Por Pe. Ulysses da Silva, C.Ss.R. Em Artigos

Ouvindo o Papa Francisco: visita aos refugiados de Lesbos

O dia 16 de abril ofereceu uma experiência intensa ao Papa Francisco. Ele deslocou-se até a ilha de Lesbos, na Grécia para visitar um campo de refugiados. Sua primeira visita como Papa fora à ilha de Lampedusa, no sul da Itália, para despertar a atenção do mundo diante da tragédia dos migrantes clandestinos. Agora, num gesto ecumênico, com o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla e o Arcebispo Jerônimo de Atenas, o Papa Francisco volta a erguer sua voz com emoção e com indignação, porque as guerras só têm encrudescido essa horrível tragédia humanitária. Seu coração sofre por tudo isso. Aos jornalistas, o Papa extravasou seus sentimentos: “Esta é uma viagem marcada pela tristeza: isto é importante. É uma viagem triste. Vamos encontrar a maior catástrofe humanitária depois da II Guerra Mundial. Vamos encontrar – e vê-lo-emos – tantas pessoas que sofrem, não sabem para onde ir, tiveram de fugir. E iremos também a um cemitério – o mar –, vistas as inúmeras pessoas que nele afogaram. Digo isto não para vos amargurar, nem por amargura, mas para que também o vosso trabalho de hoje possa transmitir, nos vossos meios de comunicação, o estado de espírito com que faço esta viagem”.

Ele exaltou a generosidade dos gregos, que apesar de seus problemas internos, têm acolhido milhares de pessoas: “A vós eu digo obrigado, porque sois guardiões da humanidade, porque cuidais ternamente da carne de Cristo, que sofre no menor dos irmãos, faminto e forasteiro, que acolhestes (cf. Mt 25,35)”. E afirmou aos refugiados: “Vim aqui com os meus irmãos, o Patriarca Bartolomeu e o Arcebispo Jerônimo, apenas para estar convosco e ouvir os vossos dramas. Viemos a fim de chamar a atenção do mundo para esta grave crise humanitária e implorar a sua resolução. Como pessoas de fé, desejamos unir as nossas vozes para falar abertamente em vosso nome. Esperamos que o mundo preste atenção a estas situações de trágica e verdadeiramente desesperada necessidade e responda de modo digno da nossa humanidade comum”.

Ao regressar à Roma, Papa Francisco uniu suas palavras a um gesto concreto de acolhimento. Trouxe consigo no avião três famílias de refugiados da Síria, 12 pessoas ao todo, incluindo 6 menores, todos muçulmanos, cujas casas foram bombardeadas. Ficarão hospedadas no Vaticano, que garantirá a manutenção dessas famílias, até que possam ser acomodadas de forma definitiva.

Padre Ulysses da Silva, C.Ss.R., é missionário redentorista e reitor do Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Recife (PE)

 

Escrito por
Pe. Ulysses da Silva, C.Ss.R. (Aquivo redentorista)
Pe. Ulysses da Silva, C.Ss.R.

Missionário Redentorista e membro da Academia Marial de Aparecida

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