Por Eduardo Gois Em Notícias Atualizada em 24 SET 2019 - 10H38

Sete doenças comuns que podem causar cegueira

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Chegar à velhice não é tarefa fácil, pois são muitos os problemas que vão aparecendo. Às vezes de forma gradativa, outras vezes de uma só vez. Falta de memória, problemas nos ossos, dores etc. Mas
você sabia que entre as principais mazelas relacionadas à idade, estão os problemas da visão? O olho é um órgão que envelhece e sofre alterações e, por isso, é muito importante a realização de exames periódicos. Você pode estar com algum problema na visão e não perceber. 

Leia MaisPor que o brasileiro está deixando de se vacinar?8 mitos e verdades sobre a febre amarelaMédico apresenta novidades no tratamento de diabetes e obesidadeJovens arriscam-se em busca de uma estética idealizadaAté que ponto vale a busca pelo corpo perfeito?Infarto em jovens é mais comum do que se imaginaDe acordo com o médico oftalmologista, Dr. Sergio Luiz Kniggendorf, todas as doenças diagnosticadas no início podem ser tratadas e impedir a perda da visão.

É importante frisar que existem também diversas doenças oculares que têm características degenerativas em sua origem e, portanto, são mais prevalentes em pessoas idosas. Embora muitas doenças tenham um caráter idiopático, ou seja, não têm causa aparente ou conhecida, existem associações das mesmas com fenômenos, como, por exemplo, o tabagismo, o diabetes, hipertensão arterial, exposição ao sol. “Tais condições tendem a se tornar mais frequentes e cumulativas com o passar do tempo e acabam por aumentar o risco para pessoas com idade avançada”, afirma o médico.

O oftalmologista conta que entre as doenças oculares mais prevalentes em pessoas idosas deve-se enfatizar a catarata, o glaucoma, as doenças venosas oclusivas da retina e principalmente a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Outra doença ocular de grande risco de perda visual é a retinopatia diabética. Entretanto, essa última pode afetar as diferentes faixas etárias e não somente os idosos.

Para ele, vale destaque a DMRI, pelo incremento extraordinário da expectativa de vida da população, pois atualmente é considerada a principal causa de perda visual em pessoas acima de 60 anos. “Estima-se que ao redor do mundo de 30 a 35% das pessoas acima de 65 anos tenham algum sinal de DMRI. Nos Estados Unidos, cerca de 500 mil novos casos surgem a cada ano. No Brasil calculamos em torno de 100 a 120 mil casos anuais”, comenta.

Portanto, com o passar da idade, uma visita periódica ao oftalmologista se faz imperativa. “Tal atitude possibilita uma possível identificação precoce de fatores de risco para doenças mais comuns de aparecimento tardio. Esta identificação viabiliza monitoramentos e tratamentos adequados que vão minimizar a chance de termos danos visuais lá na frente. Nesta faixa etária mais avançada, mais do que em qualquer outra, toda doença identificada e tratada precocemente tem um prognóstico final muito mais favorável”, avalia.

Qualidade de vida


Kniggendorf enfatiza que a expectativa da população, como já foi dito, vem aumentando e leva as pessoas a terem muito mais tempo para aproveitar tudo o que a vida proporciona. Agora há muito mais tempo para conviver com a família, fazer viagens, dedicar-se à leitura de um bom livro. Entretanto, essa longevidade vem acompanhada de novos desafios envolvendo a saúde, na forma de novas doenças, que antes não tinham tempo suficiente para dar as caras. Por isso é importante a prevenção, o cuidado com a saúde. “Felizmente, muitas delas têm cura ou controle adequados proporcionados pelos constantes avanços da medicina. Basta que façamos nossa parte. Portanto, atitudes preventivas e nada de negligenciarmos sintomas”, aconselha. 

A consulta com um especialista, em um centro de referência em oftalmologia, é imprescindível para detectar o mais cedo possível o surgimento de doenças. Pode já ser tarde ir ao médico somente depois do surgimento dos sintomas. 

Só médicos têm cacife para diagnosticar


Não adianta somente ler um periódico, consultar a internet, conversar com a vizinha ou ir à benzedeira. Somente um médico oftalmologista é capaz de aconselhar, orientar, diagnosticar uma determinada doença e prescrever medicamentos ou tratamentos.

Em caso de dúvida, a única saída é procurar um especialista de sua preferência. É o que reforça o médico oftalmologista, Dr. Flávio Gaieta Holzchuh. “O médico oftalmologista é o único profissional capacitado para cuidar da saúde ocular da população em todos os aspectos. As doenças são detectadas apenas com a avaliação minuciosa de um especialista através de exames complementares e com auxílio de diversos equipamentos e instrumentos. Por tudo isso, uma visita rotineira ao oftalmologista é tão importante e pode evitar um dano irreversível à sua visão”, afirma.

Sete doenças comuns que podem causar cegueira em idosos

 1 - Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)

No que consiste e o que causa?

