Espiritualidade

Santa Mônica: a força da oração de uma mãe

Confiança em Deus a partir da oração, para que o filho Santo Agostinho se convertesse é um exemplo de devoção para cada um de nós

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

26 AGO 2021 - 11H00 (Atualizada em 25 AGO 2023 - 11H28)

Wikipedia

“Mas estendeste Tua mão do alto, e arrancaste
minha alma deste abismo de trevas,

enquanto minha mãe, tua fiel serva, chorava-me diante de Ti
muito mais do que as outras mães costumam chorar sobre o cadáver dos filhos,
pois via a morte de minha alma com a fé e o espírito que havia recebido de Ti.
E tu a escutaste, Senhor, tu a ouviste e não desprezaste suas lágrimas
que, brotando copiosas, regavam o solo debaixo de seus olhos
por onde fazia sua oração; sim, tu a escutaste, Senhor.”

Santa Mônica é conhecida entre os católicos por ser a mãe do grande santo de Hipona, Santo Agostinho, que com grandes dificuldades conseguiu, por sua perseverança na oração e na caridade, a graça de ver o seu filho convertido ao catolicismo.

Nesse trecho que acabamos de ler das confissões de Santo Agostinho, podemos ver como o santo tinha em grande apreço todo o esforço que sua mãe realizou durante 30 anos para que ele se aproximasse da fé verdadeira.

Um dos valores que mais reluzem na vida dessa Santa é a confiança na oração. Quantos de nós, católicos, podemos dizer que temos a mesma confiança que demonstrou Santa Mônica? Temos, muitas vezes, preguiça de rezar, deixamos a oração para o fim do dia, “se der tempo”, e muitas vezes “não temos tempo”.

No entanto, a oração é fundamental para a vida cristã. Ela é para a alma o que o respirar é para o corpo. Não se pode viver sem respirar. Se não rezamos, morremos espiritualmente. E Jesus insistiu muito nisso.

Leia MaisA história de Santo Agostinho de HiponaComo um exemplo, podemos abrir nossa Bíblia no capítulo 18 do Evangelho de Lucas e ler uma parábola que Jesus contou, exatamente para mostrar que era preciso orar sempre, sem desfalecer.

É a parábola da viúva que se aproxima de um Juiz que não temia a Deus, para pedir-lhe justiça. A viúva pede tanto ao Juiz que este, para não ser mais incomodado, concede o que ela queria. E a parábola termina com Jesus dizendo:

“E Deus? Não fará justiça com os seus eleitos que estão clamando dia e noite? Eu digo que fará justiça logo! Mas quando venha o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?” 

Jesus encontraria hoje uma fé verdadeira no seu coração? Foi isso que ele encontrou no coração de Santa Mônica: Uma fé que lhe foi transmitida desde cedo, e que cresceu com o tempo e com a prática das virtudes cristãs em meio a muitas dificuldades.

Além da tristeza pelo filho, que parecia se afastar cada dia mais de Deus, Santa Mônica sofria com o esposo, que tinha uma personalidade muito forte e que poderia chegar a ser agressivo. Ela dizia:

“Quando meu marido está de mau humor, eu me esforço para estar de bom humor. Quando ele grita, eu me calo. E como, para brigar, precisam de dois, e eu não aceito a briga... não brigamos.

Essa luta, ela também acabou vencendo pela oração, com a Graça de Deus, quando seu esposo também se converteu.

Reprodução/A12
Reprodução/A12

Por esses motivos, Santa Mônica é a padroeira das mães e esposas católicas. Vendo seu exemplo, todas as mulheres de hoje que passam por situações muito difíceis na família, podem se aferrar ainda mais à oração com a confiança de que Deus fará justiça logo, quando encontre a fé correspondente no coração.

Lembremos o que disse Jesus: “Em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.” (Mt 17, 20).

Peçamos hoje a intercessão de Santa Mônica por todas as famílias cristãs que passam por momentos de dificuldade. Que, como ela, possamos perseverar sempre na oração e na caridade, com a esperança de que “todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus.” (Rm 8, 28)

Assim como Santa Mônica, oremos pelos nossos filhos



Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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