Por Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R. Em Grão de Trigo Atualizada em 25 MAR 2019 - 17H25

A Igreja e Maria: os sinais de Deus contra o dragão

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Lc 1,39-56- Assunção                             

Meados de agosto, belo mês das vocações! Toda Igreja no Brasil conscientiza o povo cristão que os caminhos vocacionais produzem a felicidade. E em especial o dia da Assunção nos convida a viver bem o domingo, pois ele é a meta da semana. Ele tem a sua “mística”, um sentido especial que lhe é dado pela irrupção da vida nova de Jesus ressuscitado. É o “Dia do Senhor” celebrado pelos cristãos na Igreja do Ressuscitado! Na verdade, todos os dias são dias iluminados pelo sol vencedor que é Jesus o Cristo. A celebração da Palavra e da Eucaristia é como um “clarão” da luz eterna sobre nosso chão. A meta de nosso viver torna-se mais percebida e desejamos o céu, sentindo-nos chamados como Maria a servir ao projeto do Deus altíssimo revelado na encarnação de Jesus. O Deus da Vida chamou Maria e chama a cada um de nós para: “derrubar os poderosos e exaltar os humildes”. Nosso olhar contemplativo para a meta da vida, o céu, repousa amorosamente em Maria, aquela mãe elevada ao céu! Lá junto de seu Filho ela nos confirma com a sua experiência pessoal nas promessas do Evangelho. Façamos-lhe uma visita filial na fé e expressemos nossa esperança de estar com ela um dia na felicidade do Senhor e celebrar o domingo eterno da glória! 

Neste domingo, festejando a Assunção de Maria ao céu, ela nos convida a ser “Igreja” do seu jeito, ou seja, fazer da vida a consagração total a Deus e ao serviço dos irmãos. No Apocalipse a “mulher vestida de sol” representa o papel de Maria e ao mesmo tempo o da Igreja peregrina. Vestida do sol, Maria identifica-se com o querer de Deus. É o “instrumento” de sua ação poderosa e é protegida mesmo quando perseguida e criticada. Com Maria, a Igreja -e toda comunidade cristã- está gerando o Cristo aí no meio do mundo... Os poderes contrários ao Projeto de Deus -os dragões- estão sempre espreitando os passos da Igreja Católica, para abortar a sua palavra, a sua presença, a sua atuação. Mas, é justamente aí, nas críticas, deboches e incompreensões, que a Igreja Católica se torna como o seio bendito de Maria: renova a encarnação de Jesus na História! São muitos os “dragões” ameaçadores – com sete cabeças e dez chifres – contra o trabalho da Igreja: a pornografia, a violência, a corrupção impune, o descaso dos políticos, legisladores e tribunais com o sofrimento e a penúria do povo etc. Mas, em Cristo, ela tem a salvação, a força e a realeza de Deus! ( 1ª leitura: Apocalipse.)           

 

A caridade de Maria é profética.

O Evangelho do dia da Assunção é de Lucas (1,39-56). É parte da narrativa da infância de Jesus. Menciona uma visita de Maria, já grávida de Jesus, à sua prima Isabel. Pessoa idosa, Isabel também estava prestes a dar à luz a seu filho João Batista. Maria vai para ajudá-la e servi-la. Parece um fato banal da vida... Mas, Lucas usa o fato como roteiro catequético para esclarecer a participação de Maria no agir de Deus. Maria é apresentada como modelo da pessoa pobre e humilde que se torna feliz pela riqueza do seu ato de fé e por fazer de sua vida, uma vocação ao serviço das pessoas carentes. A simplicidade de sua vida tão modesta, em vez de criar obstáculos, torna-se motivo para ela se sentir amada de Deus descobrindo os sinais da sua escolha na história do povo bíblico. O episódio exalta Maria e isso está no Evangelho. Ninguém pode tirar ou diminuir o valor de Maria, sem negar o próprio conteúdo do Evangelho. Nas palavras que Lucas põe em seus lábios, está a esperança concretizada de todos aqueles que, sofrendo a opressão dos poderosos, não se entregam. Não se conformam com a injustiça da pobreza humilhante e anseiam por uma libertação que lhes restitua a dignidade verdadeira. Não se acomodam em seus pequenos interesses, mas vão atrás dos grandes ideais da vida. Denunciam as injustiças e engajam-se nos movimentos populares em defesa da vida, em defesa dos marginalizados, na pertença à comunidade paroquial. A caridade de Maria é profética. Daí as palavras do “Magnificat”: “Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias”. 

Em nosso tempo e em nosso mundo, se torna difícil ter fé e estar do lado dos que lutam por seus direitos. A ganância escraviza mentes e corações e torna insensível a consciência, principalmente dos políticos, legisladores, altos tribunais e homens que tem mais poder. A Assunção de Maria ao céu, nos alerta a protestar contra toda forma de corrupção, pois isto afasta o ser humano do Projeto de seu Deus. Com o desejo do céu sempre vivo em nosso coração alegremo-nos por participar do jubileu de 300 anos do achado da imagem de Nossa Senhora pelos três pescadores. Sem dúvida a imagem da Mãe Aparecida é um sinal do amor de Deus pelo Brasil! 

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