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Santas Missões: Uma comunidade em missão

“Como não crer naquele de quem não ouviram falar? Como não ouvir falar dele, se não há quem o anuncie?” Rom. 10, 14 -15.

Procissão Luminosa MIssoes redentoristas

Objetivo da Missão Popular Redentorista:

As Santas Missões Populares, como atividade pastoral da Igreja, se firmaram, sobretudo, após o Concílio de Trento, realizado no século XVI. Este concílio ajudou a Igreja a se preparar para evangelizar o mundo moderno, onde cresciam as cidades graças ao aumento da população e ao êxodo migratório daqueles que viviam na zona rural.

Naquele tempo as pessoas venciam as distâncias graças aos novos meios de transporte como o ferroviário e o marítimo, pois estávamos no tempo das grandes navegações. Ainda um outro fator preponderante daquele período histórico foi o aumento da influência das universidades, com a explosão do pensamento racionalista, pois as luzes da razão, como se dizia na época, precisavam vencer “as trevas da ignorância e o erro”.

A não ser por pequenos ajustes localizados, o método de pregação das Santas Missões pouco mudou ao longo dos tempos, até chegarmos ás primeiras décadas do século XX. Com a promulgação do Código de Direito Canônico de 1917 as Santas Missões se tornaram uma atividade recomendada e oficializada pela Igreja, pois cada paróquia deveria organizar as missões “ao menos a cada dez anos”. Claro que a insuficiência de missionários e a falta de interesse de muitos padres fizeram com que esta periodicidade não fosse obedecida.

Ainda no período pré-conciliar algumas mudanças aconteceram, mas quando chegamos ao período do Pós-Concílio, as Santas Missões, como toda a Igreja passaram e continuam passando por um intenso processo de transformação, e assim a sua ação não sofre mais obstáculo de continuidade em pleno mundo Pós-Moderno.

Os missionários redentoristas, sendo uma das congregações religiosas mais conhecidas justamente por causa da pregação das Santas Missões, realizaram uma grande assembleia em meados dos anos de 1960, intitulada “Sacra quam vocat Missionem”. Esta assembleia foi só o início de um processo de renovação e de atualização que nunca mais parou. Na sua conclusão decidiu-se que a Província de São Paulo não interromperia a pregação das Santas Missões como algumas províncias redentoristas ou congregações missionárias vinham fazendo.

A partir daí aconteceu sim outra mudança essencial: o foco deixa de ser só a pregação das verdades eternas, muitas vezes de forma apologética e até mesmo intimidatória, ou a busca pela salvação individual das pessoas. Agora o acento se coloca na promoção da pessoa humana em sua integridade, atingindo todas as dimensões do seu viver.

A pregação das grandes verdades da fé ganha um caráter mais pastoral. Desde então as Santas Missões modernizaram o seu método missionário que agora passa a ser realizado em varias fases consecutivas. Os nomes e os conceitos variam, mas o objetivo central das missões hoje “é o de realizar uma evangelização vivencial, numa ação Pastoral Extraordinária apta a atingir toda comunidade local e com isso, levar todo o povo de uma paróquia a adesão fundamental e autêntica a Cristo e a sua Igreja”.

Num processo de Ação Missionária que tem uma data certa para iniciar, mas não tem um tempo específico para ser concluído, fase por fase, é assim que se desenvolve a Missão Redentorista numa comunidade paroquial. Lembrando sempre que, para que as Santas Missões aconteçam numa paróquia é preciso que haja o convite do pároco e sua integração de forma plena em todas as atividades missionárias propostas.

Fases das Santas Missões Redentoristas:

1ª Fase: Missão da Visitação – Tempo da Organização: Nesta etapa, a grande comunidade paroquial é dividida em comunidades menores: Comunidade Mãe (matriz), comunidades urbanas (vilas, bairros), comunidades distritais (distritos) e rurais (fazenda, bairros). Essas comunidades, tendo cada uma seu coordenador, chamado Coordenador de Comunidade, serão, por sua vez, subdivididas em setores de 30 – 40 famílias.

Cada setor terá um coordenador, chamado Coordenador de Setor. Este formará um grupo de auxiliares, todos, como ele deverão ser moradores do seu próprio setor. Um sinal do s tempos em que vivemos na Igreja é o aumento do número de paróquias, sobretudo, nas regiões sul, sudeste e centro-oeste e a diminuição do número de comunidades rurais, pelo esvaziamento dos campos.

2ª Fase: Missão nas Famílias: Nesta fase, o Coordenador de Setor e seu grupo irão reunindo as famílias pela oração em comum, pela reflexão bíblica e partilha, despertando: amizade, relacionamento, interesse e conhecimento mútuo entre as famílias de seu setor. A Missão nas Famílias atinge a todos os ambientes de uma comunidade como casas, apartamentos e até mesmo os condomínios fechados.

3ª Fase: Tempo Forte de Evangelização: “O amor de Cristo nos uniu”: Nas duas primeiras estas das missões que têm uma duração média de dois meses, os missionários redentoristas se fazem presentes na comunidade paroquial através daqule missionário que coordena das atividades. Há uma presença significativa da irmã missionária que anima a todos e encabeça todos os serviços missionários.

Neste terceira etapa o grupo missionário redentorista se faz presença de forma mais intensa em todas as comunidades. O tempo de duração da terceira fase depende do número de comunidades a quantidade de famílias que integram a cada uma delas.

4ª Fase: Pós – Missão, Vida de Igreja – Comunhão: A quarta fase que é chamada de Pós-Missão ou Tempo de Perseverança, não tem um praz fixo para acontecer. Nela os Coordenadores das comunidades terão uma preocupação: que cada setor se transforme em um “foco de serviço”, num Plano Pastoral Orgânico da comunidade paroquial, criando momentos de ação apostólica no setor, comunidade e paróquia para crianças – jovens – famílias – anciãos – doentes – pobres; em resumo: todos os irmãos.

Atualidade das Santas Missões Depois dos ventos renovadores do Concílio Vaticano II, ainda que algumas unidades da Congregação no Brasil tenham deixado de pregar as missões naquele estilo extraordinário, adotando outras formas de missão, com nova sistemática, alguns elementos vão se clareando, constituindo-se como uma contribuição genuína dos redentoristas a esta forma de Pastoral Extraordinária:

• A constituição de Conselhos Missionários em muitas paróquias missionadas.

• A adoção de uma LINHA MESTRA de missão que perpassa todas as fases.

• O uso de dados sociológicos na preparação e organização de uma missão.

• A nucleação de uma Paróquia a ser missionada em grupos e comunidades.

• O uso de subsídios de preparação atualizados e adaptados a cada realidade.

• O temário missionário desenvolvido como mística e como ideal.

• A contínua capacitação do grupo missionário através de encontros, cursos assembleias, jornadas e congressos interprovinciais e intercongregacionais.

• A presença das religiosas missionárias e dos leigos voluntários no processo missionário. Pe. Inácio Medeiros, CSsR Equipe de Comunicação Santas Missões

 

Pe. Inácio Medeiros, CSsR

Equipe de Comunicação

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