O Papa Francisco realizou um itinerário corajoso na viagem a Cuba e aos Estados Unidos. Não somente pela proximidade com as pessoas e que preocupa tanto o serviço de segurança pessoal do pontífice, mas pelo conteúdo de seus discursos proferidos a públicos diversos, que inclui de moradores de rua a chefes de Estado. A todos, uma palavra de encorajamento, esperança e advertência.
Destaco três momentos de discursos do Papa Francisco. Aos líderes mundiais, na ONU, ele apresentou a sua visão de ecologia, explicitada na encíclica Laudato Si. Diante de tantos compromissos assumidos pelos chefes das nações, alertou: “A vontade política deve ser efetiva, prática e constante para preservar o meio ambiente e superar fenômenos como tráfico de seres humanos, drogas e armas, exploração sexual de meninos e meninas, trabalho escravo e terrorismo”.
Na visita ao Memorial do 11 de setembro, em Nova Iorque, Francisco afirmou que ali a dor era palpável. Diante de líderes de diferentes religiões, lembrou: “Apesar das diferenças, das discrepâncias, é possível viver num mundo de paz. Perante qualquer tentativa de uniformizar, é possível e necessário que nos reunamos, das diferentes línguas, culturas, religiões, para dar voz a tudo aquilo que o quer impedir. Juntos, hoje, somos convidados a dizer ‘não’ a qualquer tentativa de uniformização e ‘sim’ a uma diferença acolhida e reconciliada.”
Por fim, recordo o discurso feito aos jovens cubanos, em que Francisco destacou a capacidade de sonhar e ter esperança. E, de forma concreta, a necessidade de abertura para quem pensa de modo diferente. O Santo Padre lembra que “quando uma religião se transforma em cubículo, perdeu o melhor que tem, perdeu a sua realidade que é adorar a Deus, crer em Deus. Corações abertos, mentes abertas. Tenhamos a coragem de falar do que temos em comum”.
As palavras de Francisco emocionam e tocam as pessoas. Nestes dias, foi possível perceber isso especialmente em ambientes que a fé não parecia ter força por conta de experiências que no passado causaram dor e morte. Que estas mesmas palavras possam tocar também o coração da Igreja, para que possamos testemunhar o que nos pede o Evangelho de Jesus: a misericórdia, a reconciliação e a paz.
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