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Por que a Igreja celebra a devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus?

Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)

Escrito por Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

01 JUL 2021 - 00H00 (Atualizada em 10 JUL 2023 - 13H17)

Shutterstock/ g215

Em um momento ímpar da história, pendente na Cruz, Jesus deu um significado redentor ao gesto de amor até o extremo, e Seu Sangue tornou-se o símbolo desse amor sem limites.

“O verdadeiro amor possui aquele que oferece a vida pelos amigos”, assim Ele disse e assim Ele fez.

O sangue de Jesus, sacramento da Vida, é a fonte inesgotável de amor que Ele nos deixou como herança. “Este vinho é meu sangue, o sangue da nova e eterna Aliança.”

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Para entender o sentido santificador do sangue de Jesus, é preciso recorrer ao contexto cultural do Antigo Testamento. Para os judeus, o sangue é a fonte de vida, o sagrado em si mesmo e, por isso, toda aliança nasce de uma comunhão de sangue.

No livro do Gênesis, temos uma amostra dessa aliança entre Abraão e o Senhor Deus, quando animais são mortos e esquartejados, e, por entre eles, passam o Senhor e Abraão, marcando, com aquele gesto, um compromisso de fidelidade extrema e confiança mútua (Gn 15,9-19)

Podemos ainda recordar o sinal do sangue aspergido nas portas das casas dos hebreus, quando na noite da Libertação do Egito, o Senhor feriu os primogênitos, mas poupou aqueles cujas casas tinham tido as portas e batentes marcados com aquele sinal sagrado (Êx 12,1-14).

Também vemos que o judeu não deve derramar o sangue dos irmãos, pois somente a Deus pertence a vida. Quem derrama sangue ofende gravemente o Senhor e fere o quinto mandamento da Lei (Êx 20,13). Resumindo: sangue é vida!

Poderíamos ainda buscar outras fontes bíblicas para mostrar a força do simbolismo do sangue. Por isso, em Cristo Jesus, o Senhor da História, o sangue adquire uma força simbólica, sendo, verdadeiramente, sinal de uma Aliança definitivamente renovada com a humanidade.

Não somos mais aspergidos pelo sangue de animais; agora, o sangue do Filho Unigênito nos lava e nos redime.

Nada mais valoroso que agradecer a Deus por ter-nos oferecido para Cristo e, em seu gesto de amor na Cruz, dar-nos a possibilidade de entrarmos definitivamente na caminhada, que nos leva à plenitude de nossa humanidade.

Quero ainda recordar a imagem do Apocalipse, que descreve a multidão diante do Trono, trajando vestes brancas, alvejadas no sangue do Cordeiro.

Só mesmo quem comunga com Cristo em seu Sangue, isto é, em sua vida, projetos e sofrimentos, é capaz de entender que a pureza brota dessa íntima sintonia que mescla Corpo e Sangue, Alma e Divindade.

Por isso mesmo, a Igreja venera o Sangue precioso de Cristo, porque é fonte de Vida; não de uma vida que passa, mas fonte de Vida Eterna.

Escrito por
Padre Evaldo César Souza, C.Ss.R, diretoria da Fundação Nossa Senhora Aparecida (FNSA) (TV Aparecida)
Pe. Evaldo César de Souza, C.Ss.R. - Jornal Santuário

Jornalista e missionário redentorista

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