Por Beatriz Nery Em Notícias Atualizada em 29 AGO 2019 - 10H36

Rádio Aparecida traz série de reportagens sobre a fome no Brasil

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Alimentar-se é uma das necessidades mais essenciais do ser humano, e um dos direitos mais básicos em qualquer sociedade
. Em 2014, 5 milhões de pessoas estavam nessa condição no Brasil e, em 2017, esse número passou a ser de mais de 11 milhões. Ou seja, a pobreza e a miséria quase dobraram no país nos últimos anos.

Para trazer à tona esse sofrimento em que o Brasil se encontra, e que pode se agravar cada vez mais, a Rádio Aparecida preparou uma série de reportagens especiais chamada “O Mapa da Fome no Brasil”.

Priscila Barbosa, responsável pelas matérias, conta um pouco de como foi feita a produção. “Foi muito especial e difícil de fazer, porque é um tema extremamente forte. A fome não dói apenas no estômago, mas fere também a dignidade humana. Foi um momento muito bonito de união da equipe. Todos os profissionais do jornalismo da Rede Aparecida trabalharam para que esse especial fosse ao ar. Tivemos momentos emocionantes ao conversar com pessoas que passam por isso ainda hoje”.

Acompanhe a primeira reportagem, com trabalhos técnicos de Marcos Prado:

Por que o Brasil não tem políticas de combate ao desperdício


Apesar de o Brasil ser considerado uma potência mundial em produção agrícola, diariamente milhares de toneladas de alimentos ficam pelo caminho entre a colheita e a mesa dos brasileiros. Estes produtos provêm da agricultura familiar e do pequeno produtor, que detêm a maior produção agrícola do Brasil.

Segundo Jefferson Coriteac, da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, 70% dos produtos que vão para a mesa do brasileiro são oriundos da agricultura familiar. “São pessoas que produzem aquilo que eu, você e todos os outros brasileiros consumimos no dia a dia. A importância que hoje a agricultura familiar tem na vida de nós brasileiros é muito grande”, afirma. Cerca de 84% dos estabelecimentos agrícolas também são de agricultura familiar.

Se, de um lado, temos o incentivo financeiro para agricultura, na outra ponta as frutas, as verduras e os legumes são desperdiçados nos grandes centros de abastecimento. Para Jéssica Lima Moraes, nutricionista da ONG Banco de Alimentos, faltam políticas públicas que incentivem as doações de alimentos in natura. “Faltam leis e políticas que incentivem as empresas hortifrúti e supermercados a doarem, reduzindo o desperdício”.

De olho no futuro da agricultura familiar, e na tentativa de manter o Brasil como potência agrícola, o governo mira agora nas mulheres rurais. Ouça a segunda reportagem da série Mapa da Fome, com trabalhos técnicos de Marcos Prado e produção de Priscila Barbosa:

Conheça trabalho de ONGs e feirantes contra o desperdício alimentício


O combate ao desperdício de alimentos é ainda pouco explorado em terras brasileiras. Em todo o mundo, 30% de tudo que é produzido, é descartado. Segundo o Instituto Acatu, 41 mil toneladas de comida vão para o lixo diariamente no Brasil. As perdas são bilionárias. Só no ano passado, os supermercados perderam quase R$ 4 bilhões em alimentos desperdiçados.

De acordo com dados oficiais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), 50% dos alimentos são desperdiçados durante o manuseio ou transporte; outros 30% em centrais de abastecimento e comercialização; 10% são perdidos no campo e mais 10% no consumo e em supermercados.

Em contrapartida, o que choca é o número de pessoas em situação de miséria, muitas vezes sem ter o que comer, em um país que continua desperdiçando tanta comida. Levar a alimentação básica para a população é uma das missões da ONG Banco de Alimentos, que apoia 45 instituições e já beneficiou 20 mil pessoas no país.

Atitudes como a de feirantes no interior de São Paulo também auxiliam nesse movimento. Conheça esses personagens, na terceira reportagem da série Mapa da Fome do Brasil, com trabalhos técnicos de Marcos Prado e produção de Priscila Barbosa:

Desnutrição pode acometer crianças antes mesmo de nascer

A fome é um grande risco à saúde, à dignidade e à vida de nossas crianças. Crianças e desnutrição andam de mãos dadas com a mortalidade infantil no Brasil. Segundo dados de 2017, da Fundação Abrinq, 13% das crianças brasileiras de até 5 anos sofrem de desnutrição crônica. Elas podem ser vítimas da fome antes mesmo de nascer, é o que explica o doutor Mauro Fisberg, do Departamento Científico de Nutrologia, da Sociedade Brasileira de Pediatria. “A alimentação do ser humano começa no período pré-natal; a mãe precisa estar em condições adequadas para ter um bebê e é preciso ter um ganho gestacional adequado, que garanta que ela consiga lhe dar todos os nutrientes durante o período de formação do feto”.

Além do risco de morte, as crianças sofrem prejuízo ao seu desenvolvimento físico e intelectual, que irá se propagar por todo o seu futuro. Dr. Mauro Fisberg expõe quais são os perigos que rondam a desnutrição infantil. Nós consideramos que os dois primeiros anos de vida, os primeiros mil dias junto com o período da gestação, são essenciais para o desenvolvimento da criança. É nesse período que termina a formação de todos os órgãos e se desenvolve ao máximo a capacidade motora e intelectual que a criança vai ter no futuro”.

Ouça a quarta reportagem do especial Mapa da Fome do Brasil, com trabalhos técnicos de Marcos Prado e produção de Priscila Barbosa:

Como a solidariedade pode mudar a realidade da fome no Brasil?


Iniciativas da Igreja Católica no Brasil ajudam a combater a fome em diversas partes do país.
O bispo de Pesqueira (PE), Dom José Luiz Ferreira Sales, conta um pouco do trabalho da Igreja local no combate à fome e no atendimento das necessidades básicas da população mais carente. “A realidade da fome se agrava no nosso país e, nós católicos, temos uma grande responsabilidade. Terminamos o centenário de nossa diocese, cujo tema foi ‘Pão partilhado’ e tiramos como meta cuidar mais das pessoas que passam necessidade”, afirmou o bispo.

A repórter Priscila Barbosa trouxe ainda o exemplo e a iniciativa da Pastoral da Criança no combate à desnutrição e o acompanhamento das famílias e do crescimento das crianças.

Ouça a reportagem completa:

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