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José Joaquim (Pascoal) Erviti Insausti

QUIS SER JESUÍTA... FICOU REDENTORISTA

José Erviti Insausti – esse era seu nome de batismo, que na vida religiosa será mudado para Pascual - nasceu em Echalecu, Navarra, aos 11 de novembro de 1902. Foi o undécimo em uma família de doze filhos. Seus pais chamavam-se Francisco e Micaela.

Aos sete anos ficou sem a mãe. Mas mesmo pequeno assim já havia recebido dela o ensinamento das verdades do catecismo e de sólida piedade.

Desde muito jovem perseguia-o a idéia de tornar-se padre. Seu pai, no entanto, era contra. Vendo que seus desejos pareciam irrealizáveis, sua vocação foi esfriando. Quando, aos dezesseis anos, seu pai lhe propôs estudar para padre, José não quis, o que era natural, pois, com essa idade, só tinha a escola primária. Aos dezoito anos, voltaram-lhe os bons desejos: agora queria era ser missionário. Mas nem ele mesmo sabia dizer se aquilo era vocação ou ilusão. 

A verdade é que, com dezoito anos, teve, isto sim, que fazer o serviço militar. Foi para Pamplona e soube comportar-se na cidade. Basta dizer que ia à missa quase diariamente. No dia do sorteio para ver quem iria para a frente militar, confessou-se e comungou, pedindo a Deus que o livrasse dos inimigos da guerra, ou seja, dos mouros.

Ficou livre, mas teve de servir três meses no quartel. Também aí, embora deixasse esmorecer a piedade, foi um moço exemplar. Seus companheiros deram testemunho disso: prestativo, atencioso com todos, honrado, sempre disposto a fazer o bem. Uma vez, numa festa, quis dançar, mas, meio desengonçado, o que conseguiu foi só provocar risos entre os colegas. Nunca mais pensou nisso.

Terminado o serviço militar, sentiu de novo o chamado de Deus e, para acabar com as dúvidas, decidiu fazer os exercícios espirituais de Santo Inácio, que duraram de 21 até 27 de fevereiro de 1926. Não saiu totalmente convencido. Voltou aos trabalhos do campo. Enquanto pastoreava, caçava também, do que gostava muito. Na solidão dos montes, meditava. De que lhe valeriam as vaidades do mundo? “Dias virão – dizia para si mesmo – em que passarão bandos e mais bandos de pombos, mas eu já estarei morto... Para que me servirá então tudo o que terei desfrutado? Para nada!”.

Indeciso ainda, fez novamente, um ano depois dos primeiros, os exercícios espirituais de Santo Inácio. Saiu decidido. Pensou fazer-se Jesuíta, mas o pároco o encaminhou aos Redentoristas, e ele obedeceu. Por fim, em 31 de maio de 1928, aos 26 anos de idade, dias depois da morte de seu pai, entrou no convento redentorista de Pamplona. Ficou ali quinze dias, e logo os Superiores o mandaram para o El Espino.

Do El Espino foi mandado para Nava del Rey, em 31 de dezembro de 1928, para fazer o Noviciado. Em 23 de fevereiro de 1929, recebeu o hábito, e exatamente um ano depois, em 23 de fevereiro de1930, professou na Congregação. Estava com quase 28 anos.

No primeiro dia de março, já estava em Astorga, destinado a cuidar da horta, o que aceitou, não só com humildade, mas com alegria. Irmão Bautista, solicitado mais tarde a dar um testemunho dele, disse: “Era um santo!” E seu Mestre de Noviciado assim escreveu em sua ficha: “Muito prudente, sério e piedoso. Era um santo. De grande espiritualidade, consciencioso e de absoluta confiança”.

De hortelão passou a cozinheiro. Continuou afável no trato com todos, sempre bem humorado e disposto a qualquer serviço. Passou em Astorga quatro dos seus seis anos de vida religiosa. Estava muito feliz ali, mas... em 22 dezembro de 1934 foi transferido para Madri. Eram os primeiros passos na caminhada para o martírio.

A partir daqui, a história do irmão Pascual coincide, quase que em tudo, com a do padre Urruchi, como já foi narrado. Eis, em poucas palavras, os detalhes diferentes.

O que primeiro se pode dizer é que, estando há tão pouco tempo em Madri, pouco mais de um ano e meio, e desempenhando trabalhos humildes e escondidos, é estranho que fosse conhecido e procurado pelos perseguidores, como o deram a entender ao encontrá-lo na Comunidade do Perpétuo Socorro: “Estávamos procurando este pássaro – disseram os milicianos – e não nos podia escapar”. Aliás, como registram as crônicas, teve que sair da casa anterior, porque o andavam procurando pessoalmente. Isso era como levar consigo a sentença de morte.

A impressão que deixou em todas as casas em que se abrigou é a mesma: intensa vida de piedade e absoluto acatamento dos desígnios de Deus sobre sua morte. Passava os dias rezando e quase sempre de joelhos, em atitude de silêncio, e sempre sorrindo. Confirmando tudo isso, há o testemunho por escrito de dona Concepción sobre o padre Urruchi e o irmão Pascual: “Eram vistos sempre contentes e dando-nos exemplos de humildade, paciência e conformidade, assim como de mortificação na comida; mas, como devo dizer a verdade, tudo isso eu o vi mais marcante no irmão”.

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