Por Equipe Revista JM Em Notícias Atualizada em 02 JAN 2019 - 13H50

Supertop: Jovem seminarista e escritor fala sobre vocação, fé e redes sociais

Vinícius Farias é jovem, seminarista, escritor do livro "Conectados para o Encontro", fascinado por cinema e séries e neste post você encontra uma entrevista incrível com ele sobre evangelização e redes sociais. Pra dar um gostinho a mais, escolhemos uma parte da conversa exclusiva para entrar em nosso site. Confere aí!

vinicius farias

RJM: Quando você sentiu a vocação ao sacerdócio? 

Vínícius: Sempre digo que não há apenas um chamado, mas vários chamados ao longo de nossa história. O que, de fato, muda a vida é o momento crucial da decisão: quero ir para o seminário. Não sou do tipo que sentia o chamado de Deus ao sacerdócio desde a tenra idade. Pelo contrário, posso considerar a minha vocação tardia em relação aos demais candidatos ao sacerdócio. Depois que passei por um processo de conversão aos 15 anos, passei a frequentar a missa todos os domingos e desde então tenho feito discernimento vocacional. Porém, acredito que até então não havia nenhum chamado.

Só depois que concluí a faculdade e comecei a trabalhar foi que comecei a perceber que Deus queria algo a mais de mim. Apesar de ter um bom salário, um trabalho tranquilo, uma família estruturada, sentia um vazio enorme na vida que levava. Foi quando resolvi “colocar Deus em xeque” e perguntar o que Ele queria de mim afinal. Resolvi fazer uma viagem vocacional com o intuito de obter uma resposta. Tive a oportunidade de viajar pela Itália durante um mês, vi o papa, rezei nos lugares santos e no último dia da viagem fiz a seguinte prece diante do túmulo do hoje São João Paulo II: “Querido papa, interceda por mim a Jesus para que eu busque a santidade como o senhor buscou!”. Voltei da viagem querendo dar tudo a Deus. Eu me sentia amado de tal forma que hoje brinco dizendo que esse é o milagre secreto feito por João Paulo II que a Igreja não contabilizou para a canonização. Graças a Deus sou muito feliz e como quis Jesus pela intercessão do papa, quero mais do que nunca ser santo.

RJM: Sobre ser um Jovem escritor e evangelizar... 

Vínícius: Ler e escrever sempre foram grandes hobbies para mim. Quando me veio a luz de escrever sobre algo que gosto para ajudar outras pessoas, dei o meu máximo e toquei o projeto para frente. Veja por exemplo, no mundo secular, os Youtubers: são jovens, muitas vezes de 15, 16 anos que fazem o maior sucesso com uma simples câmera de celular. O sucesso é tamanho que alguns já estão escrevendo livros, participando de feiras do livro e até mesmo lançando filmes. Ora, se no meio secular isso é possível, por que nós católicos também não podemos? 

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RJM: Você escreve sobre a proposta do "encontro", tanto virtual como presencial. Quais as dicas você pode dar pra juventude sobre isso? 

Conectados para o encontro

Vínícius: Teoricamente o fruto dos vínculos estabelecidos nas redes sociais deveria ser o encontro pessoal, porém o mundo está cada vez mais perigoso. Não podemos confiar a ponto de marcar encontros sozinho com a pessoa. O que fazer então? Depende de caso a caso. Se você decidir se encontrar com um amigo virtual, deveria, por prudência, se fazer algumas perguntas: quem está sabendo sobre esse encontro? Será em local público e movimentado? Você conhece esta pessoa a tempo suficiente? Conferiu se os dados fornecidos nas redes socais são verdadeiros (ou não seria um fake profile?) Seus diálogos com a pessoa refletem uma amizade construída em Cristo?

Enfim, essas e outras perguntas devem servir de filtro antes de pensar e se encontrar fisicamente com alguém. Eu mesmo já tive vários encontros sadios e positivos com pessoas que antes só conhecia nas redes sociais. Isso me fez acreditar cada vez mais na Cultura do Encontro e enxergar um meio de fazer amizades verdadeiras e duradouras. 

RJM: A cada dia se multiplicam sites, blogs, canais de jovens falando sobre a fé católica. Muitos recebem críticas duras de haters que nem se identificam. O que você diria para esses jovens que buscam evangelizar?

Vínícius: Dou-lhes um demorado aplauso pela iniciativa. Não devemos ter medo de ir a águas mais profundas. As redes sociais podem ser vistas como ferramentas, mas também como lugares. Nesse segundo ponto de vista, penso que nós católicos precisamos deixar a nossa marca e fazer a diferença. Em outras palavras, precisamos ocupar o máximo de “territórios” que pudermos. Muitas tentativas não vão dar certo. Isso é fato. Porém, não se preocupe. Siga em frente e tente de novo.

Durante dois anos tive um blog chamado “Sentinela no escuro”. Nesse blog, eu postava diariamente artigos com o propósito de evangelizar. Chegou um momento em que não consegui mantê-lo atualizado diariamente. Foi uma pena porque depois de um tempo muitas pessoas passaram a visitá-lo e comentar os artigos que postava. Um dos meus artigos chegou inclusive a ser lido numa aula num determinado seminário. Isso me deixou feliz, porque foi uma resposta clara de que o trabalho valia a pena.

Nas paróquias tenho visto cada vez mais jovens sedentos de Deus. O problema é que nem sempre essas pessoas encontram a informação que buscam para seus dilemas enfrentados na vida. Temos que entender que muita gente em nosso país não tem igreja e nem padre, mas, por irônico que seja, tem acesso à internet. É aí que entra a importância de desenvolvermos conteúdo de qualidade para que cada vez mais pessoas sejam evangelizadas. 

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