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Por que Jesus lavou os pés de seus discípulos horas antes de sua morte?

Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)

Escrito por Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

30 MAR 2021 - 04H20 (Atualizada em 31 MAR 2021 - 08H37)

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Das muitas cenas dos Evangelhos, uma das mais emotivas e profundas é certamente a despedida de Jesus, na véspera de sua Paixão e Morte, em Jerusalém. A descrição daqueles momentos nos enchem de tristeza. Jesus sabe que vai enfrentar sua morte, mas, ao mesmo tempo, garante-nos a esperança de que a vida sairá triunfante e de que, n'Ele, todos nós seremos redimidos.

Entre os evangelistas, é João quem descreve os últimos momentos da vida de Jesus com muitos detalhes, ao mesmo tempo em que relaciona, simbolicamente, cada fato com uma realidade teológica profunda (Jo 13,1-15). Assim, ao narrar a Última Ceia do Mestre com seus apóstolos, João vai nos dar uma verdadeira aula de cristianismo, tendo como professor o próprio fundador da fé, Jesus Cristo.

A Ceia de Jesus atualiza a Ceia Pascal Judaica, afinal, tanto ele quanto seus discípulos, eram herdeiros da tradição religiosa de Abraão. Ao reunir os seus apóstolos para cear, Jesus celebra uma tradição religiosa conhecida de todos e, ao mesmo tempo, dá outro significado àquela refeição: ali, não temos mais um cordeiro sendo imolado, mas, sim, o próprio Jesus, que é, agora, o cordeiro dado em oblação para redenção do mundo. Será também nessa refeição que, oferecendo pão e vinho, Jesus faz conhecer aos seus que aqueles alimentos jamais serão os mesmos, quando forem dados em seu nome: pão e vinho, oferecidos em nome de Jesus, pela força do Espírito Santo, serão, verdadeiramente, o Corpo e o Sangue do Salvador.

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Certamente, um dos mais ousados gestos de Jesus foi o de lavar os pés dos apóstolos. Com isso, Ele se coloca como servidor de todos e quebra, totalmente, as convenções sociais de sua época e as de hoje.

Servir parece ser tarefa dos mais fracos, dos que nada têm a oferecer, senão sua força de trabalho; servir parece tarefa que diminui o ser humano, que o humilha e o faz ser pequeno diante daquele que é servido. Mas Jesus vira o mundo de cabeça para baixo e, ao lavar os pés de seus apóstolos, traduz em gestos concretos qual é o papel do seguidor de seus ensinamentos: servir a todos, independentemente de qualquer condição social! Ser cristão é ser servidor: esse é o ensinamento central da vida de Jesus Cristo.

Tomara que, entre tantos ensinamentos deste tempo de Quaresma e Semana Santa, guardemos este, que é o centro de tudo: Jesus se fez servidor para mostrar que os que querem de verdade segui-lo devem servir sem esperar retorno, agradecimento ou aplauso... servir é a natureza do cristianismo, ou seja, quem não vive para servir não serve para ser cristão! É isso!

Escrito por
Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)
Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

Jornalista e missionário redentorista

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