Por Elisangela Cavalheiro Em História da Igreja

12. Páginas da História da Igreja

História da Igreja no Brasil – XI

Depois dos 13 anos de governo de Dom Pedro I, naquele que é chamado de Primeiro Império, ele se viu obrigado a voltar à Portugal. Foram vários os motivos que provocaram esta volta.

Entre eles podemos citar a oposição constante do Legislativo Brasileiro motivada pelo fato do imperador violar constantemente as regras constitucionais. Além disso, a má condução das finanças e administração era foco de uma crítica constante.

A oposição ao imperador reforçou – se pela ação dos jornais da época, pois dos 53 jornais publicados até 1830, somente 11 eram favoráveis ao imperador.

Por causa disso em varias províncias do império surgiram tentativas de se implantar a república, destacando – se a célebre revolução acontecida em Pernambuco no ano de 1824.

A complicação da situação em Portugal também contribuiu para apressar a abdicação de Dom Pedro I em favor de seu filho Pedro II que tinha então somente 06 anos. Ele retornou a Portugal em 1831 deixando seu filho no Brasil.

O tempo das Regências

Este tempo que agora passamos a estudar duraria 09 anos, período compreendido entre 1831 e 1840. A abdicação de Dom Pedro I representou a completa vitória do liberalismo, sistema que ainda predominaria durante o tempo das regências e segundo império.

Em abril de 1831 foi constituída uma Regência Provisória formada por membros do parlamento. Em junho deste mesmo ano formou – se uma Regência Permanente que sucessivamente seria composta por membros mais influentes da sociedade e do parlamento brasileiro, destacando - se Duque de Caxias e o Padre Antonio Diogo Feijó.

O período das regências foi marcado pela anistia geral, reforma constitucional abolindo o Conselho de Estado e criação das Assembléias Provinciais.

Poder dos Regentes

Os regentes do menino Pedro II não podiam dissolver a câmara, conceder títulos ou condecorações. Eles só tinham parte do Poder Moderador. Por esta razão podiam exercer outras atividades. Padre Feijó, por exemplo, foi Ministro da Justiça e José Bonifácio declarado Tutor do príncipe. Aos regentes cabia sim organizar os ministérios.

A reforma constitucional foi completada em agosto de 1834 através de um Ato Adicional, mas tinha muitos excessos.

Neste período, 04 partidos políticos dominavam o cenário da nação. Existia o Partido Absolutista que era conservador, o partido republicano, o constitucionalista que era liberal e o chamado partido comodista considerado como o que ficava “em cima do muro”, pendendo ora para um lado, ora para outro.

A partir de 1839 começou um duplo movimento. Os conservadores queriam reforçar o governo central e os liberais propunham a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, o que de fato veio a acontecer e no dia 23 de julho de 1840 Dom Pedro II tornou - se o novo imperador do Brasil.

O primeiro ministério que ele nomeou foi formado basicamente por políticos liberais, tendência dominante no período.

Movimentos e Revoluções no país

O período das Regências foi marcado por alguns progressos, mas também por varias revoluções e revoltas no país. As principais revoltas e revoluções foram:

Cabanagem: Acontecida no Pará entre 1832 e 1837;

Guerra dos Farrapos: Acontecida no Rio Grande do Sul entre 1835 e 1845;

Revolta da Sabinada: Acontecida na Bahia entre 1837 e 1838;

Balaiada: Acontecida no Maranhão entre 1839 e 1840.

Todas estas revoltas e movimentos tinham algumas características comuns:

Tinham caráter separatista ou federalista, lutando por maior autonomia das províncias, reagindo contra presidentes de província impostos pelo regente;

Eram de tendências republicanas e influenciadas pelo movimento liberal;

Contavam com ampla participação popular e contavam com a presença de líderes carismáticos;

Culminavam com um momento de descrédito da autoridade central e por isso exploravam a sua fraqueza;

Tinham alem disso influência das idéias que vinham da Argentina e do Uruguai. É bom a gente lembrar que neste tempo, como já havia acontecido durante o primeiro império continuava a influência dos jornais na formação da opinião pública.

Junto com a declaração de maioridade de Dom Pedro II permitindo que ele começasse a governar aos 14 anos, vieram algumas mudanças, mas a situação em sua totalidade permaneceu bastante crítica.

Tempo de Governo de Dom Pedro II

O novo imperador do Brasil governaria o nosso país durante quase 50 anos, mas se a sua maioridade representou uma vitória do liberalismo, os tempos que se seguiram foram bastante difíceis. Isto por diversas razões.

O poder político foi monopolizado apenas por algumas famílias e nem os partidos políticos mais influentes participavam plenamente desta oligarquia. Por outro lado os movimentos separatistas continuavam agindo, sobretudo, no Rio Grande do Sul. Algumas ações liberais acontecidas também em São Paulo e Minas Gerais foram reprimidas pelo Duque de Caxias.

Apesar de alguns avanços significativos a situação no campo da cultura e administração era bastante precária. Por outro lado o panorama econômico do império era também precário por causa dos gastos excessivos, errada política de circulação da moeda, política financeira desastrada e pouca ação comercial externa.

Por causa disto o império brasileiro foi marcado por algumas situações bem conhecidas de todos nós, pois rondavam até algumas décadas na história mais recente de nossa nação.

Naquele tempo a abundante emissão de moeda fez aumentar a inflação e a desvalorização monetária. Com isso cresceu o custo de vida, o déficit interno e a falta de crédito. Alguns tratados de comércio assinados anteriormente fizeram aumentar a nossa dependência externa, pois foram altamente desfavoráveis ao país.

Se hoje somos dependentes dos EUA e outras nações, naquele tempo éramos presas fáceis da Inglaterra e da França.

Apesar de tudo isso o Segundo Império no Brasil trouxe avanços e novas perspectivas. Ele passaria por diversas fases que rapidamente elencamos:

Período das Regências: De 1831 a 1840;

Primeira fase do Império: De 1840 a 1850;

Apogeu do II Império: De 1850 a 1863;

Guerras Externas: 1864 a 1870;

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