História da Igreja no Brasil - VI
A partir de 1549, no lugar do sistema de Capitanias Hereditárias que aqui havia sido implantado, passou – se a organizar um novo sistema de administração do Brasil chamado de Governadores Gerais.
A cidade de Salvador foi escolhida para ser a sede do governo. A partir daí muitas autoridades vieram de Portugal para o Brasil para aqui assumirem o governo das colônias.
O Sistema de Governadores Gerais
Um poder unificado como dos governadores gerais ajudaria muito a suprir as deficiências do sistema anterior, principalmente se levarmos em conta as dificuldades de transporte e comunicação por causa das distâncias e hostilidade do clima e relevo.
Em duas ocasiões, primeiro entre 1572 e 1575 e depois entre 1608 a 1612 tentou – se a divisão do governo em dois, com sedes no Rio de Janeiro e Salvador, mas nas duas ocasiões o sistema fracassou. Desta forma o sistema vigorou até 1713 quando da criação de outro sistema o do Vice – Reino.
Os governadores gerais tinham como função a administração geral da colônia seja na área política, bem como na implantação da justiça e defesa do território, além de trabalhar na expansão da colonização, fundando cidades e vilas.
No seu tempo vigoraram as chamadas Entradas e Bandeiras que contribuíram para a interiorização do domínio português de nosso território. Elas não respeitaram os limites definidos pelo Tratado de Tordesilhas realizado em 1494. As entradas e bandeiras foram uma das culpadas pela destruição e pelo massacre de inteiras populações indígenas até que a sua escravidão fosse proibida.
Como falamos das Capitanias Hereditárias é bom lembrar que elas vigorariam por muito tempo. Até 1808 vigorariam 10 capitanias gerais, 02 capitanias autônomas e 05 capitanias subalternas. Dentro delas é que seriam doados os territórios conhecidos como sesmarias.
Ação da Igreja neste período
Junto com Tomé de Souza, primeiro governador geral do Brasil veio uma equipe de Jesuítas para trabalhar na evangelização e catequese dos indígenas e também na evangelização dos colonizadores. Nela se destaca a figura de José de Anchieta e Pe. Manoel de Nóbrega.
De 1549 em diante a Igreja foi se organizando no Brasil e criando estruturas físicas voltadas para a missão. Apesar de tudo isso vai enfrentar uma serie de desafios e dificuldades algumas das quais persistem até os dias de hoje. Entre elas podemos destacar:
A insuficiência de pessoal qualificado para a missão e o pequeno número de instituições. No Brasil, desde o início o clero sempre foi reduzido, daí a dependência de pessoal vindo do exterior;
As grandes extensões do nosso território e a dificuldade de comunicação, pela falta de estradas e meios de transportes fez com que as paróquias fossem enormes e a comunicação com as dioceses dificultada. Ainda hoje existem dioceses no Brasil que tem o tamanho de certos países da Europa.
O isolamento de muitos padres criava problemas de ordem disciplinar e na vivência do celibato, pois as visitas pastorais eram dificultadas. Nas paróquias do interior o problema era o baixo nível da formação do clero.
No século XVIII existiam apenas 18 paróquias no Brasil, por isso o método pastoral mais utilizado era o da Desobriga. Os padres percorriam a cavalo grandes distâncias, iam de fazenda em fazenda e ali realizavam a catequese e regularização da administração dos sacramentos.
Quem sabe este era o único contato que o povo tinha com a vida da Igreja num longo período de tempo, mas este método ajudou a solidificar a fé e formar a religiosidade do povo brasileiro. Nem mesmo a presença dos holandeses calvinistas no Brasil faria com que o povo abandonasse a fé católica.
Domínio Espanhol
O ultimo representante da Dinastia de Aviz que governava Portugal, o cardeal – rei Dom Henrique faleceu em 1580 sem deixar sucessor. Depois de muita confusão o rei da Espanha Felipe II assumiu o poder também em Portugal e os dois reinos seriam unificados no período que vai de 1580 a 1640.Com isso ele assumiu também o controle de toda a América governando as colônias que já eram suas e as de Portugal.
Aproveitando – se disso, sobretudo pela ação dos bandeirantes, os conquistadores portugueses foram entrando para o interior de nosso território, superando as fronteiras e os limites impostos anteriormente.
A Igreja enfrentou grandes dificuldades com os bandeirantes porque quando eles atacavam aldeias ou as reduções indígenas jogavam por terra todo um trabalho realizado. A sanha dos conquistadores destruiu um trabalho florescente realizado nas missões indígenas, pois seu interesse maior era conquistar escravos que eram levados para o trabalho nos engenhos e nas fazendas.
Em 1640 houve a restauração da Dinastia portuguesa com Dom João IV. A revolta que levou à restauração de uma dinastia portuguesa tece o apoio do Cardeal Richelieu, primeiro ministro da França. Depois da derrota espanhola foi assinado o Tratado de Lisboa em 1668.
A completa regulamentação só se tornou possível pelo apoio do papa Clemente IX que até esse momento não havia reconhecido Portugal.
Este período da dominação espanhola em Portugal e nas colônias marca o tempo da intensificação da concorrência na exploração colonial com o surgimento de outras potências como a França, Inglaterra e Holanda.
As colônias portuguesas seriam atacadas na Ásia, na África e nas Américas e aqui entre nós os holandeses permaneceriam por 30 anos, de 1624 até 1654.
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