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Província eslovaca abre processo de canonização de padre perseguido pelo regime comunista

Neste sábado, 31, o bispo dom Jan Babjak abrirá o processo de canonização do padre redentorista Ivan Mastiliak Ján (1911-1989) da Vice-Província de Michalovce, na Eslováquia. 

Foto de: reprodução. 

Padre Mastiliak Jan

Pe. JÁN IVAN MASTILIAK
(1911-1989)

Ján Mastiliak Ivan, nasceu no dia 5 de novembro de 1911, em Nižný Hrabovec (distrito Vranov nad Topľou – Eslováquia). O segundo de três filhos, ele passou a infância em situação de pobreza, após a morte de seu pai, em 1916, nos Estados Unidos, onde trabalhava como imigrante para sustentar a família.

Em junho de 1922, ele foi recebido pelos Redentoristas após uma missão pregado num povoado próximo. No estudantado da Congregação do Santíssimo Redentor, Ján Ivan não só teve a oportunidade de continuar seus estudos, mas também demonstrou haver capacidade de memória excelente, particularmente no estudo de línguas.

Admitido ao noviciado de Stropkov, ele fez sua profissão religiosa no dia 2 de agosto de 1929. Durante os anos de estudante em Obořište, além de amadurecer na vida espiritual e nos estudos de filosofia e teologia, também pode aprofundar seu interesse nas ideias da união com a Igreja Ortodoxa Russa.

Ordenado sacerdote em Užhorod, a 12 de agosto de 1934, propôs-se em exercer o apostolado em favor da causa uniata. Em junho de 1935, no entanto, ele foi chamado para o serviço militar, durante o qual, tal como no passado, adoeceu com pneumonia.

A saúde precária e versatilidade para o estudo, induziu os superiores, em 1937, a enviá-lo à Roma para frequentar o Instituto Oriental, onde, em 19 de junho de 1941, defendeu sua tese de doutorado intitulada “Fuitne Vladimirus Soloviev catholicus. Inquisitio in eius vitam et personam”.

Obrigado a permanecer na Itália, devido ao início da Segunda Guerra Mundial, ele cursou a faculdade de teologia na Universidade Gregoriana, onde concluiu os cursos com a pesquisa “Fé e ciência em Vladimir Solovjov – O sentido cristão e valor de seu ensino.” Infelizmente, o aparecimento de pneumonia não lhe permitir publicá-la e ele foi chamado por seus superiores para o tratamento em sua Pátria.

De volta à Tchecoslováquia, viveu pela primeiramente em Podolínec e depois em Michalovce como superior da comunidade. No verão de 1945, ele foi designado para o seminário redentorista de Obořište para ensinar dogmática, ascética, filosofia, línguas estrangeiras e dar cursos sobre as Igrejas Orientais. No seminário abrangeu também o papel de diretor espiritual, especialmente para os estudantes greco-católicos da Vice-Província de Michalovce.

Seu compromisso, expresso especialmente pela celebração da liturgia, a participação às festas de santos orientais, as publicações na revista do estudantado chamada “Alfons” e as palestras eruditas sobre os temas do Oriente cristão, permitiram aos alunos aprofundar na espiritualidade e na liturgia da Igreja greco-católica.

Seu ativismo vivo na promoção da causa uniata, expressa desde 1906, com a criação do movimento de “Oração para a união dos eslavos à Igreja Católica”, manifestou-se de forma mais eficaz com seu ensino em Obořište, onde, animado com um sincero espírito ecumênico, dedicou-se à promoção de um sereno diálogo teológico que visava clarificar as posições e eliminar os obstáculos que se opunham à comunhão. Para este fim, ele publicou muitos estudos científicos significativos.

Considerando seu profundo conhecimento da teologia oriental, o arcebispo de Praga nomeou um membro da Comissão do birritualismo, criada para analisar os pedidos de quem queria passar ao rito greco-católico.

 

Padre Ivan sofreu tortura e chegou a ser condenado à morte, em consequência do regime ditatorial imposto pelo Partido Comunista na época.

Em 1949 foi convidado a ensinar na Academia Alfonsiana em Roma. Infelizmente, a saúde física, a impossibilidade de ser substituído no ensino Obořište e o advento do regime comunista na Checoslováquia não lhe permitiram de aceitar.

Com a subida ao poder do Partido Comunista e do consequente regime ditatorial, Pe. Ivan foi contado, desde 1948, entre os inimigos do Estado. Preso e encarcerado em 14 de março de 1950, ele foi forçado, sob tortura, para registar acusações difamatórias que o classificavam como espião do Vaticano e traidor do Estado. Na conclusão do processo, em 5 de abril seguinte, ele foi condenado à morte que, com a anistia de 1955, foi comutada em 25 anos de prisão. Depois de 15 anos de prisão, ele foi liberado em 1965.

Em 13 março de 1968, por causa também da restauração da Igreja greco-católica e das transformações sociais, foi nomeado Superior dos Redentoristas da Vice-Província de Michalovce. Ocupou o cargo até 18 de maio de 1981, quando renunciou por motivos de saúde. Durante seu mandato, deu um novo impulso à vida religiosa das comunidades, restaurando o espírito fraterno e zelo missionário; possibilitou a visita do Superior Geral dos Redentoristas na Checoslováquia e foi capaz de retornar a Roma para participar no Capítulo Geral da Congregação. Infelizmente, com a repressão armada da breve “Primavera de Praga” (5 de janeiro – 20 de agosto de 1968), a Igreja foi novamente forçado a viver escondido sob rígida vigilância policial.

O Pe. Ivan, novamente registrado como um inimigo do Estado e catalogado como um colaborador da hierarquia greco-católica, continuou comprometido, em segredo, com a formação de seminaristas religiosos e diocesanos. Para fazer isso, ele começou a receber os estudantes em seu apartamento a dedicando-se à sua formação teológica e espiritual e, sabendo 14 línguas, traduzindo-lhes os textos dos grandes filósofos e teólogos. Além disso, para obter-lhes acesso a ordenação sacerdotal, ele lhes indicava a um amigo bispo ou lhes atestava a aptidão para o sacerdócio.

Morreu no dia 18 de setembro de 1989 de uma isquemia cardíaca. Seus restos repousam no cemitério municipal de Michalovce.

Texto: Pe. Antonio Marrazzo, C.Ss.R.

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