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Projeto promove partilha entre as dioceses brasileiras

Em 2012, no contexto da preparação para os 50 anos do Concílio Vaticano II, o episcopado brasileiro iniciou uma reflexão sobre a carência de recursos para a formação do clero. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) identificou dioceses que, por longos anos, não recebiam seminaristas por falta de condições financeiras para custear a formação. Diante dessa realidade, muitas vocações deixaram de ser germinadas pela falta de recursos em algumas dioceses do país.

Em algumas localidades, a renda mensal obtida pelas dioceses não é suficiente para custear a formação nos seminários. Muitas das vezes a concentração de católicos na região em que estão inseridas essas dioceses é pequena ou a renda per capita da população é extremamente baixa.

Com esta constatação, o bispo de Parnaíba (PI), dom Alfredo Schaffler, iniciou a sensibilização do episcopado brasileiro, que aprovou por unanimidade o projeto Comunhão e Partilha, que sugere que cada diocese do Brasil contribua com 1% da receita bruta mensal para um fundo em prol da solidariedade com as dioceses mais pobres.

Foto de: Allan Ribeiro

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Dom Alfredo Schaffler : “Eu creio que [o projeto] nos dá
credibilidade, perante ao mundo que cada vez mais aponta
para o individualismo, nós somos capazes de partilhar”

Só este ano, mais de 300 seminaristas estão sendo apoiados por meio dos fundos do projeto, em aproximadamente 40 dioceses espalhadas pelo território nacional. Há dioceses que são beneficiadas nos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Piauí, Maranhão, Mato Grosso e Amazonas.

Por mês, são arrecadados cerca de 300 mil reais pelo projeto. As dioceses carentes são divididas em três categorias, e mesmo as que recebem o benefício também contribuem. Nas dioceses em que a renda mensal não ultrapassa 10 mil, cada seminarista recebe dois salários mínimos para custear os estudos. Nas que têm renda até 20 mil e 30 mil, recebem um e meio e um respectivamente. “Eu creio que [o projeto] nos dá credibilidade, perante o mundo que cada vez mais aponta para o individualismo, nós somos capazes de partilhar”, ressalta o bispo.

Os recursos se destinam exatamente para a manutenção dos seminaristas na filosofia e teologia. Os resultados do projeto são bastante positivos, revela dom Alfredo. Em 2016, por exemplo, quatro sacerdotes indígenas foram recentemente ordenados no Amazonas, graças à manutenção proporcionada pelo Comunhão e Partilha.

“Eu posso dizer, ao longo desse ano, que mãos abertas nunca são mãos vazias. Essa partilha é algo que nos dá credibilidade. Eu já estou até sonhando com mais. Temos no Brasil 10 mil paróquias e se cada uma dela tirasse 1% para a missão no Amazonas elas não iam deixar de pagar as despesas que têm e íamos crescer na nossa credibilidade”, acredita.

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