aventurar no mundo do diálogo, no relacionamento eu-tu.
É certo que muitas pessoas nem foram à escola por falta de oportunidade e são analfabetas e, ainda assim, sabem dialogar com maestria. Mas não nos enganemos: essas pessoas são as raras pedras preciosas que encontramos vez e outra. O jeito mesmo é aprofundar o conhecimento da língua com a qual você é capaz de se expressar e de existir no mundo para os outros!
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