Nesses dias, ao ouvir e meditar sobre as leituras da liturgia pensava o quão “difícil” é ser cristão. Sim, é difícil! Mas, ao mesmo tempo é algo tão simples. É só lançar o olhar para as primeiras comunidades e para os primeiros cristãos descritos no livro dos Atos dos Apóstolos e na Patrística que nos convencemos.
A mística pascal não nos permite olhar para um cristianismo isolado, perdido em si mesmo, em suas próprias alegrias, tristezas e esperanças. É sempre uma vida em comum, fundamentada na simplicidade da Boa nova.
A comunidade quando vive na graça de Deus, acolhe ser imagem do Filho, Jesus Cristo.
Nota-se que aquela vida chamada de “humilde”, “pacata” e interiorana, está se tornando raridade. Estamos dentro de grandes centros urbanos ou de pequenas cidades maquiadas de grandes cidades. E o povo... Pois bem, alguns se empenham na procura da feliz realização. Outros, dias após dia constatam a velocidade em que o tempo passa – e estes são a maioria. Neste entremeio, percebo três tipos de igreja (comunidade):
1) Às vezes, quando saímos de algumas Igrejas, somos convencidos com a experiência de Adélia Prado. São tantos barulhos, tantos gritos, tantas palavras cabulosas... Saímos com vontade de rezar tudo de novo, de procurar outra Igreja, de “procurar” viver o sacramento novamente.
2) Há outras comunidades que são opostas, com leituras bem proclamadas, cantos bem interpretados, uma presidência muito bem preparada... Mas, fria, “vazia”, sem expressão e dinamicidade.
3) Contudo, também existem comunidades vivas e cheias de simplicidade de fé. Comunidades que já tive a oportunidade de ver e com o coração pude concelebrar. São nestas comunidades que temos a certeza da “alegria do Evangelho”, na ação do Espírito de Deus. Como ouvi de Fr. Fernando Inácio, OFM: “toda Igreja deve ter um Pentecostes!” Isto significa uma comunidade aberta à dinamicidade do Espírito, que é vivificador. Por isso, acredito que toda comunidade deveria receber no âmago da sua existência a graça divina, proveniente da ação do Espírito Santo.
...todo aquele que nasce de Deus – o cristão – tem uma sublime missão: celebrar o mistério da fé.
Viver na graça de Deus é muito mais que se reunir semanalmente para celebrar a Palavra e a Eucaristia. A comunidade quando vive na graça de Deus, acolhe ser imagem do Filho, Jesus Cristo. Manifesta na claridade as suas escolhas, até o dia em que ela deixará de peregrinar nesta terra e será glorificada, junto de Deus.
Por isso, todo aquele que nasce de Deus – o cristão – tem uma sublime missão: celebrar o mistério da fé. Um celebrar que se dá na vida da Igreja, unida a Cristo Cabeça, que é a nossa vida. O que levar para as celebrações? Cada membro da comunidade deve levar para a reunião litúrgica a sua fé, saborosa e viva, que tem o perfume da vida comum. É tudo isso que enriquece a “degustação” da Palavra e da Eucaristia. É difícil? Sim, mas tão simples! Na verdade, é o Senhor quem nos convida, nos reúne e nos prepara. Somente temos que levar um coração aberto e disponível à graça. Simples assim!
Feliz Páscoa!
Abração musical de,
Wallison Rodrigues
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