Igreja

Santa Bakhita: A Santa da Esperança cristã

João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)

Escrito por João Antônio Johas Leão

08 FEV 2021 - 09H00 (Atualizada em 08 FEV 2024 - 10H41)

Reprodução

Negra, sudanesa, vendida várias vezes como escrava, passando por vários senhores que a maltrataram de diversas formas. Bakhita é um modelo de pessoa que pareceria ter todos os motivos para se revoltar com o mundo e com as pessoas.

Leia MaisTrês ensinamentos da vida de Santa Bakhita para as nossas vidasUm modelo que mostraria que a humanidade não tem mais jeito, que trata seus irmãos como objetos sem dignidade.

Um modelo que, no final das contas, decreta que o que vale realmente na vida é a lei do mais forte.

Mas, contra todas as expectativas mundanas, a santa é, para nós, modelo de esperança cristã. Como pode ser?

Mais tarde em sua vida, após ter passado por várias experiências negativas de escravidão e sendo já religiosa canossiana, ela consegue olhar para trás e dizer que, inclusive, beijaria as mãos de seus antigos captores, porque se não fosse a sua passagem por todos eles, não teria conhecido quem agora era seu único patrão: esse Deus bom, que a ama incondicionalmente e que seu coração buscava desde criança, quando contemplava o sol e perguntava quem era o “patrão” de tudo aquilo.

Essa atitude nos lembra a passagem bíblica que narra a reação de alguém que encontra a pérola mais valiosa e vende tudo para adquiri-la. Bakhita, ao encontrar esse Senhor bom e definitivo, julga que toda a sua vida anterior merece ser deixada para trás, a fim de entregar-se completamente a Deus.

É nesse momento que seu nome (Bakhita não é seu nome verdadeiro, mas um nome dado por um dos mercadores de escravos e que significa “afortunada”) se mostra profético. Ela se descobre verdadeiramente afortunada ao descobrir que, por mais maldade que possa existir no mundo, existe também esse “Patrão Bom” que a ama infinitamente e que a convida a seu serviço.

Em que momento ela “vendeu tudo”? Talvez seja quando manifestou sua vontade de permanecer com as religiosas quando a família que servia voltou da África e a foi buscar. Depois de ter tido essa experiência cristã e ter se encontrado pessoalmente com o Senhor Jesus, ela já não via como poderia voltar a servir outros patrões.

Mais ou menos como aquela outra passagem Bíblica, na qual Jesus chama dois discípulos para “vir e ver” onde ele morava e passar uma tarde com Ele. Depois dessa experiência, eles saem já transformados, anunciando aos seus que tinham encontrado o Messias. Bakhita, depois de batizada e de ter comungado do Senhor Eucarístico, encontrou o sentido de sua vida.

Em um mundo que parece ter muita dificuldade de encontrar esperanças, Josefina Bakhita nos mostra a todos onde está a verdadeira e única esperança cristã. Atualmente, negros continuam a ser alvo de racismo, a serem perseguidos. A eles, se somam vários cristãos que são perseguidos pela sua fé em países que não possuem liberdade religiosa.

Vivemos em um mundo no qual se perseguem crescentemente liberdades consagradas das pessoas. Diante dessa possibilidade de escravidão (Tanto física como espiritual), a santa sudanesa renova a nossa esperança em Deus, o Único Patrão que realmente liberta aqueles que O servem.

Escrito por
João Antonio Johas Leão (Arquivo pessoal)
João Antônio Johas Leão

Licenciado em filosofia, mestre em direito e pedagogo em formação. Pós-graduado em antropologia cristã e entusiasta de pensar em que significa ser cristão hoje.

Boleto

Carregando ...

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Redação A12, em Igreja

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.

Carregando ...