Por Maria Carolina Moraes Em Brasil Atualizada em 06 MAR 2019 - 11H50

Tradição na quaresma, paçoca está entre pratos típicos da culinária regional

No Vale do Paraíba, preparação e consumo da iguaria promovem até Festival

Michell Lima
Michell Lima

Durante a Quaresma, uma iguaria conhecida desperta o paladar dos brasileiros, sobretudo em cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais. Preparada à base de amendoim, farinha de mandioca, açúcar e sal, a paçoca caipira está entre os costumes populares da culinária regional do Vale do Paraíba, que promove em Guaratinguetá o Festival da Paçoca e do Pilão.

Região em que a população é predominantemente católica (66%), de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), a tradição da paçoca se intensificou com o hábito de não consumir carne durante os 40 dias que antecedem a Páscoa. Em Guaratinguetá e Lorena, por exemplo, doceiros artesanais conservam há mais de 40 anos o preparo da paçoca à moda antiga: moída e socada no pilão.

Propriedades nutricionais e benefícios

Em sua composição a paçoca traz nutrientes como ômega 3, proteínas, fibras, carboidratos, minerais e vitaminas. De acordo com a nutricionista Luciana Finoti, a substituição da carne pela paçoca pode ser considerada proporcional. “Por ser uma das fontes vegetais com maior quantidade de proteína, o amendoim consegue amenizar a carência das fontes animais (como a carne)”, garante.

Segundo ela, a paçoca possui nutrientes necessários à dieta alimentar, contudo, explica: “Os ingredientes e, principalmente suas quantidades, devem ser levadas em consideração para que não prejudique a ação dos nutrientes benéficos à saúde”. De acordo com a nutricionista o ideal seria não ingerir mais que 50 gramas por dia.

Paçoca no Vale

Comum em diversas regiões brasileiras, a paçoca recebe ingredientes variados em seu preparo, e estes mudam muito de região para região. Aqui no Vale do Paraíba, por exemplo, a paçoca mais tradicional é a de amendoim, uma versão doce da iguaria muitas vezes degustada com banana.

E entre os doceiros valeparaibanos, foi a curiosidade que despertou em Agostinho José da Silva, o interesse em aperfeiçoar e manufaturar a paçoca. “Saí daquele trivial que era comer paçoca de amendoim, criei vários outros tipos de paçoca e acompanhamentos, o que gerou então mais interesse pela cultura paulista”, comenta.

Hoje, além da paçoca de amendoim, Seu Agostinho também produz paçoca de carne seca, paçoca de torresmo e gergelim, que podem ser degustadas no Festival da Paçoca e do Pilão em Guaratinguetá.

Festival da Paçoca e do Pilão em Guaratinguetá

Na praça principal da cidade, 200m² de tenda abrigam barracas de pratos típicos, como bolinho de fubá feito com paçoca de carne seca, bolinho de bacalhau no pilão, empadinhas de paçoca de camarão.

Além disso, músicos e artistas da cidade são convidados para movimentar a festa, que conta ainda com o preparo de um feijão tropeiro, acompanhado de arroz, torresmo e paçoca de torresmo ou de carne.

Este ano o Festival da Paçoca e do Pilão acontece de 26 de março a 5 de abril, de quinta a domingo, das 10h às 21h, na Praça Santo Antônio, centro de Guaratinguetá.

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