Por Elisangela Cavalheiro Em História da Igreja

5. Páginas da História da Igreja

História da Igreja no Brasil - IV

Depois de termos feito uma grande síntese dos mais de 500 anos da História da Igreja e da Sociedade Brasileira, a partir deste artigo passamos a detalhar um pouco mais os fatos e momentos históricos importantes do nosso caminhar. E para refrescar a nossa memória lembramos que nossa história é dividida em três grandes períodos, sendo o primeiro deles o mais longo atingindo os três séculos de nossa caminhada.

A Cristandade Americana (1500 – 1808)

A chegada dos portugueses ao Brasil e dos europeus à América não foi fruto do acaso ou da sorte como durante muito tempo se ensinou e se acreditou. Sua chegada, a conquista e exploração de nossas terras e das gentes que aqui viviam foi parte de um amplo projeto colonial capitalista, encabeçado por Portugal e outras potências européias.

Descobrimento ou Conquista

Podemos dizer que aqui nós tínhamos não uma terra a descobrir e sim uma terra a explorar, pois à conquista seguiu a exploração.

Razões A existência de terras onde hoje existe o Brasil já era fato já conhecido, mesmo antes de Pedro Álvares Cabral, mas por medo da concorrência Portugal havia escondido estes fatos e todos os mapas que indicavam terras nesta nossa localização. Existe uma remota possibilidade de os vikings, vários séculos antes dos portugueses tivessem chegado à América. Ainda não temos provas concludentes e sim evidências esparsas.

As descobertas, os progressos técnicos e as rotas de viagem eram cobiçados por piratas que já rondavam todos os mares. Como França, Inglaterra e Espanha eram mais fortes, a arma de Portugal era o segredo. Como prova deste conhecimento fica uma questão: Por que o Rei Dom João II que governava Portugal não aceitou a proposta de Cristovão Colombo de atravessar o Oceano Atlântico em direção às Índias?

Por tudo isso, podemos dizer que o Brasil não foi descoberto, e sim conquistado. Claro que, apesar de saber das terras existentes por aqui, Portugal não tinha a completa noção das suas dimensões, coisa que ainda hoje nem nós temos. Tanto assim que por muito tempo consideravam que houvessem descoberto uma ilha.

Se o Brasil não foi descoberto, mas sim conquistado e sendo concorrente de nações muito mais fortes, porque Portugal pode conservar o Brasil:

Antes que começasse a exploração do Brasil as riquezas arrancadas da América pelos espanhóis começaram a chegar à Europa.

Além de Portugal e Espanha havia o rei da França que contestava a divisão das terras entre as duas potências, divisão acontecida pelo Tratado assinado na pequena cidade espanhola de Tordesilhas e patrocinada pelo papa que ainda era a maior autoridade de então.

A distância e as dificuldades de navegação impediram que a França e outras potências marcassem presença na exploração do Brasil. E quando tentavam como aconteceu com os franceses no Rio de Janeiro e Maranhão, Portugal uniria forças para expulsar os invasores.

A Expedição exploratória de Martin Afonso de Souza

Todos bem conhecemos como foi o início de nossa história e do processo de exploração colonial que aqui foi imposto por Portugal.

Durante mais ou menos trinta anos o Brasil ficou inexplorado, sem uma presença mais forte de Portugal. A metrópole começaria a marcar presença apenas a partir de 1532 com a expedição de Martin Afonso de Souza realizada entre 1530 e 1532.

Esta expedição traçou cartas do nosso litoral, expulsou os piratas franceses, afundou seus navios e construiu algumas guarnições militares em pontos estratégicos ao longo do litoral.

Outro serviço importante foi a fundação de cidades como São Vicente, no litoral paulista. Em pouco tempo São Vicente, São Paulo e Pernambuco (Itamaracá e Olinda) ao norte tornaram – se pólos de exploração do Brasil e de interiorização da conquista, levando os portugueses a chocar – se com os espanhóis ao sul e com os franceses ao norte.

Com esta interiorização da conquista começava o processo de exploração e destruição da cultura autóctone que aqui existia. Esta continua sendo uma das páginas mais tristes de toda a nossa história.

Os indígenas que, no começo da colonização eram entre 05 a 08 milhões, foram sendo reduzidos gradativamente por causa das doenças disseminadas pelos brancos, pela guerra e apresamento que tinha em vista o trabalho forçado nas fazendas e nos engenhos que estavam sendo criados.

A exploração das Terras Conquistadas Inicialmente foram adotados aqui no Brasil os sistemas já utilizados na Ilha da Madeira e nos Açores. Este sistema foi chamado de Capitanias Hereditárias, pois sua posse passava de pai para filhos por hereditariedade. Os donatários tinham poder soberano sob suas terras, pagando à Coroa Portuguesa parte do lucro recolhido com a exploração. Na verdade o sistema de capitanias foi uma adaptação do Sistema Feudal à realidade do Brasil. Este sistema fracassou e, em pouco tempo, precisou ser substituído.

Razões do fracasso das capitanias Hereditárias

Havia uma grande dificuldade de traçar os limites de cada capitania por causa da geografia brasileira. Existia um tênue limite entre os poder dos donatários e dos colonos e na maioria das vezes um grande choque de interesses. Faltava um código administrativo comum que impedisse os choques de interesse. Faltou uma autoridade central que fizesse a ligação das capitanias entre si e com a distante metrópole. Ao contrário das colônias espanholas, no Brasil a autonomia em relação à metrópole sempre foi maior.

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