Por Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R. Em Liturgia Atualizada em 09 MAR 2020 - 13H38

“Deus revela-se aos pequeninos”

Nas mãos de Jesus

Reflexão para o 14º Domingo do Tempo Comum

Jesus se alegra porque os humildes acolhem o Evangelho.
Por isso podem receber a revelação do Pai. 

A humildade de Jesus

Deus acolhe os humildes. A humildade promove o ser humano a ser sempre mais dono de si, reconhecer suas qualidades e ser capaz de sair de si para acolher o outro. A vaidade, o orgulho e o poder não o dominam. O humilde Jesus foi assim. O fato de dizer que entrou em Jerusalém montado num jumento e não no cavalo do poderoso militar ou rei, mostrou sua verdadeira realeza, a humildade. O profeta Zacarias anunciou um Messias humilde que diferia das expectativas de então. Viveu a vida do povo sofrido e humilde. Jesus se alegra porque os humildes acolhem o Evangelho. Por isso podem receber a revelação do Pai. Neles há lugar para Deus. São capazes de suportar o jugo e o peso da carga. Jugo era o que se colocava sobre o animal para segurar a carga. O jugo que Jesus coloca sobre nós é suave e o peso da carga é leve. Jesus não aceita o orgulho que é diabólico e quer se colocar no lugar de Deus. Os discípulos são os primeiros pequeninos que acolhem sua palavra. A doutrina de Jesus não tem nada de pesado e impossível de ser suportado. Quem não entende de amor? As conseqüências do amor podem nos levar a situações difíceis e até a morte. Foi o que ocorreu com Ele. Mas não é um peso. Não se trata de permitir o erro e amolecer a fé, a moral ou a doutrina. Trata-se de encaminhar para a plenitude da vida. O rico poderoso não tem nada. Só tem dinheiro. Jesus é manso e não aceita a violência. A humildade e a mansidão são capazes de modificar a estrutura da humanidade e implantar o Reino. A guerra sempre existiu na história. Quando não havia guerra, preparava-se para ela. Houve algum resultado bom? Morte, lágrima e dor são a constante. Por que não optamos pelo Reino de Deus? Já se tentou?

Viver segundo o Espírito

O salmo nos mostra o jeito de Deus e como Jesus realiza em sua vida o modo de ser de seu Pai: “Misericórdia e piedade é o Senhor, Ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é bom para com todos; sua ternura abraça toda a criatura” (Sl 144, 8-9). São Paulo nos ensina que não devemos viver segundo a carne, mas segundo o Espírito. E afirma: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo!”. Em outro lugar enumera as obras da carne: “Impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, iras, discussões, discórdias, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas”. Nós as conhecemos bem em nosso dia a dia. São coisas que têm conseqüências graves e prejudicam as pessoas. Paulo mostra também as obras do Espírito: “O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão autodomínio” (Gl 5,16-24). Não são teorias que fazemos sobre o Reino de Deus. É sua realidade. O Reino de Deus se vive na humildade. Por que não se fazer pequeno e acolher a revelação aos humildes?

Mudando o modelo

A Igreja, em tantos de seus membros, se deixa levar pelas obras da carne. Muitas vezes tem uma estrutura que deixa fora os humildes, tornando-os ainda mais humilhados. Não se trata de dispensar os mandamentos, os princípios e as pessoas formadas e de poder, mas ter as preferências pelos amados de Jesus. Não se desprezam os bons e fortes. A meta é colocar todos a serviço dos humilhados. A agressividade que encontramos em muitos ambientes da Igreja e da sociedade não passa de uma doença espiritual. São fracos e frágeis. O Papa Francisco tem apresentado o modelo da humildade e da simplicidade. Infelizmente a contra-gosto de muitos. É triste ver como o Evangelho é colocado de lado.

Leituras: Zacarias 9,9-10;Salmo 144; Romanos 8,9.11-13;Mateus 11,25-30

Reflexão 

- Deus acolhe os humildes. Assim foi Jesus: sem vaidade, orgulho e poder viveu a vida do povo. Ele se alegra porque os pequeninos acolhem o Evangelho. Jesus não aceita o orgulho porque se coloca no lugar de Deus. A doutrina de Jesus não é pesada. Não se trata de permitir o erro e amolecer a fé e sim, encaminhar para a vida. A humildade e a mansidão podem mudar o mundo. Por que não optamos pelo Reino? Já se tentou? 

- Jesus tem o jeito do Pai que é misericórdia e piedade. Paulo ensina a viver segundo o Espírito e não segundo a carne. Não são teorias. O Reino de Deus se vive na humildade. Por que não se fazer pequeno e acolher a revelação? 

- Tantos membros da Igreja se deixam levar pelas obras da carne. A estrutura da Igreja deixa fora os humilhados. Não se desprezam ricos e poderosos, mas devemos colocá-los a serviço dos humilhados e pequenos. A agressividade é uma doença mental. O Papa Francisco dá testemunho da humildade e simplicidade. 

A festa de Jesus

Temos o dito que diz: Pobre se alegra com qualquer paixão. Jesus era um pobre e tinha uma paixão que O deixava feliz: O carinho com os necessitados. Ele se deliciava. Com os humildes estava em contato com o Pai que com carinho Ele revelava.

Tendo aprendido de seu Pai a cuidar de todos, coloca-se como conforto e descanso dos sofredores. E diz que devem ser e fazer como Ele: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Quando a religião começa a pesar, há alguma coisa de errado.

O Messias prometido, segundo o profeta Zacarias, viria com muita humildade.

Esse é o modo de viver segundo o Espírito, pois viver segundo a carne, longe de Deus, só provoca maldade e sofrimento.

 

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
Missionário Redentorista

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