Por João Antônio Johas Leão Em Espiritualidade

1º de Maio: Trabalhando com Deus

No dia em que celebramos o dia do Trabalho, podemos refletir um pouco mais sobre essa dimensão importante da vida do homem. Qual é o significado do trabalho? Ele é bom? Porque Deus quis que trabalhássemos? Essas e outras perguntas podem surgir ao longo das jornadas diárias e se não encontramos as respostas, o trabalho pode perder seu sentido e nos deixar um pouco confusos.

trabalho

No compêndio da doutrina social da Igreja (CDS), podemos encontrar o que ela nos ensina sobre tudo o que é relativo ao tema social, inclusive o trabalho e a sua dignidade. La podemos ver que já no Antigo testamento o trabalho nos é apresentado de maneira positiva. No numeral 255 encontramos: “O Antigo Testamento apresenta Deus como criador onipotente (cf. Gn 2, 2; Jó 38-41; Sal 103[104]; Sal 146-147[147]), que plasma o homem à Sua imagem e o convida a cultivar a terra (cf. Gn 2, 5-6) e a guardar o jardim do Éden em que o pôs (cf. Gn 2, 15). Ao primeiro casal humano Deus confia a tarefa de submeter a terra e de dominar sobre todo ser vivente (cf. Gn 1, 28). O domínio do homem sobre os demais seres viventes não deve todavia ser despótico e destituído de bom senso; pelo contrário ele deve «cultivar e guardar» (cf. Gn 2, 15) os bens criados por Deus”. É um chamado a aperfeiçoar a obra de Deus. De fato, Deus criou o mundo bom, não perfeito. Ele quer que o homem o aperfeiçoe por meio do seu trabalho.

 

"Muitas vezes o trabalho é visto como uma punição, ou como um mal necessário para a vida. Mas originalmente ele não é isso".

Muitas vezes o trabalho é visto como uma punição, ou como um mal necessário para a vida. Mas originalmente ele não é isso. Antes do pecado original o homem trabalhava sem fadiga. Esta veio a partir da desobediência do homem à Deus. “Eles quiseram ter o domínio absoluto sobre todas as coisas, sem se submeterem à vontade do Criador. Desde então o solo se torna avaro, ingrato, surdamente hostil (cf. Gn 4, 12); somente com o suor da fronte será possível extrair dele alimento (cf. Gn 3, 17.19)” (CDS, 256). Mas nem por isso o trabalho do homem perdeu seu significado de ser guardião e de cultivar a criação de Deus.

Jesus mesmo nos ensina a apreciar o trabalho. O CDS nos lembra que São João Paulo II disse uma vez que: “(Jesus) se tornou semelhante a nós em tudo, passando a maior parte dos anos da vida sobre a terra junto de um banco de carpinteiro, dedicando-se ao trabalho manual”. De fato é muito interessante pensar sobre isso. Até os 30 anos Jesus não pregou abertamente, não caminhou anunciando o Reino de Deus, não curou ninguém publicamente. Foram apenas nos últimos 3 anos que Ele fez tudo isso. Até essa idade ele vivia com seus pais, trabalhando junto com José, como um simples carpinteiro da Galileia. Quantas pessoas hoje em dia não se assemelham a Jesus nesse sentido, trabalhando ocultamente de maneira honesta para sobreviver?

O Trabalho não é apenas bom e querido por Deus, mas necessário. Mais do que um dever, é um direito do homem poder trabalhar. “O trabalho é um direito fundamental e é um bem para o homem: um bem útil, digno dele porque apto a exprimir e a acrescer a dignidade humana. A Igreja ensina o valor do trabalho não só porque este é sempre pessoal, mas também pelo caráter de necessidade” (CDS 287). De fato o trabalho é necessário para formar e manter uma família, para que se possa aceder a uma propriedade privada e para poder contribuir com o bem de toda a humanidade.

Apesar de tudo isso, muitas vezes nos cansamos e precisamos de alento para seguir caminhando e trabalhando. Assim como Deus descansou no último dia, é bom que nós também descansemos para poder recuperar as forças, físicas e espirituais, para poder voltar ao labor diário. E precisamos realmente da Graça de Deus para poder trabalhar no mundo como verdadeiros cristãos. Aproveitemos esse feriado para também aproximar-nos mais de Deus, compreendendo melhor que trabalhamos fundamentalmente, como católicos, para sua Glória.

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