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Jesus nasceu mesmo no dia 25 de dezembro?

Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)

Escrito por Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

11 DEZ 2020 - 10H00 (Atualizada em 22 DEZ 2022 - 11H16)

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Jamais saberemos exatamente o dia em que Jesus nasceu, mesmo porque, desde aquela data até hoje, muitas foram as mudanças no calendário que seguimos. Basta ver que a Igreja do Oriente Cristão mantém a festa da Natividade do Senhor no dia 06 de Janeiro, e não no dia 25 de dezembro.

Mas por que, então, celebramos o Natal de Jesus nesse dia? Foi uma decisão histórica e eclesial, baseada em algumas situações que facilitaram a compreensão do verdadeiro sentido do nascimento do Filho de Deus entre nós. Leia MaisO que São Bonifácio e Thor têm a ver com a árvore de Natal?5 reflexões de São João Paulo II para o Natal

E foi uma decisão tomada há muitos séculos – um registro histórico dessa celebração está no chamado “Cronógrafo de 354”, uma espécie de calendário que já registra a festa do Natal no século IV. Mas parece que desde o século III d.C. já temos indícios que no dia 25 de dezembro era celebrada a solenidade do nascimento de Jesus.

Seja como for, a Igreja Católica assumiu esse dia aproveitando da festa do deus-Sol, cultuado pelo povo romano, e relacionou essa festa com o verdadeiro Sol da Justiça, Jesus Cristo. Nesse dia, 25 de dezembro, temos o solstício de inverno no hemisfério norte, ou seja, o dia mais longo e a noite mais curta do ano.

Com isso, foi fácil catequizar as pessoas, afinal Jesus sempre foi o dia de Deus, e suplanta a noite do pecado.

O evangelista São Lucas coloca nos lábios de Zacarias, pai de João Batista, a linda afirmação poética de que “o Sol nascente nos veio visitar” (Lc 1,78). A Igreja Católica soube fazer de uma festa já consagrada a grande celebração da fé como forma de evangelização dos povos.

E assim, até hoje, celebramos o Natal com toda alegria. Algumas raízes profundamente pré-cristãs sobreviveram ao longo dos séculos, e aparecem em tempos natalinos: árvores enfeitadas e guirlandas nas portas, por exemplo, são costumes anteriores ao Natal cristão; outros símbolos, como o Papai Noel, ficaram fortes simplesmente para alavancar o mercado do consumo, que toma conta de nós nessa época do ano e pode sufocar o verdadeiro sentido da festa. 

O importante é não perder o sentido do mistério da encarnação de Deus, que se fez homem para nos salvar. Essa verdade não depende de datas, mas somente da fé.

:: Confira aqui a programação de Natal e Ano Novo do Santuário Nacional 

Escrito por
Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)
Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

Jornalista e missionário redentorista

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