História da Igreja no Brasil - XIII
Em 1840, depois de toda a luta para antecipar sua maioridade, Dom Pedro II assumiu o governo monárquico do Brasil e ficaria no poder até 1889.
Nos primeiros tempos enfrentou muitas dificuldades por causa do difícil situação econômica e administrativa do império devido a complicada situação política. Aos poucos, porém, foi impondo o seu modo de governar e o país conseguiu bons avanços em todos os campos.
No contexto interno, políticos liberais e conservadores se alternavam na formação dos gabinetes de governo. Ao lado disso continuavam acontecendo revoltas e revoluções nas províncias do império, destacando - se a Revolta de Alagoas (1844) e a Revolução Praieira em Recife (1848/50).
O Poder Moderador dava uma grande autoridade ao imperador e isso sempre foi motivo de choque e oposição com o legislativo.
Três questões marcariam de vez o Segundo Império Brasileiro e o tempo de governo de Dom Pedro II. Seriam elas o fim da Escravidão Negra no país, os conflitos externos, com destaque para a Guerra do Paraguai e a evolução interna da economia, com amplos progressos, sobretudo na área dos transportes e comunicação.
Evolução da Questão Racial no Brasil
Durante o Segundo Império a questão negra tornou - se ainda mais complexa. Nos anos de 1826/27 foram assinados tratados de comércio e navegação com a Inglaterra, marcando o ano de 1830 como o final da importação de escravos.
A aristocracia rural não aceitou tal medida por duas razões. Primeiro porque não estava preparada para substituir a mão de obra escrava por mão de obra assalariada e também porque isto reduziria muito seu lucro e seu poder. Se tal medida se tornasse vitoriosa a Inglaterra conseguiria diminuir o poder dos conservadores radicados em sua maioria na Aristocracia Rural.
É bom lembrar que nesta época a Inglaterra vivia o auge da Revolução industrial e, embalada pela doutrina do liberalismo Econômico, precisava de nossos mercados para desovar sua produção.
A partir de então a Inglaterra começou uma constante pressão contra a importação de escravos com o fim de tornar a situação insustentável para os armadores e para os comerciantes. O Brasil passou, porém, a contratar navios de outros países como a França e passou a usar navios menores que tinham mais facilidade de furar os bloqueios navais. Com tudo isso o número de escravos importados continuou praticamente o mesmo, ou seja, na casa de 50 a 60 mil por ano.
Paralelo a isso aumentou o movimento nacional contra o tráfico negreiro e diversas leis foram sendo aprovadas como a Lei dos Sexagenários e a Lei do Ventre Livre que viriam como os últimos capítulos antes da Lei Áurea de 1888.
Começou também neste período uma política de intensificação do recrutamento de imigrantes na Europa. Em 1835 formou - se uma Sociedade colonizadora para recrutar, proteger e auxiliar os imigrantes que chegassem. Antes de 1850, porém, apenas 12 mil imigrantes entraram no país.
Os tratados e acordos que foram assinados com outros países, a concretização do Sistema de Parcerias, a melhoria da Legislação e Política Imigratória fizeram com que aumentasse o número de imigrantes que a cada ano entrava no país. Estes viriam, em sua maioria, para trabalhar na cultura do café e iriam propiciar a modificação dos métodos agrícolas. A cidade de Nova Friburgo foi a primeira colônia fundada no país, isto em 1818.
Conflitos Externos
Algumas questões de fronteira e outros conflitos de interesse já vinham acontecendo no país desde o Primeiro Império, especialmente no sul do Brasil. Conflitos envolvendo os países da região como Uruguai e Argentina passaram a ser mediados pela França e Inglaterra e o Brasil também se envolveu na questão. Em 1845 terminou a Guerra dos Farrapos e o Rio Grande do Sul foi reintegrado ao império.
Uma questão que deu muita discussão neste tempo só foi resolvida a partir de 1850. Tratava - se da liberdade de navegação no Rio da Prata e no Rio Amazonas, caminhos naturais de penetração para o interior do continente. A assinatura de tratados internacionais em 1866 com os países fronteiriços resolveu de vez esta questão.
Disputas por fronteiras existiam varias: Com o Uruguai, com a Inglaterra por causa do Amapá e com a França por causa das Guianas, mas a questão mais grave e que atingiu maiores proporções foi a Guerra contra o Paraguai. A princípio o Brasil manteve - se neutro, mas quando as perturbações atingiram o território brasileiro e as medidas diplomáticas fracassaram, o Brasil entrou na guerra.
A Guerra do Paraguai durou de 1864 até 1870 envolvendo de um lado o Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai do ditador Solano Lopes.
No auge da guerra mais de 200 mil soldados estiveram em armas, sendo 67 mil do lado brasileiro destacando - se a figura de Duque de Caxias.
O Paraguai saiu da guerra completamente destruído. Sua população de mais de 01 milhão de habitantes foi reduzida a pouco mais de 300 mil e os mortos da guerra chegaram a mais de 800 mil, sendo 33 mil do lado brasileiro. O Paraguai perdeu um terço de seu território e ganhou um enorme débito financeiro que até hoje prejudica o seu desenvolvimento.
Progresso Econômico e Cultural
O Segundo Império Brasileiro, apesar das crises pelas quais passou representou para o país uma época de avanços e crescimento nos campos da economia e da cultura.
A base da economia continuava sendo a agricultura, tendo em vista a exportação para o mercado externo, mas começava a se diversificar. Aos poucos crescia a cultura do café, sustentada agora pelos imigrantes europeus que aumentavam em número e qualidade.
Nas ultimas décadas do século XIX chegava uma média de 19 mil imigrantes por ano, vindos, sobretudo, da Itália e Alemanha e numa menor proporção de outros países.
Pequenos bancos foram fundados a partir de 1836, mas o Banco do Brasil já detinha o monopólio na emissão de moedas.
A partir de 1854 começaram a ser construídas as primeiras ferrovias, instalados os primeiros cabos de telégrafos no continente e implantada a primeira linha telefônica submarina unindo o Brasil à Europa. No comércio exterior aumentava a tonelagem exportada e as cidades começaram a ser iluminadas a gás.
Até 1889 já existam 636 fábricas instaladas no Brasil, empregando uma média de 54 mil operários. No campo da cultura as últimas décadas do século XIX marcarim o despertar da consciência nacional em todos os campos da produção, mas a influência estrangeira ainda continua forte.
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