Por João Antônio Johas Leão Em Crescendo na Fé Atualizada em 03 ABR 2019 - 14H55

Como converter um amigo que não segue o caminho de Cristo

Ser Católico significa ter encontrado a resposta que plenifica toda nossa existência, que a enche de sentido e que a faz feliz. Cristo, que disse de si mesmo “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, é essa resposta. Ele transformou de tal maneira nossa vida que podemos dizer que existe nela um antes e um depois de Cristo. E esse depois é tão valioso que realmente percebemos que valeu a pena deixar tudo para seguir Jesus. Para nós, não dá no mesmo ser ou não ser de Cristo.

Mas muita gente não vive assim. Talvez muitos dos meus amigos não experimentaram esse encontro com Jesus e talvez estejam bem longe dEle. Como podemos ajudá-los?

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Essa é uma pergunta fundamental para todo Católico porque ela vai a um ponto fundamental do ser Cristão, o apostolado. Jesus, quando ascende aos céus, deixa uma missão para seus apóstolos, Ele diz: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16,15). Levar a Boa Nova aos demais não é uma questão de opção para nós, é parte fundamental do Plano que Deus espera que realizemos. O Apóstolo Paulo experimentava isso vivamente quando escreveu em sua carta aos Coríntios: “...ai de mim, se não anunciar o evangelho!” (1Cor 9, 16).

Mas porque essa urgência? É porque nos foi dado o tesouro mais precioso que existe. E acho que essa é a primeira realidade que não podemos esquecer nunca. Nós, católicos, encontramos o que o mundo inteiro está buscando. Na Igreja Católica, por meio de Jesus, fomos reconciliados com Deus. E todos que estão longe dEle, de alguma maneira esperam por isso.

Então, de partida, precisamos ser conscientes do que nos foi entregue por amor e saber que aquele que não possui ainda esse dom, o deseja ardentemente, mesmo que não o expresse assim ou ainda, mesmo que o rejeite abertamente. Isso nos permite sermos audazes e lançar-nos nessa aventura porque sabemos que o que nós temos o é o que o mundo precisa.

 

Nós recebemos um dom, que Deus quer que compartilhemos da melhor maneira que pudermos.

Depois, precisamos ser reverentes com cada uma das pessoas com as quais fazemos apostolado. Cada um é único e possui uma história pessoal de acertos e erros, de vitórias e derrotas, de alegrias e desgostos, mas, sobretudo, cada um possui uma história com Deus. Talvez ela seja uma história de ressentimento, porque Ele levou um ente querido; talvez seja uma história de esquecimento, na qual Deus foi perdendo sua importância gradualmente; talvez Ele nunca esteve presente conscientemente, ou ainda, talvez seja uma história de medo pela vocação.

As possibilidades são tantas quantas são as pessoas. A reverência é saber tomar em consideração a pessoa que temos à frente em toda a sua realidade, para poder responder o que ela necessita. Em outras palavras, precisamos saber ver e ouvir, antes de falar.

Mas as palavras não são suficientes. Talvez nem sejam a primeira abordagem. Uma pessoa que está longe de Deus carece do fundamental em sua vida. Ao ver um cristão que vive sua fé com coerência e que irradia uma Luz diferente de tudo que já se viu, essa pessoa se questiona e, se é honesta consigo mesma, procura saber de onde vem toda essa felicidade que o católico transborda. Uma vida que testemunhe a verdade de Cristo Ressuscitado atrai mais do que muitas palavras, porque nessa pessoa a Palavra mesmo se faz carne mais uma vez de alguma maneira. Assim são todos os santos e santas.

No entanto, tudo isso seria impossível se nos esquecêssemos de que não somos os protagonistas nessa história. Recebemos um dom, que Deus quer que compartilhemos da melhor maneira que possamos, mas é Ele mesmo que deseja, mais do que nós, que esse dom chegue a todos. É Deus que continua fazendo apostolado por meio de nós.

Para isso, precisamos estar unidos a Ele com uma vida intensa de oração, buscando a sua Graça por meio dos sacramentos, para que possamos ser melhores instrumentos em suas mãos. A Luz que brilha em nós não é a nossa, mas a de Deus. Se somos luz do mundo (e realmente o somos como Jesus nos disse em Mt 5,14) é porque irradiamos a Cristo mesmo (que também disse “Eu sou a Luz do mundo” em Jo 8, 12). No fim das contas, É Deus mesmo quem converte os corações, não somos nós. Quanto mal faríamos se nos esquecêssemos disso e nos colocássemos no centro, tomando o lugar que é devido a Deus.

Essas são apenas breves reflexões, não sou capaz de afirmar que o escrito resume o que significa fazer apostolado, muitos escreveram mais e melhor sobre isso que faz parte do núcleo da nossa vocação cristã. Talvez essa seja apenas parte da minha humilde experiência do que sei que Deus me chama a fazer. Ele é meu tesouro recebido sem mérito, que não posso ignorar e que preciso entregar ao maior número de pessoas possíveis, contando com a ajuda da Graça sem a qual não poderia fazer nada.


Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

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