Nesta segunda-feira, 15 de janeiro, o Papa Francisco partiu rumo ao Chile em mais uma Viagem Apostólica internacional, a 22ª de seu Pontificado e a 6ª à América Latina.
A primeira etapa é no Chile, onde além da capital Santiago, visitará Temuco e Iquique. E a realidade que encontrará é bem diferente daquela de 1987, ano da visita do Papa João Paulo II ao país.
Há 30 anos, o Chile vivia sob a ditadura de Pinochet, enquanto agora respira ares de democracia. A Presidente Michelle Bachelet entregará o cargo em março a Sebastián Piñera, vencedor do segundo turno das eleições em 17 de dezembro, e que já havia governado o país de 2010 a 2014.
"O Papa Francisco chegará a um país com pleno estado de direito, que recuperou sua democracia em 1990, e que é muito mais diversificado nos diversos âmbitos, com um crescente número de imigrantes", havia declarado Bachelet em um comunicado, após a confirmação da visita do Pontífice ao país.
Pertença religiosa
Em 1987, os chilenos eram 12,4 milhões, enquanto agora a população é de 18,3 milhões.
Mas a mudança nestes 30 anos não foi apenas demográfica ou no campo político. Mudou também o perfil da sociedade chilena.
Há três décadas, 70% dos chilenos se declaravam católicos, percentual que caiu para 59%, segundo revelou a Pesquisa do Bicentenário, realizada em 2014.
Diminuiu o número de quem se diz católico e aumentou o número de ateus e evangélicos.
Em 2006, 12% da população se dizia ateia, enquanto em 2014 este percentual subiu para 22%. Já os evangélicos constituíam 14% da população há dez anos, enquanto hoje representam 16% dos chilenos.
As cifras de pertença religiosa variam entre as diferentes pesquisas realizadas, mas todas revelam esta tendência a uma diminuição entre aqueles que se declaram católicos.
"Conflito mapuche"
Nos ataques contra igrejas na madrugada da última sexta-feira, foram deixados panfletos fazendo menção à questão dos mapuches, povo autóctone que vive nas proximidades de Temuco, cidade que será visitada pelo Papa.
O fato de os agressores terem mencionado o "confito mapuche" - como é conhecido - não significa necessariamente que os ataques tenham alguma relação com a causa, mas acena para esta questão que gera tensões e conflitos no sul do país.
De fato, nos últimos anos, a região de Araucanía tem sido foco de ataques violentos contra as pessoas e também contra igrejas. De 2014 a 2016, 15 igrejas - 12 católicas e 3 evangélicas - foram incendiadas, 11 delas somente em 2016. Em 2017, foram sete. Todos os ataques atribuídos ao grupo indígena Weichan Auka Mapu .
Por valorizar as populações indígenas ao redor do planeta e defender a sua proteção, é de se esperar que o Papa Francisco leve alguma esperança de solução para este conflito.
Os serviços de segurança do Chile e do Vaticano levaram em consideração os conflitos existentes na região ao elaborar o esquema de segurança do Pontífice e da população.
Fonte: Vatican News
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