Por Vinícius Paula Figueira Em Igreja

O show do Eu

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Dias atrás, em aula de áudio visual, o professor apresentava para nós, a fabricação virtual de nós mesmos nas diversas esferas da sociedade, muito particularmente, no universo comunicacional. É comum ouvirmos da boca de especialistas, doutores e líderes que a sociedade contemporânea está imersa num individualismo derradeiro, cujo conceito é: quanto menos eu precisar do outro, melhor. Na ocasião o mestre nos lembrava do advento do selfie. Agora, não mais precisamos do outro para fazer um registro fotográfico, basta solicitarmos que a câmera do celular se volte para nós e pronto, saiu a foto desejada e da moda. Você já está fazendo parte do seu grupo de referência. Há de se confessar que esse novo molde de vida (e não de convivência) tende a gerar cada vez mais uma sociedade atrofiada e dissociada.

Seguindo esse molde, o professor nos chamou a atenção para uma outra vertente do “show do eu” que está impregnado na espetacularização da vida. O que é isso? É o que acontece nos reality-shows, nos blogs, redes sociais e, sobretudo, nas revistas de fofocas que expõem todas as aventuras, a princípio privadas, das celebridades. Uma socióloga Argentina, Paula Sibilia, ao ser interrogada sobre os efeitos desse novo conceito de vida, disse: “Trata-se de construir um eu que esteja à vista de todo o mundo – e que seja capaz de atrair as atenções dos demais. Em todos os cantos do nosso cotidiano, vemos como a intimidade se evade daquele espaço privado que costumava ser seu palco exclusivo e passa a invadir aquela esfera que antes se considerava pública”.

A realidade é clara e pungente: Quanto mais fizermos da vida coloquial uma ficção e estetização em detrimento da mídia, mais desejosamente se busca uma prova autêntica do ideal a ser içado. Assim sendo, um aluno na classe interrogou: Mestre, ainda é possível termos uma sociedade que se prive, dialogue com os outros, troque informações, de modo humano (o modo humano na visão do aluno é o do contato físico)? Penso que esta também pode ser a sua pergunta ao ler esse texto. Temos que admitir que esse estilo já foi/está incutido na sociedade vigorante. Então, utilizar as novas ferramentas, redes e tecnologias, não é um descompacto da vida, o problema é quando assumimos esse caráter e nos esquecemos da essência, identidade e razão real da existência.

assinatura vinicius colunista

 

Escrito por
Vinicius Figueira - Colunista (Arquivo Pessoal)
Vinícius Paula Figueira

Graduado em Comunicação Social, mora em Iconha (ES), onde atua como coordenador paroquial da PASCOM

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Por Luana Corrêa, em Igreja

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