Por A12 Em Notícias Atualizada em 11 JUL 2019 - 10H17

Dor: Mal crônico afeta 30% da população mundial

Dor de dente, dor de cabeça, dor de barriga, dor de coluna e até dor de cotovelo. As experiências dolorosas sempre estiveram presentes durante a história humana.

Sentir dor faz parte de qualquer fase da vida, desde a existência intrauterina até a velhice. Seja moral, emocional ou física, a dor é um sinalizador de que algo está errado e necessita de cuidados.

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De acordo com a International Association for the Study of Pain, a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com danos reais ou potenciais. Dominá-la é um desafio que há tempos persegue a Medicina.

Os primeiros indícios datam de aproximadamente 7 mil anos a.C. Em vários povos antigos, observam-se espécies de aberturas cirúrgicas em crânios, que indicam uma possível tentativa de aliviar a dor.

Segundo o neurocirurgião funcional Dr. Claudio Corrêa, há dois tipos de dor: aguda e crônica. “A dor aguda é causada frequentemente por episódios esporádicos e de curta duração. Por isso, tem controle no mesmo tempo de tratamento da doença, como traumatismo, infarto, cólica renal e inflamações”, explica.

a dor crônica, segundo o especialista, tem duração contínua. “Em geral, ela não deriva de uma só causa, mas sim de vários fatores que interagem e favorecem o seu desenvolvimento, podendo permanecer mesmo após o tratamento da doença de base. Alguns exemplos são as artrites, a dor oncológica, alguns tipos de enxaquecas, fibromialgia, lombalgias, entre outras”, conclui.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que a dor crônica afeta 30% da população do mundo.

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos revela que o problema gera 550 milhões de dias de trabalho perdidos. Por ano, o país investe cerca de US$ 150 bilhões em tratamentos para curar a dor crônica. Podendo ser causada por inúmeros fatores, afeta a qualidade de vida, altera o humor, o apetite e o sono, além de provocar queda na imunidade e estresse.

No Brasil, a ocorrência mais relatada pelas pessoas é de dor nas costas. O problema atinge cerca de 36% da população, dos quais apenas uma parte (68%) busca tratamento. Apesar de poder ocorrer em qualquer idade, é mais frequente em pessoas com mais de 40 anos. Contundo, os dados da Escola Nacional de Saúde Pública mostram que o problema tem crescido entre jovens e adolescentes. O motivo: erros de postura, obesidade e sedentarismo.

A OMS prevê ainda que mais de 80% da população mundial sofrerá ao menos um episódio de dor nas costas durante a vida. Segundo o órgão das Nações Unidas para a saúde, neste exato momento, pelo menos 50% das pessoas estão sentindo algum tipo de dor nas costas. Segundo dados mundiais, em número de ocorrências, as dores na coluna perdem apenas para as dores de cabeça. O alerta para buscar tratamento é importante, pois dores nas costas podem esconder doenças mais graves, como câncer ou tuberculose.

Cláudio Corrêa defende que, devido à complexidade da dor crônica, o tratamento precisa ser multiprofissional. Segundo o especialista, médicos clínicos, cirurgiões e especialistas em reabilitação física e mental adaptam diferentes terapias, de acordo com as necessidades e respostas individuais de cada paciente. “Temos importantes centros integrados, públicos e privados, o qual a população pode ser assistida para uma melhor qualidade de vida”, afirma. 

Síndromes da dor


Fibromialgia

Dores por todo o corpo, irritabilidade, dificuldade para dormir. Cerca de 8% da população sofre de fibromialgia, segundo dados do Ministério da Saúde. Além de dor crônica, a doença é marcada por sintomas como fadiga, distúrbio do sono, disfunção cognitiva e episódios depressivos. O diagnóstico é feito através do toque em 18 pontos musculares dolorosos.

Síndrome da fadiga crônica, síndrome do intestino irritável, entre outros, são transtornos que costumam acompanhar a doença que, em 80% dos casos, atinge mulheres.

Atividade física regular, terapia cognitiva comportamental, terapia com calor local ou fisioterapia podem ser utilizadas conforme a capacidade física do paciente.

