Por Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R. Em Liturgia Atualizada em 09 MAR 2020 - 11H19

“Uma mãe de coração aberto”

Casa sempre aberta

Num mundo de tantas notícias e tantas distrações, não podemos deixar de mostrar à sociedade caminhos que ajudem nesse emaranhado de situações em que as pessoas vivem.

 

1º Ano de Pontificado: Lições e ações do Papa Francisco

Papa chama atenção para que se tenha um
coração aberto para acolher as pessoas
levando em conta que crescemos devagar.

O Papa Francisco chama a atenção para que se tenha um coração aberto para acolher as pessoas levando em conta que crescemos devagar.

“O pequeno passo, no meio de grandes limitações humanas, pode ser mais agradável a Deus do que a vida externamente correta de quem transcorre seus dias sem enfrentar dificuldades” (EG 45).

Por isso recomenda que sejamos fracos com os fracos... e tudo para todos” (1Cor 9,22). A pedagogia espiritual ajuda ver a situação de cada um. A rigidez com os fracos não é remédio.

A casa aberta é em primeiro lugar o coração de cada um. Verdade não se confunde com autoritarismo nem grosseria. Esse método de exigir dos outros o quem nem nós conseguimos já foi descartado por Pedro no Concílio de Jerusalém: “Por que provocais agora Deus, impondo aos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?” (At 15,10).

“A ‘Igreja em saída’ é uma igreja com portas abertas” para acolher quem é movido pelo Espírito à procura de Deus, diz o Papa. Estar aberto não é uma imagem bonita, é uma porta concreta por onde se passa. Além do mais, deve também estar aberta a porta dos sacramentos (EG 47).

 

A comunhão não é prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos.

Isso se refere sobretudo à porta do Batismo e da Eucaristia. Quanta dificuldade, sobretudo o pobre, tem para batizar. A comunhão não é prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos.

O Papa se apoia também em Santo Ambrósio: “Devo receber a Eucaristia sempre, para que sempre perdoe os meus pecados. Se peco, continuamente, devo ter sempre um remédio” (De Sacramentis IV,6,28).

Mãe aberta a todos os filhos

É gostoso se sentir em casa, voltar para casa, comer aquela comidinha da mãe. Quando essa casa se fecha, pois eles se foram, como é doloroso não ter para onde voltar! Assim é a Igreja.

Para a mãe os filhos são iguais e bons. Sabe ver a diferença com igual amor. Por isso a casa da Mãe Igreja é aberta aos que chamamos de bons e maus. Sabemos que a Igreja se desenvolve nos meios mais carentes.

Ninguém está descartado. Quem tem posses e condições, que se una para buscar com Jesus as ovelhas perdidas e dar-lhes condição de vida e não tem condição de retribuir (Lc 14,14).

Quando vemos as periferias cheias de igrejinhas, é porque essa população foi abandonada pela Igreja. A casa da mãe é de portas abertas. Literalmente, não como imagem. Vemos a igrejas fechadas com multidão passando à porta. Se abertas poderiam dar oportunidade para muitos encontros com o Deus que ama e consola.

Não cremos na presença de Jesus na Eucaristia? Negamos a comunhão, negamos até que passem diante do Sacrário. Alegamos a questão da segurança. A segurança é o Senhor Jesus.

Coração que busca

Ouvimos, há uns tempos, autoridades máximas da Igreja dizerem: Não queremos quantidade, mas qualidade. Jesus fez bem o contrário, foi aos fracos e humildes, os últimos da sociedade e lhes deu qualidades tais que levaram a fé por todo mundo.

É o momento de sair dos centros, do bem estar e partir para a periferia do mundo. Sabemos de gente que se dedica aos necessitados, usando suas próprias condições de vida.

Nem por isso ficaram destituídos. Jesus disse aos apóstolos que não tinham nada: “Dai-lhes vos mesmos de comer” (Mc 6,37). A certeza que estamos com Jesus é quando fazemos o que Ele fazia.

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