Por Padre José Luis Queimado, C.Ss.R. Em Igreja

Uma reforma no coração!

É muito interessante o funcionamento do nosso coração. Não estou falando de ventrículos, aurículas e válvulas cardíacas, que são responsáveis pelo bombeamento do sangue a todas as células de nosso corpo e da purificação dessas mesmas.

 

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Quando digo “coração”, refiro-me àquele órgão que sempre foi visto pela Antiguidade como o centro de todas as emoções e de todos os sentimentos humanos. Essa propriedade sentimental do coração é ainda mais complexa do que a sua capacidade anatômica.

Bem ali é que se guardam os bons momentos da vida! Vez e outra, ouvimos a frase: “Nossa, isso ficará guardado para sempre em meu coração!”.

O cérebro faz todo o serviço, mas quem leva a fama é o coração. Ah, esse músculo peculiar do corpo humano! Responsável pelo amor e pela caridade (coração generoso – coração bondoso); pelas paixões borbulhantes (coração apaixonado – coração acelerado); pelas desilusões e decepções (coração partido – coração machucado); pela mágoa azeda e pelo ódio visceral (coração frio – coração de pedra).

Esse é o nosso coração, repleto de alegrias e dores. Marcado por boas lembranças e por cicatrizes!  Um homem que entendeu muito bem o simbolismo do coração humano foi Jesus Cristo. A palavra coração (καρδία) aparece mais de quarenta vezes nos Evangelhos e quase sempre proferida por Jesus.

A maior missão do Nazareno era a de converter os corações endurecidos: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve!” (Mt 11, 29-30).

Quanta riqueza nessa frase! Jesus está dizendo-nos que ele não é insensível no seu julgamento, mas é amoroso e paciencioso com os nossos limites. No entanto, o convite é claro: APRENDEI DE MIM, ou seja, se ele é manso e humilde de coração, devemos aprender a fazer o mesmo: tentar agir com mansidão e humildade com aqueles que estão ao nosso redor!

A missão dos cristãos é continuar o Redentor nos dias de hoje. Como dizia o Pe. Zezinho em sua canção: “Amar como Jesus amou. Pensar como Jesus pensou. Viver como Jesus viveu. Sentir como Jesus sentiu!”. Pois, percebe-se que é errado se considerar cristão quando se está longe do Cristo e de seus ensinamentos: “Este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim!” (Mt 15, 8). 

Por isso, é urgente que façamos uma reforma em nosso coração, ou ao menos uma faxina. Não é possível ter uma vida saudável, tranquila e agradecida se o coração estiver repleto de mágoas e tristezas; de desânimo e desejos de vingança. Busquemos, portanto, o amor e o perdão como os maiores tesouros de nossa vida, afinal: “onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração!” (Lc 12, 34). E com a última frase que escrevo a seguir, a palavra em foco se repetirá pela vigésima quinta vez: “Que Deus esteja no coração de todos!”. 

Padre Queimado articulista colunista

 

Escrito por
Pe. José Luis Queimado, C.Ss.R. (Arquivo Santuário Nacional)
Padre José Luis Queimado, C.Ss.R.

Missionário Redentorista com experiência nas missões populares, no atendimento pastoral no Santuário Nacional de Aparecida, passou pela direção do A12, fez missão na Filadélfia nos Estados Unidos. Atualmente é diretor editorial adjunto na Editora Santuário.

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