Por Joana Darc Venancio Em Brasil Atualizada em 23 AGO 2019 - 15H09

BNCC: A proposta para a Educação Infantil

A BNCC espera desenvolver conteúdos e habilidades que pelas vias da Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Ela é detalhada e quer garantir os mesmos conhecimentos para os alunos em todo território nacional. A ideia é a Educação Integral, que forma para a Cidadania e para o trabalho, conforme consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96. "Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores".

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É pela Escola que a BNCC será visibilizada socialmente: “As instituições escolares, as redes de ensino e os professores serão os grandes protagonistas dessa transformação”, define na Introdução. O Papa Francisco, no Discurso aos estudantes e professores das Escolas Italianas, em 10 de Maio de 2014, declarou seu grande amor à Escola, o que nos faz refletir nossa responsabilidade.

Ensinou papa Francisco: "Amo a escola porque é sinônimo de abertura à realidade. Pelo menos assim deveria ser! Mas nem sempre o consegue ser, e então significa que é preciso mudar um pouco a organização. (...) E finalmente gostaria de vos dizer que na escola não só aprendemos conhecimentos, conteúdos, mas aprendemos também hábitos, valores. Educa-se para conhecer muitas coisas, ou seja, muitos conteúdos importantes, para ter determinados hábitos e até para assumir os valores. E isto é muito importante. Desejo a todos vós, pais, professores, pessoas que trabalham na escola, estudantes, um caminho agradável na escola, uma via que faça crescer as três línguas, que uma pessoa madura deve saber falar: a língua da mente, a língua do coração e a língua das mãos. Mas harmoniosamente, isto é, pensar o que se sente e o que se faz; sentir bem o que se pensa e o que se faz; e fazer bem o que se pensa e o que se sente. As três línguas, harmoniosas e juntas!".

Leia MaisBNCC e as 10 Competências: vamos acompanhar a aplicação na EducaçãoBNCC: O que é? Currículo como sinônimo de abertura à realidade?Todo contexto da BNCC é projetado para o desenvolvimento de Competências e Habilidades que passe o aluno da condição de sujeito passivo para a condição de construtor do conhecimento. Portanto, este deverá ser convidado a identificar problemas, compreender os conceitos, propor e testar soluções, interagir com os colegas e expressar princípios e valores.

Dessa forma, estudar não será uma ação que começa e termina na sala de aula, mas que se estenderá por toda a sua vida e em todos os espaços e situações de sua convivência. Tudo deve estar em sintonia para que sejam relacionados os aprendizados propostos nas atividades de sala de aula com as dimensões da vida e da natureza: as manifestações artísticas, as tecnologias, o mundo do trabalho, o consumo responsável, o cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

As Dez Competências são entendidas como um norte para as escolhas curriculares que devem envolver toda comunidade escolar: pais, alunos, professores, gestores, pedagogos, funcionários administrativos, representantes do bairro, etc. A partir delas serão construídos os Processos Educativos, que devem promover aprendizagens significativas em sintonia com as necessidades e possibilidades e interesses dos alunos e com os desafios da sociedade contemporânea.

As Competências Gerais da Educação Básica estão apresentadas em cada uma das Cinco Áreas de Conhecimento de acordo com o Parecer CNE/CEB nº 11/201025: Linguagem: Língua Portuguesa: Arte, Educação Física, Língua Inglesa; Matemática: Matemática; Ciências da Natureza: Ciências ; Ciências Humanas: Geografia, História; Ensino Religioso: Ensino Religioso.

As competências previstas devem ser desenvolvidas nas atividades que serão realizadas nas salas de aula. Dessa forma, haverá uma sintonia entre o que se espera alcançar em longo prazo e em curto prazo. Por isso, a BNCC aponta os Eixos Estruturantes das práticas pedagógicas e as competências gerais da Educação Básica. Todas as competências são igualmente importantes. Devem, por exemplo, devem articular-se e desdobrar-se em expectativas nos cinco Campos de Experiência na Educação Infantil: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, cores, sons e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação; Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações.

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É importante recordar que a Educação Infantil é compreendida em duas fases: de 0 a 03 anos (creche) e de 4 a 5 anos (Pré Escola), sendo que a partir dos 4 anos há obrigatoriedade da matrícula escolar, desde 2013.

Levando em conta os Eixos Estruturantes para a Educação Infantil (2017.p. 36), são seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento para que as crianças aprendam de forma significativa superando a condição de sujeito passivo:

Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

A articulação e o desdobramento continuam nos próximos anos escolares no Ensino Fundamental, com as Competências Específicas de cada área com habilidades a serem trabalhadas, que é o tema da próxima reflexão.

Escrito por
Joana Darc Venancio (Redação A12)
Joana Darc Venancio

Pedagoga, Mestre em educação e Doutora em Filosofia. Especialista em Educação a Distância e Administração Escolar, Teóloga pelo Centro Universitário Claretiano. Professora da Universidade Estácio de Sá. Coordenadora da Pastoral da Educação e da Catequese na Diocese de Itaguaí (RJ)

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