Espiritualidade

Sábado Santo: a grande vitória de Deus sobre a morte

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

01 ABR 2021 - 05H00 (Atualizada em 18 ABR 2022 - 10H53)

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O Sábado Santo é um dia para passar ao lado de Maria. Por quê? Porque ela, que esteve em pé aos pés da Cruz, espera hoje com a fé firme na vitória de Deus. Se ontem era difícil ver Jesus na cruz e enxergar nele a salvação do mundo, hoje é ainda mais difícil, porque vemos Jesus no sepulcro, morto como qualquer um de nós.

Será que Ele é mesmo aquele que vai nos salvar? Dois discípulos de Jesus caminhavam tristes em direção a uma cidade chamada Emaús, quando o mesmo Jesus ressuscitado aparece do seu lado e não o reconhecem. Eles disseram a Jesus: “Esperávamos que ele (Jesus) seria o que libertaria Israel, mas já faz 3 dias desde que ele morreu.” Esses discípulos estavam tristes porque Jesus aparentemente tinha fracassado. Mas Maria mantinha a fé firme em Jesus. E com essa certeza que dá a fé, esperava a vitória de seu Filho.

Por isso precisamos de Maria hoje. Nós, se estamos longe Dela, provavelmente perderemos a confiança em Deus nos momentos mais difíceis da nossa vida, assim como os discípulos de Emaús. Mas se estamos ao seu lado, sempre poderemos olhar para Ela e ver que ainda existem motivos para confiarEla nunca desconfiou que Ele era realmente aquele que iria nos salvar.

O Sepulcro

Jesus foi sepultado por José de Arimateia e teve o seu sepulcro vigiado por guardas, porque alguns pensavam que os discípulos de Jesus viriam roubar seu corpo para falar que Ele havia ressuscitado. Hoje a Igreja permanece em atitude de oração e silêncio junto a esse sepulcro guardado, meditando nos acontecimentos dos últimos dias.

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Hoje não se celebra o Sacrifício da Missa nem se recebe a comunhão; somente o sacramento da reconciliação é celebrado. Uma atitude muito boa para hoje é rezar o terço em família. Assim, vivemos de uma maneira muito concreta essa meditação dos mistérios de Cristo de mãos dadas com Maria, a mãe que Jesus nos entregou explicitamente no dia de ontem, ao falar do alto da Cruz para o discípulo amado (representante de todos os fiéis): “Filho, eis ai a tua mãe.”

A partir desse momento, o discípulo a acolheu em sua casa. Hoje é um dia para acolher, de maneira especial, a Maria como nossa mãe também. O Papa Bento XVI ilumina essa realidade quando diz: “No meio da dor pela morte sangrenta de Jesus, a fé e a esperança de Maria se mantiveram firmes. Nossa Mãe é a mulher da fé, que nos ensina, especialmente nesse dia, a confiar nas promessas de seu Filho.

A Vigília Pascal

Antes vimos que hoje só se celebra o sacramento da reconciliação. Alguns podem ter ficado confusos, porque ao lembrarem de Semanas Santas anteriores, se lembram de participar em uma celebração muito bonita, cheia de símbolos e cantos.

E têm razão: essa celebração se faz no sábado à noite e é chamada Vigília Pascal. É a liturgia mais bonita da Igreja, a liturgia central de todo o calendário litúrgico, porque nela celebramos a ressurreição de Jesus. Com essa celebração, termina todo o drama da Semana Santa, com a grande vitória de Deus sobre a morte.

Mas como assim, celebramos no sábado a Ressurreição de Jesus? Não é no Domingo? Acontece que o Sábado à noite já é, liturgicamente falando, Domingo. Explico melhor: os judeus contavam os dias de maneira diferente da nossa. Para eles, o dia começava nas vésperas do dia anterior, ou seja, o Domingo, na verdade, começava no (nosso) sábado à noite. Nós herdamos um pouco dessa tradição dos Judeus na liturgia e podemos dizer que celebramos a Ressurreição de Jesus no Domingo, ainda que a celebração seja no Sábado a noite.

A mesma coisa acontece todas as semanas nas Missas de Sábado à tarde, nas quais se celebra já a liturgia do Domingo. Outra atitude muito boa para o dia de hoje seria preparar-se para participar bem dessa liturgia, conhecendo um pouco sobre o que acontece nessa celebração. Existe uma riqueza muito grande, que nos permite realmente encontrar-nos com o Ressuscitado.

O círio Pascal, a renovação das promessas batismais, o canto do pregão Pascal, as leituras que nos levam em uma viagem por toda a história da salvação, o canto do Glória e do Aleluia que não estávamos cantando durante toda a Quaresma, o revestimento do altar que estava despojado desde sexta feira, as flores abundantes, todos os adornos que se colocam...

Tudo isso nos fala da alegria imensa que chegou até nós pela ressurreição de Jesus. Deixemos que essa alegria invada nosso coração. Para isso, a melhor maneira é, mais uma vez, viver o dia de hoje ao lado de Maria. 

Caminhemos cobertos pelo seu manto protetor, que nos ajuda a sempre olhar para Jesus e não perder a esperança. Ainda nos momentos difíceis de acreditar na vitória da ressurreição, Ela nos conforta como a mãe carinhosa que é, ajudando a nossa fé vacilante e fortalecendo a nossa esperança. Nunca nos esqueçamos que a melhor maneira de seguir os passos de Jesus é fazê-lo com a ajuda da nossa Mãe Maria.

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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