Por João Antônio Johas Leão Em Espiritualidade Atualizada em 15 OUT 2019 - 09H09

Santa Teresa de Jesus ou de Ávila: Doutora da Igreja





Santa Teresa de Jesus
nasceu em 1515, na Espanha, numa cidadezinha chamada Ávila. Por isso, também a conhecemos pelo nome de Santa Teresa de Ávila. É muito conhecida por vários de seus escritos, como por exemplo sua autobiografia 'O Caminho da Perfeição' e, talvez o livro mais famoso, 'O Castelo Interior'. Sua contribuição para a Igreja nas áreas da vida espiritual e de oração são enormes e, por isso, leva o título de Doutora da Igreja. Foi também reformadora da Congregação Carmelita, fundando a ordem das Carmelitas Descalças, que busca viver o carisma carmelita das origens da fundação.

Ela sofreu muito com doenças e perseguições, mas sempre manteve uma fé cada vez mais profunda e verdadeira. Quando perdeu a sua mãe, aos 14 anos, brotou em seu interior uma devoção muito grande por Nossa Senhora, sua mãe espiritual. Em 1582, Teresa morre no convento de Alba de Tormes, apenas 3 anos depois de acabarem as perseguições contra a ordem dos Carmelitas Descalços, quando conseguiram uma independência formal da ordem dos Carmelitas Calçados.

Tentar resumir a vida dessa santa mulher em dois parágrafos me parece quase irreverente. Sua vida e sua obra são um legado eterno para a Igreja e para os fiéis. Quanto bem Deus pôde realizar através da humilde cooperação de Santa Teresa, nunca poderemos calcular materialmente. 

Dois temas me vêm na cabeça ao pensar sobre a santidade de Teresa. O primeiro deles é o meu próprio chamado à santidade e o outro é a importância das amizades que eu tenho.

O chamado à santidade




Todos somos chamados a ser santos. Talvez já tenhamos escutado isso nas nossas paróquias, em algum retiro que fizemos ou nos grupos dos quais participamos. Mas é sempre válido voltar a meditar sobre isso.

Santa Teresa desde pequena se interessou pela vida dos santos e mártires, tanto que um dia saiu correndo de sua cidade buscando o martírio pelas mãos dos mouros. Graças a Deus, foi encontrada por um familiar que, nesse momento, estava chegando na cidade. Uma lição que podemos aprender com esse fato é que o mais importante não é fazer o que achamos correto, como um impulso que sentimos, mas fazer a vontade de Deus.

E a vontade de Deus para Teresa não era que morresse nesse dia; Ele tinha outros planos para ela, o que me faz pensar em outra coisa que podemos aprender. O Papa Francisco disse uma vez, em uma de suas homilias, que Deus sempre nos surpreende. O Plano de Deus para nós é sempre maior do que podemos ver ou imaginar desde o nosso ponto de vista humano. Santa Teresa não tinha ideia de tudo que ela realizaria para a glória de Deus, da mesma maneira que Maria, a mãe de Jesus, também não sabia todas as implicâncias do sim que ela deu ao Anjo quando este a anunciou que seria a mãe do Filho de Deus.

Isso acontece também nas nossas vidas. Deus pede que o sigamos, que vivamos uma vida cristã coerente, que participemos dos sacramentos, que pratiquemos a caridade, que busquemos conhecê-lo cada vez mais. Onde isso levará cada um de nós? Só Deus sabe. Uns serão sacerdotes, outros religiosos e religiosas, outros ainda serão pais e mães de famílias, mas todos terão algo em comum: a santidade.

As amizades




Lendo um pouco a história de
Santa Teresa de Jesus (ou de Ávila), nos deparamos com um fato muito curioso. Algumas das pessoas com as quais ela teve contato são também santos. Vemos por exemplo, São Pedro de Alcântara, São Francisco de Borja e São João da Cruz. Este último foi o fundador do primeiro convento da rama masculina dos carmelitas descalços.

Na primeira carta de Coríntios capítulo 15, versículo 33 podemos ler: "Não vos deixeis iludir: As más companhias corrompem os bons costumes". O inverso também deve ser considerado verdadeiro, ou seja, as boas companhias enraízam os bons costumes! Agora me lembro dessa tradição antiga, que diz que os pagãos, ao olharem as primeiras comunidades cristãs exclamavam: "Olhem como se amam." Talvez essa seria a experiência de ver esses santos reunidos.

Nas nossas vidas, também temos algumas experiências assim. Em nossas família,s não é raro ter alguém que chama particularmente atenção pela sua bondade, por sua paciência, por sua amabilidade ou por qualquer outro fruto do Espírito Santo. Com certeza, essa é uma pessoa mais próxima de Deus, mais santa. E simplesmente por estar perto dela, percebemos que essa bondade também nos atinge de alguma maneira. Saímos renovados de sua presença. É isso que as amizades santas fazem, elas nos fazem mais santos.

Por isso é tão importante buscar um ambiente são, que possa contribuir para o crescimento pessoal em santidade, até um ponto no qual cada um de nós também nos tornamos focos de santidade para os demais. Então seremos também nós uma dessas pessoas que atraem por uma felicidade misteriosa, mais verdadeira que a dos demais, essa felicidade que só pode vir de Deus.

Que nesse dia em que celebramos Santa Teresa de Ávila, nos deixemos tocar por sua santidade, para que ela seja essa amizade santa que me leva a ser melhor. Que, ao conhecê-la melhor, possamos fazer arder em nós o desejo de responder ao plano de Deus com uma vida coerente, sabendo que assim faremos um bem ao mundo que não podemos medir com as nossas medidas humanas.

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