Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 04 MAR 2020 - 15H14

Países da América Latina aguardam com expectativa visita do Papa Francisco

Milhões de pessoas aguardam com expectativa a Viagem Apostólica do Papa Francisco ao Equador, Bolívia e Paraguai de 5 a 13 de julho. Nestes três países, uma marca em comum, a marca da pobreza. 

Alguns religiosos que já atuaram ou atuam nestes países contam sobre os desafios da Igreja nessa região e a alegria destes povos latino-americanos pela visita do Santo Padre.

Depois de viver dois anos no Equador, em Esmeraldas, uma cidade no norte do país, onde há mais de 60 anos as missionárias combonianas apostam na formação e no apoio médico aos mais carentes, irmã Maria do Carmo Bogo, acredita que a visita do Papa deverá trazer uma mensagem de esperança e consolação. “A Igreja católica quer ajudar a esclarecer e a formar as pessoas. Temos escolas e clínicas para atender quem não tem recursos”, indicou.

Formada em comunicação social, a religiosa trabalhou por dois anos neste país, onde colaborou na rádio diocesana Antena Livre, em Esmeraldas, para dar “notícias que outros não davam” e estar próxima do povo, ajudando a formar consciências.

“Nas universidades os jovens pobres não podem entrar. Em Esmeraldas, havia uma menina que trabalhava comigo que queria melhorar de vida e entrar para a faculdade e estudar. Mas era muito difícil e não havia uma clareza quanto ao que pagar mensalmente. Iam exigindo dinheiro todos os dias e não se sabia porquê. A corrupção está em tudo. Um jovem que não tem uma família que o ajude não consegue”, contou irmã Maria do Carmo.

Neste país rico em recursos naturais, mas onde os pobres não tem voz, é a realidade que a religiosa acredita que a mensagem do Papa encontrará mais eco. “Eles sentem que o Papa lhes pertence, como cidadão da América Latina, e esperam que deixe a esperança, tão necessária para continuar a lutar pelos seus direitos e a viver”, finaliza a religiosa. 

Três dias depois da chegada ao Equador, Francisco irá para a Bolívia, o segundo país mais pobre da América Latina, onde as Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor desenvolvem um trabalho de formação educacional e de catequese familiar para promover uma sociedade mais justa.

Ao fazer as malas para partir para a Bolívia, para um missão de um mês e meio juntamente com outras duas voluntárias, a religiosa Luísa Pinto Carneiro, professora de Educação Física, espera colocar a sua formação pedagógica ao serviço dos jovens e das crianças.

“Será um trabalho muito variado: acompanhar a comunidade religiosa na sua vivência e inserção, prestar cuidados de saúde e tratamentos, auxiliar no centro de educação alternativa, onde se aprende música, para além da vertente pastoral”, destaca a religiosa.

Para irmã Luísa, a educação é uma das realidades que mais precisam de atenção e solicitude da Igreja. “Percebemos uma educação muito deficitária onde há necessidade de contribuir e ajudar. Há muitas crianças que vivem abandonadas porque os pais emigraram e estão longe, e assiste-se igualmente ao abandono da classe idosa, em especial das zonas mais isoladas”, conclui. 

A última etapa da viagem de Francisco será no Paraguai de 10 e 12 de julho. Neste país, no dia 11, o Papa presidirá uma missa na Basílica da Virgem de Caacupé onde estima-se que 1 milhão de pessoas se deslocarão até o local.

Para padre Vítor Oliveira, da Congregação dos Missionários do Espírito Santo, que irá receber o Papa Francisco no Hospital Pediátrico “Niños de Acosta Ñu”, no dia 11 de julho, em San Lourenzo, é extraordinária a forma como o Papa se preocupa com os mais pobres e se faz chegar aos que mais precisam de sua palavra.

“Para o hospital ‘Niños de Acosta Ñu’ vêm crianças de todo o país nas condições mais precárias, humildes e difíceis do ponto de vista da saúde. É um exemplo de como o Papa quer estar próximo dos mais pobres, dos mais necessitados”.

O missionário revela que há “muita alegria” por parte dos paraguaios em receber Francisco pela “esperança” que esperam que traga “para o povo e para a Igreja do Paraguai e toda a América Latina”.

“Há muita expectativa de encontrá-lo, muitas pessoas mobilizam-se, jovens, adultos, toda a gente para servir e sobretudo para vê-lo”, observou o sacerdote.

No total da visita pastoral, o Papa deverá percorrer 24.730 quilômetros, o que equivale a mais de meia volta ao mundo, em sete voos que totalizam cerca de 33 horas.

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