Síndrome Pós-laminectomia

Nos Estados Unidos, por exemplo, a síndrome é causa de cerca de 40% das cirurgias que não acarretaram a eliminação ou alívio da dor. O problema influencia a qualidade de vida de cerca de 40 a 80% dos portadores de dores lombares.

Segundo o neurocirurgião Cláudio Corrêa, o tratamento pode ser feito com o auxílio de dois procedimentos. Na neuroestimulação, impulsos elétricos enviados à coluna inibem a dor. Já no implante de bomba de analgésicos, um reservatório localizado no abdômen libera medicação por meio de um cateter.

Segundo o médico, os dois procedimentos não lesam estruturas e são reversíveis. “Ambos oferecem resultados positivos, variando os percentuais de acordo com o perfil da doença e do paciente”, explica.

Síndrome da dor miofascial

Caracterizada pela presença de pontos-gatilho, é mais comum em atletas e em pessoas acima dos 30 anos. Os pontos-gatilho são locais bem delimitados, podendo manifestar-se como um nódulo ou local de contração do músculo. Quando estimulado, o ponto causa uma dor em uma área distante. Normalmente, os pacientes costumam descrever como “uma dor que corre para outro local”.

A principal causa é o estresse excessivo sobre os músculos, gerados por movimentos repetitivos, condicionamento físico inadequado, postura errada, distensão muscular, estresse emocional e até roupas muito apertadas. A síndrome também pode estar associada a doenças como diabetes, depressão, anemia, entre outras.

O tratamento consiste na identificação da causa e correção do problema, uso de medicamentos, acupuntura e na reabilitação.

Gelo ou compressa quente?

Leia MaisConheça as Obras sociais do Santuário NacionalJuntos contra o Trabalho Infantil“É possível vencer a insegurança”, diz psicólogo
Uma das dores mais comuns é a dos atletas amadores. O futebol no fim de semana, por exemplo, sempre gera alguma lesão.

Para o fisioterapeuta e professor da Faculdade Inspirar, de Curitiba (PR), Álvaro Wolff, é preciso cuidado para praticar esportes.

“No futebol, por exemplo, temos as torções de joelho e tornozelo, que podem produzir desde dor de pouca intensidade e inchaço local às lesões mais graves, como a ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho, que necessitará de cirurgia”, explica.

Mas há também as contusões do dia a dia: um brinquedo esquecido no corredor, uma gaveta aberta, um objeto mal colocado na prateleira, um piso molhado. Esses exemplos e tantos outros podem gerar acidentes e contusões.

Você sabe como aliviar dores e amenizar possíveis danos musculares?


 Em casos de lesão durante atividades físicas, é muito importante a avaliação de um profissional. Já nas pancadas com menor gravidade, segundo o fisioterapeuta, o resfriamento da região, nas primeiras 72 horas, reduz a inflamação produzida pela lesão após o choque. “Agir rapidamente nessas situações ajuda a diminuir as possibilidades de inchaços e, consequentemente, dores”, afirma. 

Para essas situações, Wolff recomenda repousar a parte lesionada, fazer compressa de gelo, exercer uma leve compressão sobre a região e elevá-la para facilitar a circulação”, orienta. O tempo da compressa de gelo pode ser de 10 a 20 minutos a cada hora, mas pode variar de acordo com região lesionada. “O tamanho da articulação e o tecido adiposo presente podem aumentar ou diminuir esse tempo”, salienta.

Segundo o especialista, o uso de compressa quente deve ocorrer em situações consideradas crônicas, onde há a formação de edemas após as lesões. “Aquecer as regiões lesionadas é uma opção válida para diminuir hematomas gerados pelos traumas, além de melhorar a circulação do sangue nessas regiões”, afirma.

Dor nos pés atinge 85% dos brasileiros


Sapatos apertados, salto alto, calçado sem salto, sandália, tênis. Um dos órgãos do corpo humano que mais sofrem com a correria e os costumes do dia a dia são os pés. Segundo dados da pesquisa Os Pés Brasileiros, 85% da população brasileira diz sentir dores nos pés algumas vezes. Cerca de 30%, reclamam que os pés doem sempre.