É a causa número 1 de cegueira em idosos. Como o próprio nome diz, consiste na degeneração da mácula (estrutura localizada na parte posterior do olho, na retina, responsável pela visão central), A DMRI surge com sintomas de embaçamento visual e/ou distorção de formas, evoluindo com perda gradual e irreversível da acuidade visual. É mais comum em obesos, fumantes e brancos.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Deve-se optar por uma dieta saudável, rica em alimentos com alto teor de ômega-3, além dos vegetais de folhas verdes; não fumar ou parar de fumar; realizar exercícios físicos periodicamente; controlar o peso e a pressão arterial; proteger-se da radiação solar por meio de óculos escuros e/ou com proteção ultravioleta.

2 - Presbiopia

No que consiste e o que causa?

É quando ocorre pioras de visão para perto. Ocorre uma acomodação que impede o olho de focar corretamente. Começa aos 40 e se completa aos 60 anos. A principal causa é o cansaço da visão.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

É corrigida com o uso de óculos.

3 - Catarata 

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No que consiste e o que causa?

É a principal causa de cegueira reversível no mundo. Pode aparecer em qualquer idade, mas ocorre principalmente após os 50 anos. Nesta faixa de idade existe perda progressiva da transparência da lente natural do olho, o cristalino. O fenômeno ocorre mais comumente de maneira natural, pelo envelhecimento do organismo, porém pode ser acelerado por diversas doenças sistêmicas (como, por exemplo, o diabetes) e induzido pelo uso crônico de drogas (a exemplo dos anti-inflamatórios hormonais ou popularmente conhecidos como corticóides). O principal sintoma da catarata é o embaçamento visual, que evolui de maneira gradual até a completa perda da visão.

Que cuidados deve-se ter para evitar? 

Não existe nenhum método para evitar ou prevenir, porém as cirurgias são largamente realizadas com total sucesso. Deve-se, porém, atentar às causas secundárias de catarata, como diabetes e o fumo, promovendo seu controle. Uma dieta saudável, rica em alimentos antioxidantes, pode ser um aliado importante para postergar o aparecimento da catarata. Outra medida preventiva é proteger-se da radiação solar por meio de óculos escuros e/ou com proteção ultravioleta.

4 - Glaucoma 


No que consiste e o que causa?

Doença genética que se manifesta principalmente na terceira idade. Há perda progressiva da visão periférica causada pelo aumento da pressão ocular. Pode levar à cegueira irreversível. O Glaucoma se caracteriza por um conjunto de fatores que leva à perda da visão pela destruição do nervo óptico. Esse fenômeno normalmente é associado ao aumento da pressão intraocular e pode ocorrer em apenas um ou ambos os olhos. É uma das principais causas de cegueira irreversível e se inicia com quadro de perda da visão periférica.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Por se tratar de uma doença insidiosa e irreversível, é indicado realizar a rotina oftalmológica completa em pacientes acima dos 45 anos que tenham histórico familiar. Todos os pacientes acima de 60 anos devem realizar, ao menos uma vez por ano, esta rotina. Um simples colírio pode impedir a evolução.

5 - Doenças Vasculares


No que consiste e o que causa?

Causadas por hipertensão ocular e diabetes essas doenças são mais comuns na terceira idade e afetam os vasos da retina provocando oclusões.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

O controle da pressão arterial, do colesterol e da glicemia.

6 - Retinopatias (Diabética e Hipertensiva)


No que consiste e o que causa?

As retinopatias se caracterizam por alterações progressivas e tardias ocorridas na retina em virtude da complicação de duas importantes doenças: o diabetes e a hipertensão arterial. Geralmente, o acometimento ocular dessas doenças se dá nos vasos da retina, ocasionando deformidades em seu trajeto, extravasamento de líquido e até mesmo hemorragias. As retinopatias se instalam lentamente e por muitas vezes não há sintomas de início; posteriormente, embaçamento e diminuição da acuidade visual podem ser frequentes. Em casos de uma hemorragia, o paciente se queixa de perda da visão súbita no olho acometido. 

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Por se tratar de uma doença progressiva e relacionada ao agravamento de outras duas enfermidades maiores, torna-se imprescindível o controle severo da glicemia e da pressão arterial.

7- Olho Seco

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No que consiste e o que causa?

Os sintomas relacionados ao olho seco são mais frequentes em mulheres após a menopausa em virtude das mudanças hormonais a que são submetidas nesse período. Pacientes em uso crônico de certos medicamentos e/ou submetidos a tratamentos de quimioterapia ou radioterapia também podem relatar a ocorrência desses sintomas em decorrência de alterações desencadeadas nas glândulas lacrimais no que diz respeito à produção da lágrima. Alterações senis nas pálpebras (entrópio, ectrópio) e distúrbios do sistema lacrimal (obstrução) são outros fatores que podem desestabilizar a superfície ocular do paciente, gerando sintomas de olho seco.

Que cuidados deve-se ter para evitar?

Nos casos de olho seco por privação de lágrima podemos empregar o uso de lubrificantes em gotas, pomadas ou gel. Nos casos em que alterações da superfície ocular comprometem a lubrificação dos olhos podemos empregar, além dos métodos já citados anteriormente, cirurgias corretivas, enxertos, suturas provisórias ou definitivas entre outras.

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