Por João Antônio Johas Leão Em Santo Padre

Os grandes papas do Vaticano II: João Paulo I

Um papa sorriso que durou muito pouco, e que tinha capacidade de transformação que Francisco tem hoje.

papa_joao_paulo_i_1Albino Luciani nasceu no norte da Itália em 1912 e foi eleito Papa em um conclave rápido no ano de 1978. O nome escolhido, João Paulo I, lembra os seus dois predecessores diretos, João XXIII e Paulo VI, os papas do Concílio Vaticano II. Durante o seu curto pontificado (33 dias) sua personalidade afável lhe valeu o adjetivo de o “Papa do Sorriso”. Simples como era, deixava desconcertada a Cúria Romana com as suas mudanças de hábitos, talvez de maneira similar ao que vivenciamos hoje com o Papa Francisco.

Em uma de suas catequeses, ele menciona os seus dois predecessores e reafirma o significado do Concílio Vaticano II. Nessa catequese, do dia 13 de setembro, ele dizia que estava presente quando o Papa João (XXIII) inaugurou o Concílio e que ele (O Papa João XXIII) esperava que com este evento a Igreja desse um salto a frente. Na realidade, continua João XXIII, “todos esperávamos isso”. Mas esse salto adiante só poderia ser feito sobre as “verdades certas e imutáveis”. Assim o novo Pontífice reafirmava a necessária renovação em continuidade com que a Igreja precisava viver.

De maneira bem enfática, o Papa João Paulo I continuou dizendo: “Nem sequer passou pela cabeça do Papa (João XXIII) que eram as verdades que tinham que caminhar, ir para frente e depois, mudar, pouco a pouco. As verdades são essas, nós devemos andar pelo caminho dessas verdades, as entendendo cada vez melhor, colocando-nos ao dia, apresentando-as de forma adequada aos novos tempos”. Vemos então como estava realmente comprometido com tudo o que havia acontecido no Concílio e esperava que essa renovação fosse colocada em prática. 

Para demonstrar como tinha uma maneira simples de ensinar, podemos lembrar de quando falou sobre a humildade e deu alguns conselhos para sermos boas pessoas. Essa catequese aconteceu exatamente 1 mês depois do falecimento de Paulo VI. Ele dizia que “para sermos bons, precisamos estar no nosso lugar diante de Deus, do próximo e de nós mesmos”. Isso é ser humilde, é andar na verdade sobre nós mesmos, reconhecer-nos criaturas, dependentes do Criador. 

E o Santo Padre não parou por aí. Ele reconheceu que os mandamentos são algumas vezes bem difíceis de se observar, mas que somente observando-os vamos realizar todo o nosso potencial, querido por Deus. Ele compara o homem que não segue os mandamentos com um automóvel que no lugar da gasolina usa “vinho espumante” (porque é mais gostoso) e, para lubrificar o motor, geleia ao invés de óleo lubrificante. Ao contrário, quem segue os mandamentos é comparável ao carro que está funcionando com o que foi pensado para funcionar. O Papa termina dizendo: “Se fôssemos capazes de observar os mandamentos, nós andaríamos melhor e andaria também melhor o mundo”. 

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Sua morte foi com certeza inesperada. Foi também muito sentida por todo o povo católico que lotou a praça da Basílica mesmo sob forte chuva. O seu breve pontificado e as circunstâncias da sua morte renderam muitas histórias e teorias para as mentes mais “criativas”, que em muitos casos não acrescenta nada ao nosso crescimento espiritual. Prefiro terminar o texto com uma fala do Papa João Paulo I um dia antes da sua morte: 

“Porque o amor é uma jornada, não podemos parar. Nosso Pai Celestial nos quer perfeitos como Ele é perfeito. Deus quer que façamos progresso no amor” (27 de setembro). Façamos o nosso exame de consciência e respondamos se estamos fazendo esse progresso que tanto queria o Papa e que, é justo dizer, Deus continua querendo que façamos atualmente.

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