Realizado pela fábrica de palmilhas ortopédicas Pés Sem Dor, o levantamento foi feito em 2012 e ouviu mais de 26 mil pessoas. Segundo a pesquisa, a região de maior queixa é o calcanhar. Depois vêm a planta e a parte superior do pé. Com uma variedade bem maior de modelos de calçados, as mulheres sofrem duas vezes mais que os homens. 

Ainda de acordo com a pesquisa, entre 13% e 17% das pessoas acreditam que a dor no pé é gerada pelo impacto. Contudo, em cerca de 75% dos casos, a dor está relacionada ao fato de ficar muito tempo em pé ou à realização de alguma atividade intensa. Entre 9% e 17% das pessoas relatam que sentem dor ao levantar da cama depois de um período de inatividade prolongada.

E o joelho, como vai?


Um dos grandes vilões das caminhadas são os joelhos. Segundo o ortopedista e traumatologista Sidney Schapiro, por serem articulações de carga, inflamações, inchaços e dores crônicas nos joelhos são frequentes. De acordo com o médico, os casos mais comuns são as condropatias da patela. “O tratamento tem por base uma boa fisioterapia, buscando um melhor alinhamento da articulação e medicamentos para proteção da cartilagem”, explica.

Segundo o ortopedista, a cirurgia, nesse caso, não está descartada. “É um recurso que deve ser usado com cautela e após muita insistência numa boa fisioterapia”, conclui.

Dicas prevenir dor nas costas

Entre os brasileiros, a dor mais comum é nas costas. O problema atinge cerca de 36% da população. Embora seja mais frequente em pessoas acima de 40 anos, a incidência tem crescido entre jovens e adolescentes, principalmente por causa de má postura, obesidade e sedentarismo. Abaixo seguem algumas dicas para prevenir problemas de coluna.

1. Exercite-se regularmente.

2. Não fume.

3. Mantenha um peso corporal saudável.

4. Mantenha os músculas das costas fortes.

5. Observe as orientações de mecânica corporal, quando se levantar, se dobrar ou se esticar.

6. Verifique a sua postura e altere frequentemente ao usar seu laptop, smartphone ou tablete.

7. Diminua o estresse.

8. Mantenha os ossos fortes, saudáveis, tomando cálcio, vitamina D e fazendo exercícios de suporte de peso.

9. Moderação! Se você não pratica exercícios físicos com frequência, nada de exagerar nas práticas esportivas no fim de semana.

Como reconhecer a enxaqueca?

As crises de enxaqueca apresentam-se como:

- Dor latejante nas regiões da fronte e têmpora;
- A dor se apresenta mais de um lado da cabeça (em 40% dos pacientes é dos dois lados);
- A intensidade é de moderada a severa ou severa;
- Geralmente incapacita o paciente para as suas atividades normais;
- Inicia leve e progressiva;
- Piora com esforços ou atividades físicas;
- Duram de 4 a 72 horas quando não são tratadas ou o são de forma ineficaz, terminam gradualmente;
- Enjoo ou vômitos;
- Intolerância à claridade ou a ruídos;
- Após as crises, algumas pessoas sentem-se ótimas, enquanto outras, como se um “trator” tivesse passado por suas cabeças;
- Em alguns casos, dor intensa no couro cabeludo.

Sinais de alerta

Há pessoas que sentem que vão ter uma crise de enxaqueca antes de a dor aparecer, a partir de “avisos” que o organismo pode fornecer. Por vezes, estes avisos se iniciam um dia ou algumas horas antes, com sensações do tipo:

- Desconforto na cabeça;
- Bocejos frequentes;
- Irritabilidade;
- Perda da capacidade de concentração ou raciocínio;
- Diarreia;
- Desejo exagerado por algum tipo de alimento ou aversão total;
- Desconforto abdominal;
- Palidez (muito frequente em crianças).

Fonte: dordecabeca.com.br

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