Por Elisangela Cavalheiro Em História da Igreja

11. Páginas da História da Igreja

História da Igreja no Brasil – X

Depois de mais de 300 anos vivendo no regime colonial o Brasil entraria no século XIX para viver uma nova etapa de sua história. Entre os dias 27 e 29 de novembro de 1807 a família real portuguesa, com numerosa comitiva embarcava para o Brasil, com o intuito de transferir para a América a sede do governo lusitano. Um dia depois as tropas invasoras do exército de Napoleão Bonaparte entravam em Lisboa, sem encontrar resistência. Durante a viagem de Portugal para o Brasil a comitiva portuguesa seria protegida pelas naves de guerra da Inglaterra, seu aliado e protetor. 2ª Época - A formação do novo Estado (1808-1930)

Uma pergunta que até hoje os historiadores tentam responder é os motivos que levaram a família real portuguesa a mudar-se para o Brasil. Para responder esta pergunta precisamos compreender a situação da Europa no início do século XIX.

Uma corte em movimento: Portugal havia se tornado uma região semi - periférica do capitalismo industrial, sendo colocado no centro da disputa entre França e Inglaterra pelo domínio do mundo. A dependência de Portugal tornava impossível a neutralidade.

Para a Inglaterra era mais interessante conservar a vasta colônia do que a minúscula metrópole. A marinha inglesa tinha o domínio dos mares e seus navios retiravam do Brasil toda a matéria prima de que precisavam. Quando começou o movimento expansionista de Napoleão Bonaparte Portugal foi a vitima da hora na luta entre as duas potencias.

Rio de Janeiro, Capital da Monarquia Portuguesa

A idéia de se transferir a sede do império para o Brasil já tinha sido ventilada no passado, mas somente a invasão francesa tornou possível a concretização da idéia. Nesta época a cidade do Rio de Janeiro já gozava da condição de capital. Por volta de 1763 a cidade tinha uma população de aproximadamente 100 mil habitantes.

Significados da mudança da corte para o Brasil: Perda da autonomia por parte do Brasil, pois já não existia mais a distancia em relação à metrópole. Desorganização econômica, pois a colônia teve de arcar com todas as despesas da mudança, transferência e reorganização da corte. Além disso, precisou continuar pagando as taxas para sustentar os exércitos que lutavam em Portugal contra os invasores.

Dificuldades das mudanças administrativas, tendo a cidade que adaptar-se por não estar preparada para receber a corte. Nos primeiros tempos a oposição e a luta entre a nobreza lusitana e criola seria bastante intensa.

Brasil, Reino Unido a Portugal (1808-1822)

Com a chegada da família real no Rio de Janeiro e com sua instalação, ainda que provisória, diversas medidas foram sendo tomadas: Abertura dos portos ao comercio exterior, com o fim do monopólio de Portugal.

Realização de um programa de melhoramentos internos com a fundação de colégios, criação da Imprensa Régia, inauguração da Biblioteca Nacional e do Jardim Botânico, reaparelhamento da marinha e criação de um programa de fortificações ao longo da costa brasileira.

Implantação de um programa de reformas administrativas com fornecimento de crédito, emissão de papel moeda e criação do Banco do Brasil.

Paralelo a essas medidas o Brasil precisou trabalhar para superar as dificuldades internacionais, além das revoltas internas. Com isto vários progressos foram conseguidos, novos mercados e novos meios de transporte incentivam a produção.

Em 1822, antes da Independência, as 19 capitanias forma transformadas em províncias, que mais tarde dariam origem aos atuais estados.

Primeiro Império Brasileiro (1822-1831)

Em 1820 aconteceu a Revolução do Porto obrigando a volta de Dom João VI a Portugal. Napoleão Bonaparte havia sido vencido em 1814 e a Europa passava por uma reestruturação geopolítica fruto do Congresso de Viena (1814\15).

Dom Pedro I permaneceu no Brasil, assumindo o trono e garantindo liberdade e respeito à Igreja católica, mas aos poucos foi se desentendendo com Portugal. A independência do Brasil tem a sua data simbólica no dia 07 de setembro de 1822.

Na realidade, porem, nunca houve de fato a tão sonhada independência. O Brasil simplesmente saiu dos círculos dominadores de uma metrópole para cair sob a dominação de outra. Durante o império haveria ainda a influência decisiva do liberalismo, a ação da maçonaria e do positivismo. Com isto as maiores províncias do império estariam numa constante fermentação.

A partir de 1823 começou uma campanha de normalização da vida interna do império com a convocação de uma assembléia constituinte e promulgação da primeira constituição brasileira. Ao lado disto começou-se uma campanha externa para conseguir o reconhecimento do novo império, com o envio de embaixadores às principais nações Crises e dificuldades

A proclamação do império não significou o fim das dificuldades para o Brasil. Em primeiro lugar, Dom Pedro I precisou enfrentar a revolta da guarnição portuguesa que ficou no Rio de Janeiro, até que em 1823 os últimos soldados portugueses saíssem do Brasil.

Diversas revoltas eclodiram nas províncias brasileiras destacando-se a tentativa de instaurar a republica em Pernambuco no ano de 1824. Por causa disto foi criado o Conselho de Estado formado pelos representantes das províncias. Além disso, duas novas províncias, Amazonas e Paraná foram também criadas.

Se as dificuldades internas eram grandes, também não faltaram crises externas. Uma delas foi a revolta na Província Cisplatina (Uruguai) que na época pertencia ao Brasil. Esta revolta foi completamente subjugada apenas em 1828.

O caráter e a personalidade do imperador Pedro I fez por aumentar ainda mais esta crise que marcou toda a vida do primeiro império brasileiro. Ela fez com que a Assembléia Constituinte fosse dissolvida e a constituição fosse criada e promulgada segundo a vontade do imperador. Por causa disto a oposição fortaleceu seus ataques, chegando a criar um jornal oposicionista.

Apesar disto progressos foram alcançados na economia e nas finanças. Em 1828 foi criado o Supremo Tribunal de Justiça e em 1830 entrou em vigor o novo código criminal.

Vários motivos, como estes que citamos acima provocaram o fim do primeiro império com a crescente dificuldade de relacionamento do imperador com o poder legislativo, com o fortalecimento da oposição e com a complicação da situação em Portugal.

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