Por Redação A12 Em Igreja

Marco Roncalli fala sobre o testemunho de santidade de João XXIII para a família

Papa João XXIIIUm dos maiores especialistas sobre a figura de Angelo Giuseppe Roncalli, o Papa João XXIII, é o sobrinho-neto, Marco Roncalli. Entrevistado pela agência Zenit falou sobre o que significa a canonização para a família, o exemplo de santidade que deixou e sobre a decisão do Papa Francisco ao canonizar dois Papas ao mesmo tempo. 

Marco é um dos biógrafos da vida e do pontificado de João XXIII e presidente da Fundação João XXIII. Ao ser perguntado sobre como é para a família ter um membro alcançando a honra dos altares, o sobrinho destaca que "é um convite a uma responsabilidade maior", não só para os seus familiares, como também para toda a Igreja. "O Santo, como dizia um grande jesuíta, Xavier Léon-Dufour, é antes de tudo um chamamento e uma pergunta: 'O santo se torna palavra de Deus. É um êxito de Deus. Deus conseguiu, com a terra de que somos feitos, plasmar um ser em que a graça venceu a força da natureza'... Acho que essa frase pode se aplicar muito bem a João XXIIII", sublinhou. 

Estudando profundamente a vida de seu tio-avô por longos 30 anos, o sobrinho destaca que os registros históricos disponíveis sobre a vida de João XXIII contam em plenitude "uma parábola humana e espiritual vivida com fé sólida em Deus e confiança natural nos homens", mas mesmo assim, não se sabe tudo o que ele fez em vida. "Há uma complexidade por trás da aparente simplicidade dele. Não se conhece suficientemente a sua cultura, o seu conhecimento da história, não só da Igreja. Não se conhecem muitos gestos de solidariedade oculta. Não se conhece totalmente a consciência e a coragem com que ele assumiu decisões importantes, por causa das quais ele foi acusado de ingenuidade", esclareceu. 

 

"Acho que as imperfeições podem fazer de João XXIII uma pessoa como todas as outras".

Para a família Roncalli, a santidade de João XXIII sempre foi encarada de uma forma muito natural. Para Marco, que viveu com o irmão mais jovem do Papa, Giuseppe, seu avô, e ainda com seu pai, que conviveu com ele em Veneza, quando exercia seu ministério no patriarcado, "era fácil conhecer o Papa João e o seu desejo de santidade", e citando Padre Primo Mazzolari, frisou que Angelo Giuseppe era como uma "Papa de carne e osso", e que gostaria que ele fosse lembrado assim porque não é bom "para nenhum papa a mitificação (ser transformado em mito). "Acho que as imperfeições podem fazer de João XXIII uma pessoa como todas as outras", completou. 

Sobre o processo de canonização que não teve como exigência um segundo milagre, Marco Roncalli enfatizou que o Papa Francisco quis "reduzir os tempos" para oferecer à Igreja a oportunidade de celebrar a canonização de dois papas importantes em sua história recente. "A vontade do Papa é clara. São duas personalidades bem diferentes, com histórias e características diferentes, mas há traços que os unem. Foram dois homens capazes de assumir grandes responsabilidades, pessoais e universais, que marcaram a história". 

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