Dúvidas Religiosas

Como lidar com situações de dúvidas, desânimo e cansaço na caminhada vocacional?

Escrito por Frei Jeâ Paulo Andrade, OFM

27 AGO 2016 - 07H33 (Atualizada em 20 JUN 2023 - 09H28)

Ninguém nasce pronto. A vida e a maturidade afetiva, eclesial e, consequentemente, vocacional, vão sendo construídas aos poucos. As diferentes experiências vividas servem como estruturas basilares para o aperfeiçoamento.


:: O que acontece com os sacramentos que um padre celebrou e depois deixou o sacerdócio?

Todo vocacionado e formando para vida religiosa consagrada ou sacerdotal passa por crises; é bom que seja assim. Crise, que tem origem na palavra latina crisis, significa o momento de decisão e mudança; deriva do verbo grego krino (separar, julgar).

Na história de medicina, essa palavra era usada para o momento crítico e definitivo do paciente, tanto para a cura quanto para morte.

Na caminhada vocacional a crise, se torna evidente, mais por causa de suas consequências (dúvida, desânimo, medo, etc), do que por ela mesma.

É a grande oportunidade que o vocacionado tem para estabelecer critérios para a tomada de decisão e estabelecer novas metas.

É fundamental passar pela dor da crise para poder firmar e fundamentar as próprias convicções de forma assertiva e racional; ela provoca angústia, mas alarga o coração. A crise é o tempo de mudança, decisiva e difícil, mas de profundo amadurecimento vocacional, até a chegada da próxima crise.

Algumas atitudes, durante o processo vocacional e também como religiosos(as) consagrados(as) e na vida sacerdotal, podem intensificar sentimentos que impedem uma caminhada mais sólida e fiel.

Leia MaisComo posso saber se tenho vocação para o casamento?Existe idade para descobrir a vocação?Destaco, brevemente, dois:

Consagrado egoísta: Ninguém se torna religioso(a) ou sacerdote para viver em função própria. 

É triste fazer exclusivamente aquilo que lhe agrada, tornar-se indiferente ao projeto da congregação que abraçou, perder o senso de vida fraterna, esquecer-se das causas do povo a que serve

Quando se vive só para si, perde-se o sentimento de altruísmo, de ser para outro, próprio da vida religiosa e sacerdotal, e se cai na acomodação.

Consagrado workholic: No extremo oposto está a pessoa que só pensa no seu trabalho, nas suas atividades paroquiais, reuniões, celebrações, visitas, projetos, etc. Esquece de cultivar a vida de oração e fraternidade e se perde no fazer. O esgotamento físico e espiritual não tarda em aparecer (síndrome de burnout).

Num encontro com seminaristas e candidatos à vida religiosa consagrada, o Papa Francisco deixou uma recomendação para os momentos de crise:

““Sejam positivos, cultivem a vida espiritual e, ao mesmo tempo, sejam capazes de encontrar as pessoas, especialmente as desprezadas e desfavorecidas. Não tenham medo de sair e caminhar contracorrente. Sejam contemplativos e missionários. Rezem!”” Papa Francisco

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