Por Redação A12 Em Santo Padre Atualizada em 06 MAR 2020 - 10H10

Papa pede a pais que "saiam do exílio" para assumir o seu papel educativo

A educação dos filhos foi o tema da catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 20. Em sua reflexão, o Santo Padre falou sobre o protagonismo dos pais na educação dos filhos. 

O Papa lembrou que a tarefa mais importante dos pais é a educação de seus filhos e diante disso assinalou a crise no papel destes na atualidade. "Hoje, esta função, que é como que a coluna vertebral do humanismo, enfrenta dificuldades. Observa-se uma crise na aliança educativa da sociedade com a família. Basta pensar no protagonismo de certos especialistas na educação que acabam por substituir o papel dos pais na educação dos filhos. Estes, inseguros, correm o risco de se auto-excluir da vida dos filhos", sublinhou. 

O protagonismo da educação familiar 

Segundo o Pontífice, nos últimos tempos, "intelectuais e especialistas" têm criticado a educação familiar de várias formas, acusando-a de ser autoritária, conformista e repressiva. 

“Isto gerou uma fratura entre a família e a sociedade; uma crise que abrange vários âmbitos, como a escola, por exemplo, onde recaem sobre os alunos as tensões e a desconfiança entre pais e professores. E estes ‘especialistas’ se multiplicam", advertiu o Papa. Eles ocupam "o papel dos pais inclusive nos aspectos mais íntimos da educação: personalidade, crescimento, direitos e deveres. Os pais vão se privando de sua função, chegando a se autoexcluir da vida dos filhos", observou. 

Como exemplo, o Pontífice citou um episódio da sua infância, já narrado em outra ocasião, quando certa vez ofendeu a professora. A mãe foi chamada à escola e com educação reepreendeu o filho. "Mas em casa vocês podem imaginar o que aconteceu.....", disse. "Hoje, os papéis se inverteram, e são os pais que repreendem os professores". 

Fazendo uma análise desta situação, o Papa admitiu que por um lado, alguns modelos educativos do passado tinham limites, mas por outro, muitos pais se veem “sequestrados” pelo trabalho e nunca têm tempo para os filhos.

"Diante deste quadro, é preciso reafirmar o papel insubstituível dos pais na educação dos filhos. Não se trata de contentar-se com um diálogo superficial, mas de acompanhar os filhos, compreendendo-os e corrigindo-os quando necessário", acrescentou. 

Nessa realidade, as comunidades cristãs também estão chamadas a auxiliar os pais na sua missão educativa, em primeiro lugar, à luz da Palavra de Deus, que recorda que o próprio Jesus foi educado em uma família, destacou Francisco. 

Às famílias de pais separados, Francisco pediu que não tornem os filhos "reféns da relação" ou os deixem carregar "o peso da separação". Os filhos "devem crescer com a mãe falando bem do pai e vice-versa. Isso é muito importante", observou dizendo que embora seja "muito difícil" é "algo que pode ser feito". 

Por fim, o Papa pediu que os pais assumam o protagonismo pela educação de seus filhos. “Quando a educação familiar redescobre o contentamento de seu protagonismo, muitas coisas mudam para melhor para os pais incertos e desiludidos. Chegou a hora que os pais e as mães saiam de seu ‘exílio’ e reassumam plenamente o seu papel educativo. Esperemos que o Senhor conceda esta graça: de não autoexilar-se na educação dos filhos".

Ao final, o Papa pediu ao Senhor que "conceda às famílias cristãs a fé, a liberdade e a coragem necessárias para a sua missão!".

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