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Espiritualidade

Beata Albertina: uma vida que vale a pena viver

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

14 JUN 2021 - 10H00 (Atualizada em 15 JUN 2023 - 16H52)

Neste dia 15 de junho é celebrada a memória litúrgica da Beata Albertina Berkenbrock. 

Leia MaisFilme sobre a Beata Albertina é entregue ao PapaPapa Francisco celebra nova beata brasileira: “Aplausos!”Conheça a beata que inspirou a personagem Lúcia de NárniaNascidem 11 de abril de 1919, em Imaruí, Santa Catarina, município pertencente à diocese de Tubarão e participante da comunidade São Luiz. 

Ela viveu pouco: apenas 12 anos. Foi assassinada em 15 de junho de 1931, após resistir a uma tentativa de estupro.

Porém, nesse pequeno espaço de tempo, conseguiu mostrar como Deus pode inflamar de tal maneira um coração bem disposto, a ponto de que ele seja capaz, inclusive, de entregar a própria vida antes de ofender a esse Amor que o toma por inteiro.

Por sua fidelidade até o extremo, foi beatificada em 2007 pelo Papa Bento XVI e continua sendo um sinal de Deus para a Igreja no Brasil.

A história de seu assassinato faz lembrar a vida de outros santos, que também passaram por uma situação semelhante, ou que também foram capazes de abraçar o amor de Deus com sinceridade nos seus primeiros anos de vida.

Santa Maria Goretti, por exemplo, também morreu ao resistir uma tentativa de violação, aos 11 anos de idade. São Domingos Sávio não morreu assassinado dessa forma, mas entre suas resoluções de primeira comunhão, podemos ver uma que ilumina a atitude dessas duas meninas e, com certeza, a sua própria, durante os 15 anos que teve de vida aqui na Terra: “Antes morrer que pecar”.

Me parece que isso é o mais impressionante que esses santos têm em comum. Conseguiram, em tão pouco tempo, abrir-se à Graça de Deus, que inundou seus corações. Faz lembrar daquela passagem do Evangelho sobre o semeador que semeia em vários tipos de terra.

Eles foram, com certeza,
terra boa, onde a semente da Palavra de Deus caiu, cresceu, não sem dificuldades, e deu muitos frutos. Finalmente, cada um deles tornou-se um desses grãos de trigo, que morre e dá mais fruto ainda. Assim aconteceu com os mártires dos primeiros séculos e continua acontecendo com todos os que, ainda hoje, dão a vida pela fé.

"Hoje em dia, a juventude parece, muitas vezes, longe desse ideal. Deus parece estar perdendo cada vez mais espaço nesses corações". Tudo em nome de uma suposta liberdade e autonomia, de um desejo autêntico de realização e felicidade. Mas será que ela está procurando no lugar correto?

Quanto mais buscam a si mesmos e se tornam independentes, mais parecem se frustrar. A felicidade para qual o nosso coração está feito, somente encontramos quando nos entregamos sinceramente a Deus e aos demais.

E é exatamente isso que a Beata Albertina nos mostra, com sua vida e com sua entrega até o extremo. Uma vida que vale a pena ser vivida e pela qual vale a pena entregar tudo. Atualmente, está ficando cada vez mais difícil ver um compromisso verdadeiro e duradouro na juventude.

Vemos relações que estão cada vez mais efêmeras, uma cultura do descartável, que já
não se restringe mais às coisas, mas que se estende às pessoas, poderíamos dizer, “coisificando-as”.

É, em parte, compreensível porque, se por um lado o mundo oferece muitas possibilidades, por outro ele não consegue oferecer
a única que realmente pode responder ao coração do jovem, que é um amor infinito, só “disponível” em Deus. 

Estamos todos buscando uma vida pela qual vale a pena viver e morrer? Quando encontramos aquela pessoa amada, por exemplo, experimentamos que somos capazes de tudo por ela. Queremos nos entregar totalmente. E isso não tira a nossa liberdade; pelo contrário, parece que essa é a única maneira de ser livre e feliz.

Em Jesus, Albertina encontrou essa pessoa amada. E cada um de nós podemos também viver desse amor de Deus. Ele quer transformar o nosso coração, assim como transformou o da nossa Beata. Que possamos abrir-nos mais a Ele, que é quem realmente pode nos fazer feliz.


Santuário Diocesano Bem-Aventurada Albertina Berkenbrock

A pequena comunidade de São Luis, em Imaruí, no sul catarinense, dispõe, desde 2013, de um local para apresentar aos inúmeros peregrinos a história da jovem mártir e para expor os ex-votos trazidos pelos fiéis que receberam milagres. A fama de santidade da beata atrai cada vez mais romeiros.

É um espaço aconchegante de acolhida para os peregrinos, dedicado a contar a história de vida e para colocar os objetos que pertenceram a Albertina. Antes da pandemia, mais de 500 peregrinos por dia eram recebidos no local, e o movimento chegava a 4 mil visitantes nos finais de semana. 

.:: Oração à Beata Albertina

Deus, Pai de todos nós!
Vós nos destes vosso Filho Jesus,
que derramou seu sangue na cruz por amor a cada um de nós. 
Vossa serva Albertina foi declarada beata pela Igreja,
porque, ainda jovem, também derramou seu sangue
para ser fiel à vossa vontade e defender a vida em plenitude.

Concedei-nos que, por seu testemunho,
nos tornemos fortes na fé, no amor e na esperança,
vivamos fielmente os compromissos do nosso Batismo,
façamos da Eucaristia a fonte e o cume da nossa vida cristã,
busquemos continuamente o perdão através da c
onfissão,
sejamos plenos do Espírito Santo, vivenciando a Crisma
e cultivemos os valores do Evangelho. 

Por intercessão de Albertina,
alcançai-nos a graça que neste momento imploramos de vós
(expressar a graça que se deseja).
Nós vo-Lo pedimos por Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo.

Amém.

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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