JIoão Paulo II no Brasil.
Como sinais positivos de uma nova realidade eclesial que surgia nos primeiros anos do século XXI tivemos o crescimento da presença da Igreja nos meios de comunicação: Rádio, Televisão (07 canais) e Internet, além do seu despertar para a Missão Continental.
No período de nossa primeira evangelização (de 1500 a 1889) a Igreja cometeu muitos e grandes pecados, como a participação na destruição das culturas indígenas e massacre, talvez em nome do próprio evangelho. No meio de tudo isto, encontramos, porém, muitos exemplos de heroísmo e de santidade.
Da colônia e do império, recebemos a formação católica e religiosa de nosso povo. Em 1890 o nosso povo era quase todo católico, com muitas e ricas manifestações de religiosidade, de fé e de devoção. Os problemas maiores desta época foram a fraqueza da instituição, a escassez ou despreparo dos padres e a ignorância religiosa do povo.
A partir da república, o catolicismo foi sendo fortalecido por um período de renovação e mudanças que ajudou a Igreja a ocupar o seu lugar na sociedade brasileira. Tanto assim que, quando chegamos aos tempos modernos, a Igreja era a que mais clamava por mudanças sociais. A separação entre a Igreja e o estado ajudou muito no exercício da liberdade e no cumprimento de sua missão profética.
Foto de: reprodução.
O regime militar expulsou religiosos do Brasil
como o italiano Pe. Vito Miracapillo.
Na década de sessenta, apesar da dureza do regime militar e dos desafios enfrentados pela Igreja, o Concilio Vaticano II pôs os fundamentos de uma atitude nova e de uma nova eclesiologia. As conferencias episcopais de Medellim, Puebla e Santo Domingo só vieram fazer o reforço desta eclesiologia. Assim chegamos ao nosso tempo, sem aquela atitude de fechamento e de medo, mas de esperança e serenidade. A Igreja no Brasil caminha entre luzes e sombras, entre o pecado e graça, contando sempre com a força que vem no alto no cumprimento de sua missão.
Ser Igreja no Novo Milênio
Nos anos 80 ainda no século XX a atividade pastoral da Igreja continuou marcada por grandes contradições e por desafios, mas a Igreja continuava mantendo uma forte presença na sociedade brasileira, tanto assim que uma pesquisa então realizada indicou a Igreja católica como a instituição que gozava da maior credibilidade, com uma expressiva percentagem de 86%. A tônica começou a ser colocada então na Nova Evangelização, motivando-se no pedido do papa João Paulo II, feito em 1983.
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O pontificado de João Paulo II encaminhou
a Igreja para a Nova Evangelização.
Os novos movimentos eclesiais, se por um lado, contribuíam para aproximar a Igreja de vastas camadas da população, sobretudo, das massas urbanas e dos excluídos, por outro lado afastou a Igreja de outras camadas da população, especialmente as elites e detentores do poder. Em algumas ocasiões, como a época em que missionários estrangeiros foram expulsos do país, o choque e a tensão foram grandes. No final dos anos 80, sentia-se o renascer da religiosidade em todas as classes. Isto levou à revalorização da dimensão contemplativa, da oração e de uma nova espiritualidade.
Também neste tempo começaram a surgir novas experiências missionárias e a Igreja se abriu para a missão “Além Fronteiras”, pois até então a Igreja no Brasil mais recebia que enviava missionários. Os anos 80 e 90 do século XX serão, por isso mesmo, de grandes desafios e de muitas interrogações para a Igreja:
- Com enfrentar, com criatividade, a tarefa da evangelização nas grandes cidades, sabendo que ao menos 50% dos católicos têm uma participação apenas esporádica na vida da Igreja?
- Como relacionar-se com as novas formas de organização religiosa e com os novos grupos que vem crescendo, sobretudo, a partir da década de 70?
- Como antepor os valores cristãos diante da crise da modernidade e de certa nostalgia pela tradição ou pelos valores propostos pela cultura do descartável?
- Como interagir com os organismos da sociedade civil e com as forças político-econômicas da nação?
Pensando nestes desafios a Igreja se empenhou pra valer em dois projetos de evangelização e pastoral: um primeiro intitulado ″Rumo ao Novo Milênio”, no fim do século XX, preparando a Igreja para o grande jubileu do ano 2000 e outro conhecido como “Ser Igreja no Novo Milênio” levando a Igreja a uma ação comprometida nos primeiros anos do século XXI.
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O papa Bento XVI abriu a Conferência de Aparecida que levou a Igreja à Missão Continental.
Alguns acontecimentos políticos mundiais também trarão sua marca e influência na sociedade brasileira e na Igreja, pois vivemos agora num mundo globalizado. Em 1989 veio a queda do Muro de Berlim, como sinal simbólico desta nova realidade. Pouco depois tivemos a desagregação da União Soviética e a formação das diversas repúblicas ou países independentes. Com ela se foi também a famosa Guerra Fria e os EUA reinaram soberanos como a maior potencia do mundo. Os anos 80 e 90 verão o Brasil passando por diversos planos de economia, tentando acabar com o grande dragão da inflação que chegava à casa dos 80 % ao mês.
Apesar de todo o avanço e de todo progresso sentido nas ultimas décadas, o Brasil ainda é um dos países onde é mais forte a desigualdade e a injustiça e onde setores vitais de toda e qualquer sociedade como a educação e saúde ainda sofrem com o descaso do poder político.
O Brasil tornou-se democrático, mas nossos políticos ainda mantêm os mesmos vícios do antigo regime. Por causa disto, outras mudanças que se fazem necessárias custam a acontecer, porque significa perda de privilégios e favores.
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Um papa “que veio do fim do mundo” conduz agora a barca de Pedro.
A Igreja vai tentando, com custo, mas com muita serenidade, encontrar o seu caminho, para ser sinal desta realidade nova que todos nós buscamos, caminhando entre luzes e sobras, entre o medo e a esperança.
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